Discurso durante a 199ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a elevação das vendas do arroz e do feijão, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab e diversas outras entidades. Elogios ao jornalista Mino Carta, por ter sido escolhido como Jornalista do Ano, pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. IMPRENSA.:
  • Considerações sobre a elevação das vendas do arroz e do feijão, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab e diversas outras entidades. Elogios ao jornalista Mino Carta, por ter sido escolhido como Jornalista do Ano, pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira.
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/2006 - Página 37065
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. IMPRENSA.
Indexação
  • ANALISE, DADOS, PESQUISA, Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), INSTITUIÇÃO DE PESQUISA, EMPRESA, CONSULTORIA, DEMONSTRAÇÃO, CRESCIMENTO, COMERCIALIZAÇÃO, ARROZ, FEIJÃO, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PARANA (PR), CONSUMO, POPULAÇÃO CARENTE, MOTIVO, REAJUSTE, SALARIO MINIMO, POLITICA SOCIAL, GOVERNO FEDERAL, EXPECTATIVA, ANALISTA, CONTINUAÇÃO, MELHORIA, SITUAÇÃO ECONOMICA.
  • COMENTARIO, REDUÇÃO, PREÇO, ARROZ, FEIJÃO, FAVORECIMENTO, POPULAÇÃO, AVALIAÇÃO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RESULTADO, REELEIÇÃO.
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, IMPRENSA, BRASIL, INEFICACIA, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, ELEITOR, REGISTRO, PREMIO, ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL, CATEGORIA PROFISSIONAL, HOMENAGEM, JORNALISTA, ELOGIO, PERIODICO, CARTA CAPITAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Agradeço, Sr. Presidente, pela troca do horário.

O que me traz à tribuna hoje é um assunto bem cotidiano, um assunto feijão-com-arroz, Senador Sibá Machado. Às vezes, as pessoas trazem assuntos muito importantes e de grande complexidade ao plenário do Senado, mas determinados assuntos são o retrato do cotidiano de milhões e milhões de brasileiros e brasileiras. E, portanto, temos de estar muito atentos a esses indicadores, principalmente quando refletem algum tipo de melhoria concreta na condição de vida dos nossos cidadãos brasileiros. E o assunto que trago à tribuna é a pesquisa e os dados feitos pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, e diversas outras entidades, como o IBGE, a respeito da elevação da venda do arroz e do feijão.

Os indicadores desse crescimento na venda desses dois produtos são extremamente interessantes porque o consumo do produto, o feijão, permaneceu praticamente estagnado entre 2001 e 2005, em torno de 2 milhões de toneladas, mas vai subir. A previsão é de que suba, no mínimo, 4,8% em 2006, e vai ultrapassar a casa de 3,3 milhões de toneladas. No caso do arroz, a demanda também deverá totalizar 13,2 milhões de toneladas: 1,5% a mais do que no ano passado, mas 5,6% acima da média dos últimos 5 anos, que foi de apenas 12,5 milhões de toneladas ao ano.

Já tive oportunidade de trazer dados recentes de pesquisas que demonstraram de forma bastante contundente a elevação do consumo das famílias identificadas nas classes D e E. Essas classes sociais, de menores níveis de renda no País, tiveram a capacidade de ampliar, a partir de uma série de medidas adotadas, como a recuperação do salário mínimo, os programas de transferência de renda, como o Programa Bolsa-Família. Com isso o crescimento do consumo dessas famílias ultrapassou a casa dos 11%. E a questão do arroz e do feijão também se enquadra nesse contexto maior.

A consultoria da MB Associados estabelece exatamente que a receita média mensal das famílias que sobrevivem com até um salário mínimo cresceu 13,1% neste ano e um novo incremento de 11,9% é esperado para 2007. Portanto, o aumento da renda, por si só, já é um fator que estimula o consumo de alimentos, principalmente nas classes com poder aquisitivo mais baixo. O objetivo do Governo Federal é que tenhamos essa ampliação por meio dos diversos programas adotados.

Marcelo Lüders, Analista da Correpar, acredita, inclusive, que a estimativa do consumo de feijão feita pela Conab, de 3,3 milhões de toneladas está subestimada e aposta em que, no mínimo, deveremos alcançar um consumo da ordem de 3,6 milhões. Ele argumenta que o número do Governo é uma projeção conservadora, baseada nos números do IBGE, o qual não considera aumento da renda do brasileiro, o aumento do consumo de refeições feitas fora de casa. Portanto, com esses números extremamente alvissareiros, verifica-se o aumento do consumo do nosso tão querido, gostoso e saboroso arroz com feijão, que é a base da alimentação, de forma significativa, do povo brasileiro.

No Paraná - vejo aqui o Senador Osmar Dias -, que é o principal fornecedor do grão do País, entre novembro e março, o preço ao produtor encerrou a R$55 por saca, ou seja, um preço que favorece o acesso de muito mais pessoas a um consumo maior deste produto tão importante na dieta do povo brasileiro.

Gostaríamos de trazer esta singela contribuição porque muitas pessoas - que não têm no arroz e feijão sua base de alimentação - podem não entender a importância do aumento do consumo, a redução dos preços e a implementação desta base da dieta do povo brasileiro, que é riquíssima e já está configurada como uma base de alimentação extremamente saudável. A mistura do nosso querido arroz com feijão tem grande significado no cotidiano de milhões e milhões de brasileiros.

Faço esse registro para, dessa forma, contribuir para entendermos - há pessoas que ainda não entenderam - o resultado das urnas. O prato do povo brasileiro, indiscutivelmente, é um ingrediente muito contundente na hora de as pessoas fazerem avaliação política.

Por último, Sr. Presidente, eu gostaria de registrar os meus parabéns à Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira, a ACIE, pela homenagem que fez ao escolher como Jornalista do Ano o jornalista Mino Carta. Ele foi escolhido pelo trabalho que realizou ao longo deste ano. Cento e vinte jornalistas de mais de trinta países diferentes que trabalham no Brasil tiveram a oportunidade de acompanhar atentamente tudo o que aconteceu ao longo deste ano, inclusive a polêmica instalada a respeito do papel de determinados setores da imprensa, determinados jornalistas, inclusive aquela situação... pelo menos duas expressões demarcaram a situação ocorrida ao longo da cobertura do ano de 2006 por vários segmentos da imprensa, relativa àquela história oportunamente comentada pelo jornalista Franklin Martins de que o efeito “pedra no lago” não ocorreu nestas eleições. Ou seja, aquilo que os órgãos de imprensa ou determinados segmentos da imprensa transformaram como o eixo central da cobertura jornalística, impactava até um determinado ponto, mas não chegava à famosa margem, ou seja, não ia se expandindo até tomar conta das mentes e corações da população como um todo. Chegaram ao ponto de veicular que o povo não está seguindo a opinião pública. Isso também foi registrado ao longo de 2006.

Portanto, a premiação, pelos jornalistas estrangeiros que cobrem o cotidiano da imprensa, principalmente este ano, ao Mino Carta como jornalista símbolo do ano, reconhecendo a cobertura que a própria revista CartaCapital fez, ao longo do ano, é uma sinalização de que os que aqui estiveram, participaram e cobriram este ano o desempenho da imprensa brasileira, puderam ter dos posicionamentos. Portanto, a escolha do Mino Carta tem uma simbologia extremamente positiva. Por isso não poderia deixar de fazer este registro e dar meus parabéns ao jornalista Mino Carta, por ter sido escolhido jornalista do ano pela Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/2006 - Página 37065