Discurso durante a 207ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem ao tutor de Brasília, cidade planejada, o arquiteto Oscar Niemeyer, que na última sexta-feira, dia 15, iniciou o ano de seu centenário.

Autor
Paulo Octávio (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Paulo Octávio Alves Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.:
  • Homenagem ao tutor de Brasília, cidade planejada, o arquiteto Oscar Niemeyer, que na última sexta-feira, dia 15, iniciou o ano de seu centenário.
Publicação
Publicação no DSF de 19/12/2006 - Página 38985
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, OSCAR NIEMEYER, ARQUITETO, PLANEJAMENTO, CONSTRUÇÃO, BRASILIA (DF), DETALHAMENTO, HISTORIA, ELABORAÇÃO, DIVERSIDADE, EDIFICIO.
  • COMENTARIO, AUMENTO, CRESCIMENTO DEMOGRAFICO, BRASILIA (DF), PREJUIZO, ANTERIORIDADE, PLANEJAMENTO, LIMITAÇÃO, INDICE, POPULAÇÃO, ESPAÇO, DISTRITO FEDERAL (DF).
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, INAUGURAÇÃO, MUSEU, BIBLIOTECA NACIONAL (BN), BRASILIA (DF), CONCLUSÃO, OBRAS, CONSTRUÇÃO, CAPITAL FEDERAL.
  • CONVITE, SENADO, REALIZAÇÃO, VISITA, MUSEU, BIBLIOTECA NACIONAL (BN), EXPOSIÇÃO, NATUREZA CULTURAL, HOMENAGEM, OSCAR NIEMEYER, ARQUITETO.

O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na última sexta-feira, dia 15, Oscar Niemeyer iniciou o ano de seu centenário. Quero aqui, hoje, prestar minhas homenagens ao tutor desta cidade planejada, berço de inúmeras das mais brilhantes obras por ele idealizadas.

Nascido no Rio de Janeiro, Niemeyer formou-se, em 1934, pela Escola de Belas Artes. Dois anos depois, ao lado de Lúcio Costa, realizou seu primeiro trabalho: a sede do Ministério da Educação e Saúde, projeto que se notabilizou, caracterizando-se como um marco da arquitetura moderna mundial.

No dia 21 de abril de 1960, saíam do papel os traços livres de uma arquitetura rica em personalidade. Brasília tornava-se Capital da República. O imortal Presidente Juscelino Kubitschek, ainda na fase final dos trabalhos de construção - em pleno desmonte dos canteiros de obra -, transformava o monte de poeira nos principais órgãos da Administração Federal, com as novas sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Niemeyer projetou grande parte dos principais edifícios de Brasília, incluindo os Palácios da Alvorada, da Justiça e do Planalto; a Catedral; o “Minhocão da UnB”; o Teatro Nacional; além do Memorial JK, cuja direção minha esposa, Anna Christina, tem a honra de exercer.

Assim como outras capitais, como Washington e Camberra, Brasília é motivo de orgulho para seus habitantes. Em um passeio pela Esplanada dos Ministérios, os olhos se nutrem de uma paisagem totalmente diferente da arquitetura tradicional. Como ele mesmo define: “Nem melhor, nem pior... apenas diferente”.

Nos dias de hoje, Brasília foge um pouco aos ideais projetados por Niemeyer. De acordo com o IBGE, o número de pessoas que habitam nossa capital é de 2 milhões, contra 400 mil calculados pelo projeto inicial até o ano 2000, fruto de uma projeção que decerto não levou em conta o fabuloso surto de desenvolvimento que nossa cidade vem experimentando nos últimos tempos. Eis, porém, o preço do progresso.

Como em toda cidade que incha num curto espaço de tempo, como foi o nosso caso, problemas que não estavam no papel nos pegam de surpresa. Falta espaço e, sobretudo, estrutura em algumas localidades do DF, problemas que a fé, a criatividade e o trabalho de nossa gente sempre haverão de superar.

Mas importa é que o sonho foi concretizado. E, hoje, tenho orgulho de ser um candango, com filhos nascidos e criados aqui, nesta terra. Estudei aqui, construí minha vida aqui, investi e acreditei nesta cidade que tanto me encanta.

É gratificante passar pela Esplanada dos Ministérios e ver as máquinas funcionando, crescendo, acreditando em dias melhores; ver cabeças pensando dentro de estruturas pensadas pelo mais renomado arquiteto que este País já conheceu: Oscar Niemeyer.

Na sexta-feira da semana passada, tivemos o prazer de ver inaugurados o Museu Nacional Honestino Guimarães - uma homenagem a um colega meu, estudante da Universidade de Brasília, preso e desaparecido durante a revolução militar de 1964 - e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, que integram o Complexo Cultural da República João Herculino - uma homenagem a um ex-parlamentar brasileiro, homem que também chegou a Brasília muito cedo e que aqui construiu as bases de uma grande universidade, o Uniceub, que já formou milhares e milhares de brasileiros nas mais diversas atividades e cursos superiores.

Aos três, Honestino, Brizola e João Herculino, nossas homenagens.

O espaço, com 11,2 mil metros quadrados, conclui o planejamento inicial da construção de Brasília na Esplanada dos Ministérios, idealizado por Oscar Niemeyer.

O Presidente Lula, a Governadora Maria Abadia e o ex-Governador e Senador eleito Joaquim Roriz presidiram a solenidade de inauguração, que incluiu a abertura de uma exposição denominada “Niemeyer & Niemeyer”, que permanecerá aberta ao público até março de 2007.

Fica aqui o meu convite para que os Senadores de outros Estados visitem a Biblioteca e o Museu e conheçam essa exposição.

São fotografias e textos escritos por ele, além de fotografias do Arquivo Público do Distrito Federal, que mostram imagens muito marcantes da construção da Capital de todos os brasileiros.

A obra, que custou R$110 milhões, foi totalmente custeada pelo GDF e demorou dois anos para ser concluída.

A beleza da construção impressionou os visitantes, a ponto de o Presidente Lula ter declarado: “Se todas as pessoas que entrarem aqui tiverem o choque que eu tive, este local será palco de exposições culturais inesquecíveis para Brasília, e a cidade realmente precisava disso”.

Ao registrar, portanto, essa mais que merecida homenagem, quero encerrar minhas palavras com uma frase do arquiteto que esculpiu a cara de Brasília, Oscar Niemeyer: “Quando uma forma cria beleza, tem em sua beleza sua própria justificativa”.

Por isso, hoje, meus caros colegas Senadores, não poderia deixar de registrar aqui, com muito entusiasmo, com carinho e com profundo senso de agradecimento, em nome de toda a população de Brasília e certamente do Brasil, essa homenagem a esse grande arquiteto, que é uma referência do Brasil em todo o mundo. É um arquiteto que tem obras marcantes em outros países, é uma referência da arquitetura moderna. Ele, realmente, honrou sua profissão. E trabalhou tanto - o trabalho tem dignificado tanto Oscar Niemeyer - que chega aos 100 anos!

Então, meus cumprimentos a esse brasileiro extraordinário que fez Brasília e a quem nós devemos muito.

Era o que eu tinha a dizer, Senador Alvaro Dias.

Meus cumprimentos e muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/12/2006 - Página 38985