Discurso durante a 205ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Explicações sobre o apoio do PMDB ao presidente Lula, em seu segundo mandato.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Explicações sobre o apoio do PMDB ao presidente Lula, em seu segundo mandato.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2006 - Página 38471
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ANALISE, RESULTADO, PROCESSO ELEITORAL, RELEVANCIA, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), GARANTIA, VITORIA, REELEIÇÃO.
  • REGISTRO, PRETENSÃO, POLITICA PARTIDARIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL, GARANTIA, DEMOCRACIA.
  • SUGESTÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ESCLARECIMENTOS, ATUAÇÃO, REALIZAÇÃO, POLITICA PARTIDARIA, ELEITOR.
  • EXPECTATIVA, REUNIÃO, CONSELHO, POLITICA PARTIDARIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), APRESENTAÇÃO, PROPOSTA, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a vitória eleitoral do Presidente Lula foi incontestável. Além de quase ter vencido em primeiro turno, ele demonstrou seu extraordinário prestígio popular com a considerável ampliação do número de votos no segundo turno. Uma vitória, pois, que atesta o grau de satisfação da imensa maioria do povo brasileiro, como demonstra o elevado índice de confiança no segundo mandato.

Há dois aspectos essenciais a serem considerados em relação ao recente processo eleitoral. De um lado, a existência de um amplo conjunto de forças políticas que, independentemente de coligação formal, ofereceu seu apoio ao Presidente da República. Nesse sentido, como reconhecem todos os que acompanham a política brasileira e que não perderam o senso da realidade, foi demasiado importante o papel do PMDB para que o Presidente Lula alcançasse a vitória nos moldes em que ela se deu. Afinal, não há no Brasil partido político com capilaridade maior do que o nosso PMDB. Presente em todas as unidades da Federação, tem a maioria dos Prefeitos Municipais e dos ocupantes do Legislativo; da instância local, desde os Vereadores, até o Congresso Nacional.

Partido que faz história, o PMDB não apenas é decisivo em eleições presidenciais como o é também para a própria governabilidade. Com a legitimidade que lhe é reiteradamente conferida pela maioria do eleitorado brasileiro, o PMDB tem credenciais para partilhar a condução dos destinos do País. A força de suas Lideranças, em todos os Estados, advém de sua vinculação orgânica com as populações que representa. É justamente isso que explica sua longevidade: um Partido que assumiu os riscos de conduzir a luta da sociedade brasileira contra o arbítrio e que teve a capacidade de compreender o novo papel que lhe cabia na Nação redemocratizada.

Por tudo isso, o PMDB, pela decisão majoritária de seus integrantes, uniu-se ao Presidente Lula na certeza de que seria a melhor alternativa para o País. Isso explica, Sr. Presidente, nossa intenção de oferecer ao Governo que se iniciará em 1º de janeiro do próximo ano o apoio necessário à consecução de suas metas e ao cumprimento de suas propostas eleitorais.

Junto às demais forças políticas comprometidas com o desenvolvimento nacional, com a redução das desigualdades sociais e com a plena condição das instituições democráticas, queremos participar desse momento decisivo da história brasileira.

O segundo aspecto que destaco, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é o fato de que o Presidente Lula não pode perder tempo na composição das alianças com as quais governará. Se a política é o entrelaçamento de posições, percepções, idéias e comportamentos, saber o tempo certo para agir é o que distingue os estadistas. Nessa perspectiva, ouso lembrar ao Presidente da República que, às vésperas da investidura formal no cargo para o qual foi reeleito, não é prudente retardar decisões, sobretudo quando se sabe que delas - dessas decisões - dependerá o êxito de seu Governo.

Penso ser importante, inclusive sob o ponto de vista simbólico, dizer à Nação com quem o Presidente da República conta para poder responder aos anseios dos milhões de brasileiros que nele confiaram seu voto.

Quanto mais expressiva for a aliança, maiores as chances de sucesso de um Governo do qual o País tanto espera. Quanto mais assentada em projetos e programas for essa aliança, mais facialmente poderá o Presidente Lula liderar o processo que, destravando históricos obstáculos, permita ao Brasil avançar na tão necessária rota do crescimento econômico.

Repito: não perder o momento certo para decidir é uma das primeiras virtudes que se espera do homem público.

Que o Presidente Lula entenda que o Brasil tem pressa, que confia em sua habilidade e espera por sua decisão.

É preciso explicar, sem demora, como se realizará a convergência política - para usar uma feliz expressão do próprio Chefe de Governo - a partir da qual ele governará, porque, sabemos bem, a procrastinação costuma cobrar alto preço, chegando até a subtrair de determinadas vitórias a plenitude do seu brilho, tantos os problemas a elas agregados.

Que o Presidente Lula dê sinais claros de que seu Governo já recomeçou. O País, agradecido, confiará em seu discernimento e em sua capacidade de ação.

Hoje, às 16 horas ou às 16 horas e 30 minutos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, será realizado o primeiro encontro do Conselho Político. Espero que, desse primeiro encontro, dos Partidos que apóiam, surjam decisões, surjam linhas, surjam objetivos para atingirmos nossos objetivos, para o bem do Brasil, o mais rápido possível.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2006 - Página 38471