Discurso durante a 199ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a atuação do Ministério da Educação. (como Líder)

Autor
Demóstenes Torres (PFL - Partido da Frente Liberal/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ENSINO SUPERIOR.:
  • Considerações sobre a atuação do Ministério da Educação. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/2006 - Página 37097
Assunto
Outros > ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), GASTOS PUBLICOS, DIVULGAÇÃO, DECISÃO, TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (TRF), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REFERENCIA, UNIVERSIDADE PARTICULAR, ABERTURA, CURSOS, CONTRADIÇÃO, DIRETRIZ, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), EFEITO, APREENSÃO, ALUNO, CAMPUS UNIVERSITARIO, ESTADO DE GOIAS (GO).
  • ELOGIO, ESTRUTURAÇÃO, QUALIDADE, ENSINO, UNIVERSIDADE PARTICULAR, ESTADO DE GOIAS (GO), EXPECTATIVA, RESPEITO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), LEGISLAÇÃO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC).

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL - GO. Pela Liderança da Minoria. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Ministério da Educação tem muito serviço a prestar ao Brasil, pois o setor rasteja em diversas das suas áreas de atuação. Em vez de suprir seus gargalos, a Pasta agora está servindo de assessoria de imprensa para divulgar decisões judiciais, mesmo aquelas equivocadas e das quais cabem recursos para corrigir seus erros. No fim de novembro, o Ministério da Educação gastou dinheiro público, por meio do uso de seus servidores e material, para propagar um suposto “estudo de medidas necessárias a preservar os interesses dos milhares de alunos da Universidade Salgado de Oliveira”, e aqui citei um trecho da nota oficial do Ministério. A medida necessária para preservar o interesse dos alunos é o respeito.

No caso, o MEC se refere a uma decisão do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro que o próprio Ministério reconhece na nota ser passível de recursos. É muito mais do que isso. O Supremo Tribunal Federal já se manifestou acerca do assunto. Passo a ler trecho escrito pelo Excelentíssimo Senhor Ministro Marco Aurélio de Mello, que mandou a União se abster “da prática de quais atos que impeçam a continuidade de instalação de cursos e campi da Universo em qualquer localidade em que exerça suas atividades”. Correto está o Ministro Marco Aurélio, que cita inclusive que a instalação de unidades da Universo obedece a seu estatuto aprovado pelo MEC. Conforme muito bem lembrou o Ministro do STF, o Ministério da Educação serve de arauto de decisões que contrariam a Corte Maior e as próprias autorizações do MEC.

Tudo isso poderia ser apenas uma sucessão de lapsos de um setor do Ministério da Educação e Cultura e uma seção especializada do Tribunal Regional Federal. Não entanto, não é. Esse tipo de decisão, divulgada oficialmente pelo órgão federal da área, acende um pavio que explode em fofocas, mal-entendidos, disse-que-disse. Essa comédia de erros tem efeito de tragédia quando chega à porta da Universidade. Eu estive na unidade de Goiânia, na qual estudam milhares de goianos, centenas deles ex-alunos meus, amigos e minha filha Aline, que só optou pelo curso de Direito ali, após se certificar que era a escola que mais aprovava candidatos no exame da OAB/GO. Muitos estavam apreensivos, menos pela decisão do TRF, mais pela nota oficial do Ministério da Educação.

Sr. Presidente, eu conheço a estrutura da Universo de dezenas de palestras que fiz em diversos cursos daquela unidade de ensino. Tem excelentes bibliotecas, laboratórios, auditórios e um magistral quadro de professores e servidores. Se as universidades do MEC possuíssem estrutura tão privilegiada o ensino público federal não viveria o caos em que se encontra. Gestos que desconhecem esse quadro beiram a irresponsabilidade. São 75 mil alunos atualmente matriculados em 26 cursos de graduação. Ali atuam 5.746 professores e demais trabalhadores. Possui uma atuação social relevante, pontuada por quase 30 mil bolsas de estudos a universitários carentes.

Nem desço aos detalhes do julgamento, que teve até voto de desembargador impedido de o proferir. O que interessa é o nível do ensino, que na Universo é muito acima da média. Interessa é a qualidade dos profissionais que a Universo forma, capazes de serem absorvidos pelo mercado. Interessa são as jovens mentes, que a Universo prepara para a vida. Interessam os postos de trabalho. Interessa a estabilidade, a tranqüilidade e, sobretudo, o respeito à instituição, ao ensino, aos funcionários, aos professores, aos estudantes e suas famílias. Interessa o respeito igualmente à decisão do Supremo Tribunal Federal e aos documentos aprovados pelo próprio MEC. Que se respeitem ao menos as leis!

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/2006 - Página 37097