Discurso durante a 210ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Despedida do Senado Federal, ao fim do mandato como suplente do Senador Paulo Hartung, pelo Estado do Espírito Santo.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Despedida do Senado Federal, ao fim do mandato como suplente do Senador Paulo Hartung, pelo Estado do Espírito Santo.
Aparteantes
Alberto Silva, Aloizio Mercadante, Alvaro Dias, Antonio Carlos Magalhães, Augusto Botelho, Cristovam Buarque, César Borges, Delcídio do Amaral, Eduardo Suplicy, Flexa Ribeiro, Geraldo Mesquita Júnior, Gerson Camata, Gilvam Borges, Heloísa Helena, Heráclito Fortes, José Agripino, Magno Malta, Marco Maciel, Mão Santa, Ney Suassuna, Romeu Tuma, Sergio Guerra, Sibá Machado.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2006 - Página 39525
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • DESPEDIDA, ORADOR, CONCLUSÃO, MANDATO PARLAMENTAR, SENADOR, MANIFESTAÇÃO, FRUSTRAÇÃO, CONGRESSISTA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INEFICACIA, REFORMA TRIBUTARIA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, AUSENCIA, SOLUÇÃO, PROBLEMA, EDUCAÇÃO, SAUDE, AGRICULTURA, SEGURANÇA PUBLICA, PLANEJAMENTO FAMILIAR, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, ENERGIA ELETRICA, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE.
  • JUSTIFICAÇÃO, ATUAÇÃO, ORADOR, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, ATIVIDADE, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), MOVIMENTO TRABALHISTA, SEM-TERRA, AUMENTO, TAXAS, JUROS, DESEQUILIBRIO, POLITICA CAMBIAL, EXCESSO, EXPORTAÇÃO, MATERIA-PRIMA, IMPORTAÇÃO, PRODUTO INDUSTRIALIZADO, AUSENCIA, DEMARCAÇÃO, TERRAS INDIGENAS, CRITICA, LEGISLAÇÃO, CONCESSÃO, FLORESTA, PREJUIZO, SOBERANIA, Amazônia Legal.
  • CONTESTAÇÃO, PORTARIA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), IMPEDIMENTO, PRODUÇÃO, GAS, PETROLEO, LITORAL, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ESTADO DA BAHIA (BA).
  • CRITICA, CONDUTA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPEDIMENTO, ATUAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO.
  • REGISTRO, EFICACIA, ATUAÇÃO, ORADOR, PERIODO, GESTÃO, PREFEITURA MUNICIPAL, MUNICIPIO, SERRA (ES), ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão orador.) - Sr. Presidente, quero contar com a sua colaboração, porque este é meu discurso último e, naturalmente, devo ultrapassar um pouco o meu tempo, como ocorreu com os demais que se despediram.

Começo o meu discurso dizendo que assumi este mandato, do qual hoje me despeço, assim como todo o povo brasileiro também, em 2003.

Eu tinha a maior esperança neste País e estava repleto de felicidade, porque assumia, naquele momento, um Presidente oriundo da classe trabalhadora e que tinha tudo para fazer um Governo de coragem, audacioso e que poderia promover transformações neste País.

Permaneci quase dois anos votando, ajudando e torcendo pelo sucesso do Governo Lula, mas logo percebi que o Governo não era nada mais, nada menos que uma continuação do Governo FHC. A reforma tributária era apenas para aumentar carga tributária, aumentar tributos; a reforma da previdência, um arremedo. E o Brasil sabe o que aconteceu: só fizemos aqui cobrar tributos de velhinhos. A educação e a saúde continuaram sem novidades. Política para a agricultura, nem pensar! Segurança pública, discutia-se de trás para frente. Em vez de planejamento familiar, escola básica de tempo integral e, principalmente, distribuição de rendas, começamos a discutir lei para andar armado ou não andar armado, se prende, se não prende, se mata, se não mata, se construía cadeia ou se comprava carro para combater a violência. Quer dizer, exatamente, de trás para frente.

Geração de energia pífia - quase inexistente. A burocracia, somada à incompetência, virou um inferno neste País, e o Brasil ainda anda porque o seu povo é teimoso. O trabalhador brasileiro, o empresário, é teimoso. As nossas estradas ficaram completamente sucateadas. Os nossos portos continuaram absolutamente os mesmos. As malhas ferroviária e rodoviária não avançaram em nada. A aviação piorou, e muito, sob todos os aspectos - basta irmos hoje ao aeroporto para constatarmos.

Desencantado, avisei ao meu Governador, o Governador Paulo Hartung, e fui para a Oposição. Renunciei à liberação de emendas ou a nomeações para alguns cargos porque entendi que, assim, eu poderia servir melhor ao meu País. Mesmo quando apoiando o Governo ou na Oposição, nunca deixei de denunciar e chamar a atenção do Governo para os erros que estavam sendo cometidos e continuam sendo cometidos até hoje. Chamei atenção para as atividades do MST, porque levavam a violência e a intranqüilidade ao homem do campo. Não é com invasões que se faz a reforma agrária. Procurei mostrar isso ao Presidente Lula sempre que pude.

Chamei atenção e denunciei sempre as atividades de ONGs internacionais que estão no País a serviço do capital estrangeiro e que vivem infiltradas no Governo para impedir o nosso progresso, para impedir o nosso desenvolvimento.

Denunciei os juros altos, mas não aqueles da taxa Selic, Sr. Presidente, não são aqueles juros a que o Senador Aloizio Mercadante se referiu há pouco. Eu me preocupo com aqueles juros praticados no cheque especial, no CDC, que é o Crédito Direto ao Consumidor, aquele crédito que movimenta o País, as micro e pequenas empresas, que são as responsáveis pela maior geração de empregos neste País. É através do cheque especial, é através do crédito de CDC que temos feito o desenvolvimento do Brasil, porque o pobre, o pequeno, não tem direito a BNDES, não tem direito aos mesmos recursos que tem Antônio Ermírio de Moraes ou José de Alencar, Vice-Presidente da República.

Então, Sr. Presidente, esses juros é que são insuportáveis, que variam de 50 a 200% ao ano. É o banco da Volkswagen, que produz um caminhão por R$100 mil, vende-o por R$150 mil e, na hora do financiamento, ele passa para R$250 mil. Foi isso que combati e era isso que eu queria que o Governo olhasse com mais atenção.

Chamei atenção para a cotação do dólar. Dólar a dois reais não facilita as nossas exportações; acaba, como acabou, com o agronegócio. Só não prejudicou, evidentemente, a exportação de matéria-prima in natura, como se referiu aqui agora nosso Líder maior, nosso ex-Governador do Estado do Piauí, quando mencionou o prejuízo que o Brasil tem quando vende soja in natura. Mas o problema não é só a soja, o problema é o minério de ferro, que é todo exportado sem agregar valor e sem gerar emprego no Brasil; bem não-renovável, bem que vai acabar, riqueza que nós estamos exterminando, porque produto manufaturado nós estamos exportando muito pouco.

Na agricultura estamos importando, com o dólar a dois reais, alimentos da América do Sul, estamos importando do resto do mundo todos os outros bens manufaturados. Estamos importando agora, não é só bugiganga da China, é também material de construção para construção civil, para atender o programa de construção de casas do Governo Federal. Um absurdo! Um contra-senso! Uma irresponsabilidade!

Sr. Presidente, também passei meus quatro anos aqui denunciando a falta de inteligência de criação de territórios indígenas, que, não tenho dúvida, trarão os maiores prejuízos e os maiores problemas para os nossos netos e bisnetos; problemas que vão ficar para o resto da vida, para que os nosso futuros governantes tenham que se debruçar sobre eles. Denunciei a aprovação da lei concessão de nossas florestas, mais um passo a favor dos interesses internacionais, que, somada aos territórios indígenas criados tão irresponsavelmente, vai contribuir para a perda de nossa autonomia, de nossa soberania sobre a Amazônia. Quem viver verá. Os jovens que estiverem me ouvindo amanhã vão testemunhar e lembrar-se daquilo que estou falando hoje.

Denunciei daqui as atividades criminosas de ONGs estrangeiras que se aproveitam da incompetência e da ingenuidade do Governo brasileiro para impedirem, por exemplo, a construção de hotéis em nossa costa, obstando o crescimento da nossa indústria de turismo. São ONGs que se escondem atrás do Ministério do Meio Ambiente para impedir a prospecção de gás e petróleo, atrapalhando as atividades da Petrobras, empresa brasileira que nos orgulha tanto, retardando obras portuárias, impedindo obras de hidrelétricas, segurando nosso crescimento energético, e aí elas seguram todo crescimento do País. São as mesmas que lutam para impedir o crescimento de nossa fronteira agrícola para prejudicar o programa, por exemplo, do biodiesel do Governo Federal.

Quem leu a revista Exame da semana passada viu que o Brasil tem 45 bilhões de obras paralisadas pelas ações nefastas desses pseudo-ambientalistas.

Denunciei daqui a Portaria nº 39 do Ibama, matéria inconstitucional e vergonhosa, criada pelas mãos de ONGs na tentativa de inviabilizar 400 quilômetros no litoral brasileiro que vai do Espírito Santo à Bahia, impedindo também a produção de gás e petróleo. E plantam nos jornais que foi para evitar uma fazenda de camarões que está sendo projetada a 70 quilômetros de Abrolhos.

Mas vejam, Sr. Presidente e Srs. Senadores, que o art. 3º da Portaria nº 39 cuida apenas de dizer que “fica proibida qualquer atividade de exploração e produção de hidrocarbonetos”. Não estão preocupados com camarão, mas com hidrocarbonetos.

O art. 4º diz que a “exploração de tais atividades deverá ser condicionada ao atendimento de exigências específicas no âmbito de licenciamento ambiental, quais sejam...” - aí vem novamente - “... envolvendo a discussão conjunta de todas as etapas da exploração e produção de hidrocarbonetos.”

Então, Sr. Presidente, a única intenção é evitar a prospecção de gás no litoral do nosso País e isso...

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Permite-me um aparte posteriormente?

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Camata, concederei em seguida, para não perder o fio da meada.

Isso contrapondo, isso prejudicando o discurso do Presidente da República, que disse que ia fazer prospecção de gás no litoral capixaba e baiano para compensar a perda e o prejuízo do problema com a Bolívia.

Sr. Presidente, graças a Deus, o Governo Federal começou a enxergar o problema talvez com a ida da Ministra Dilma para a Casa Civil, porque essa Ministra é nacionalista, culta, inteligente, sabe o que é melhor para o Brasil, sofreu para ver este País, um dia, estar na posição em que está.

O Presidente Lula, agora enxergando o que estamos falando aqui há quatro anos, anunciou que vai soltar as amarras. Espero que ele tenha coragem para enfrentar os bandidos que estão a serviço dos poderosos internacionais. É a única coisa que desejo ao Presidente. Espero que não me decepcione novamente.

Vou chamar, mais uma vez, a atenção do Presidente Lula: Presidente, discurso a gente "bola"; discurso a gente escreve ou manda escrever; mas, Presidente, difícil é materializarmos o discurso, e Vossa Excelência até hoje não materializou um discurso sequer. O que Vossa Excelência tem materializado, durante os quatro anos de seu Governo, é o discurso de Fernando Henrique Cardoso. Vossa Excelência nomeou bons Ministros, como Roberto Rodrigues, Dilma Rousseff e Furlan, este hoje completamente desanimado. Vossa Excelência não os deixou trabalhar.

Um dia, Vossa Excelência me disse que o Governo do PT no Espírito Santo não deu certo porque Vitor Buaiz nomeou para a Secretaria da Fazenda, embora um grande amigo e grande companheiro, simplesmente um fotógrafo. Vossa Excelência nomeou para o Ministério dos Transportes, órgão responsável por nossas rodovias e ferrovias, um cidadão sem cultura no ramo. Ser Prefeito de Manaus não dá essa experiência, Senhor Presidente. Daí a catástrofe da situação de nossas estradas.

Presidente, exonere Furlan do Ministério, mas o traga como consultor. Ouça mais a Dilma Rousseff, ouça o Furlan, pois eles sabem jogar para frente. Saia da defesa, Presidente. Vamos ganhar o jogo. Eu quero, Presidente, o melhor para o Brasil. Não quero que este País continue no marasmo que vive hoje.

Quero agora, Sr. Presidente, lembrar que passei aqui o meu tempo, nesses quatro anos, pedindo que conseguíssemos o crescimento econômico para o nosso desenvolvimento.

            O discurso do Presidente Lula, como o discurso que fez agora nosso Líder do Governo, Senador Aloizio Mercadante, é muito bonito, maravilhoso, mas se ele não se materializar, se não se acabar com a burocracia deste País, se não se olhar para o nosso agricultor, se não se olhar para o homem do campo, se não se olhar para o agronegócio, se não se impedirem os efeitos maléficos que estão trazendo os interesses internacionais, este País crescerá, no ano que vem, novamente, 2,8%, a violência crescerá ainda mais e este Brasil terá cada vez mais dificuldades.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Quero conceder um aparte ao Senador Gerson Camata, que havia solicitado. Desculpe-me pelo atraso, Senador Camata.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Senador Camata...

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Sr. Presidente, serei bem rápido.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Vou cronometrar o tempo do aparte: dois minutos para cada aparteante.

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - Sr. Presidente, vou tentar ver se consigo fazer o meu aparte em dois minutos, que começa ser contado a partir de agora. Ilustre Senador João Batista Motta, quero congratular-me com V. Exª pelo seu espírito combativo ao longo desse seu período aqui no Senado Federal. V. Exª foi, por duas vezes, Prefeito do seu Município, foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador da República, e posso testemunhar que V. Exª nunca perdeu a combatividade e a honra. Estou diante de um político honrado, que eu admiro e que o Espírito Santo admira. Quero dizer que V. Exª termina seu mandato aqui com a mesma combatividade, denunciando as mesmas coisas que denunciou durante todo esse tempo e que - V. Exª é testemunha - começaram a ser compreendidas no Brasil. O Ministro Malan dizia que, no Brasil, o difícil é prever o passado. Quando começa a surgir o gás, o Ibama - e V. Exª denuncia - faz a “Portaria Evo Morales”, para dar força ao Governo da Bolívia, contra o Governo do Brasil, nas negociações da Petrobras. E mais: V. Exª assiste agora, lá no porto da Aracruz, a falsos índios, pessoas travestidas de índios, atacando e causando um prejuízo de mais de quarenta milhões por dia às exportações brasileiras. Creio que V. Exª testemunhou esse período da história do Espírito Santo e do Brasil. Diz aqui o Senador Magno Malta que são índios de olhos azuis, vindos da França, pagos para fazer manifestações nas portas das filiais da Aracruz Celulose na França, Bélgica, Portugal e outros países da Europa. V. Exª testemunhou esses fatos. V. Exª foi o combativo Senador que o Senado aprendeu a admirar, o combativo Prefeito que seu Município admira e honra. Gostaria, portanto, de cumprimentá-lo, porque V. Exª vem aqui, talvez em um de seus últimos pronunciamentos, mas com a mesma combatividade e fazendo um resumo das lutas...

(Interrupção do som.)

O Sr. Gerson Camata (PMDB - ES) - ...e do trabalho em favor do Espírito Santo e do Brasil. Parabéns a V. Exª.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Gerson Camata, agradeço de coração. Estou emocionado, porque, vindo de quem vem, só pode me emocionar e me trazer muita felicidade. Espero agüentar a emoção por ver V. Exª, com lágrimas nos olhos, falar a meu respeito. Eu fui Prefeito da Serra e V. Exª foi Governador do Estado. Em 1983, nós ganhamos a eleição contra a revolução, naquela trincheira das Diretas Já, na igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, com um milhão de pessoas - com Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Lula e tantos outros. Graças a Deus, eu tive a oportunidade de estar ao seu lado. Muito obrigado, e que Deus o abençoe. V. Exª sabe o quanto eu o admiro e o prezo, e o povo do Espírito Santo sabe que isso é de coração, Senador Gerson Camata.

Concedo um aparte ao Senador Magno Malta. Desculpe, Sr. Presidente.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PL - ES) - Senador João Batista Motta, a generosidade do Presidente é muito grande em se tratando de um discurso como o de V. Exª. Espero que não seja o último, de forma definitiva, mas, quem sabe, é a última vez que V. Exª ocupa a tribuna do Senado da República nesta legislatura para fazer um retrospecto. O tema que V. Exª aborda hoje não é novo, absolutamente. V. Exª vem falando há quatro anos do conhecimento que tem, e que tem colocado à disposição do Senado e do Brasil, todas as vezes que usa a palavra a respeito da economia brasileira e de como somos prejudicados até pelos de casa. E aí voltamos ao caso do Ibama, tão bem tratado pelo nosso Senador em um pequeno aparte. Senador João Batista Motta, meu convívio político com V. Exª não é tão largo, não é de tanto tempo quanto o do Senador Gerson Camata, seu companheiro de velhas lutas. Quando cheguei ao Estado do Espírito Santo, em 1982, Gerson Camata e João Batista Motta já eram os ícones que são hoje, a história política de vocês já estava escrita, vocês já eram consolidados, amados, eram grifes políticas daquele Estado. Eu venho acompanhando de longe as suas ações, como Prefeito da Serra, no período em que dirigiu aquele Município. Aqui, de uma forma muito mais íntima, pude conviver com V. Exª. E sou grato a Deus por essa convivência, pelas conversas que tivemos, pela maneira gentil e afetuosa como sempre fui tratado por V. Exª, por poder aparteá-lo em temas em que V. Exª tem conhecimento e por ser algumas vezes aparteado por V. Exª em temas em que tenho conhecimento, como no caso das drogas e da violência...

(Interrupção do som.)

O Sr. Magno Malta (Bloco/PL - ES) - ...e a solidariedade de V. Exª. V. Exª é um homem solidário, e isso é importante e significativo. Não vou perder a imagem desse homem solidário que V. Exª é. Aqui nós ficamos, mas a nossa amizade permanece, e V. Exª há de contar comigo. Fico triste por lhe apartear no último discurso no Senado da República, mas espero que V. Exª continue na vida pública do Estado do Espírito Santo. Se isso não ocorrer por sua vontade, certamente manteremos o melhor de todos os relacionamentos para ajudar o nosso Estado. Parabenizo e envio o meu abraço à sua família, que durante esses quatro anos cedeu V. Exª para o Brasil, mas agora o tem de volta - a família sempre ganha em um momento como este. A nós, seus companheiros aqui, principalmente a mim e ao Senador Gerson Camata, resta a tristeza da ida...

(Interrupção do som.)

O Sr. Magno Malta (Bloco/PL - ES) - ...de um companheiro da qualidade de V. Exª. Que Deus ilumine seu caminho, e muito obrigado pela sua amizade.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Magno Malta, agradeço, de coração suas palavras que me emocionam. V. Exª sabe o quanto eu o admiro e o prezo. Muito obrigado, Senador.

Sr. Presidente, peço um pouco de paciência, estou terminando.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero dedicar meus quatro anos de mandato ao povo do meu Município, o Município de Serra do Espírito Santo, Município pelo qual fui eleito, com apenas sete mil votos, em 1983, e que hoje possui 250 mil eleitores, com 400 mil habitantes.

Município em que tive a honra de construir quase toda a sua obra de infra-estrutura, como o sistema de transporte coletivo, o terminal de Laranjeiras, a Rodovia Norte-Sul, a Rodovia Laranjeiras-Jacaraípe e tantas outras. Município para o qual levei mais de 60 escolas.

Município que, depois de grandes nomes como Eryx Guimarães, Naly da Encarnação Miranda, Aldaury Nunes e José Maria Feu Rosa, colocou um filho adotivo, um menino pobre, que só estudou graças a uma escola de tempo integral construída por Getúlio Vargas, que foi a Escola Técnica de Vitória, hoje Cetefes. Se não fosse Juscelino Kubitscheck, o maior Presidente de todos os tempos deste País, eu não teria ingressado na Universidade Federal do Espírito Santo.

Espero hoje estar deixando a vida pública sem um filho nomeado no serviço público ou um parente sequer. Sem aposentadoria de Prefeito, Deputado Federal ou Senador, minha aposentadoria saiu agora, no INSS, no valor de R$1.300,00. Nunca, graças a Deus,...

(Interrupção do som.)

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - ... tive meu nome envolvido em qualquer evento que dissesse respeito a desvio de conduta.

Agradeço à Marilda, minha mulher, à Marusa, à Kely, ao Carlinhos e ao Cacau, meus filhos, à Larissa, à Letícia, ao Rafael e ao João Vítor, meus netos.

Agradeço ao Presidente desta Casa, Renan Calheiros, grande amigo e parceiro, a quem desejo tudo de bom em sua carreira política. Que S. Exª chegue à Presidência deste País, com a experiência que carrega nos ombros.

Agradeço ao Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, com quem trabalhei, Senador Antonio Carlos Magalhães; ao Presidente do PSDB, Tasso Jereissati; ao meu Líder, Arthur Virgílio; à Líder Heloísa Helena, com quem tanto aprendi; aos Senadores José Agripino e Aloizio Mercadante; assim como a todos os Senadores desta Casa, que se tornaram meus amigos.

Ao Carreiro, competente funcionário da Mesa, os meus parabéns e o meu agradecimento. Aos demais funcionários da Mesa e ao Zezinho, com seus companheiros, ali no cafezinho, que deixam de ser apenas funcionários para se tornarem grandes amigos dos Senadores.

Agradeço ao chefe do meu gabinete, Sérgio Rodopiano, que tanto me ajudou; à Armênia, que todos aqui conhecem, pelo trabalho que desempenhou na Liderança do PSDB durante oito anos; à Quênia; à Meire, essa excelente e formidável secretária; ao Rodrigo, à Vânia, à Patrícia, à Raquel, ao Robson, ao Ribamar, ao Danúbio, ao Deivison , ao Cidinho e à Dora.

Agradeço ao chefe do meu gabinete no Espírito Santo, o Julinho, ao Wallace, à Ivone, à Marlene, ao Renan e à Flavinha.

Por fim, Sr. Presidente, gostaria de também fazer um agradecimento especial e dedicar meu trabalho, o meu mandato que agora encerro, ao Governador Paulo Hartung, sem o qual eu não teria passado por esta Casa. Agradeço a ele do fundo do meu coração, ao mesmo que desejo que ele realize um Governo melhor ainda que o primeiro, que já foi um Governo grandioso para o Espírito Santo.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador, perfeitamente. A voz é do Heráclito Fortes, mas...

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Agradeço a V. Exª. Caro Senador Mottinha, é muito triste quando o tempo é inimigo. V. Exª prepara-se agora para deixar esta Casa...

(Interrupção do som.)

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - ...na qual viveu intensamente esses últimos quatro anos, encarou em si o espírito do poeta, do “infinito enquanto dure”, e sai daqui com a consciência tranqüila do dever cumprido. Mas leve na consciência uma garantia: vai deixar aqui uma legião de amigos que ficarão torcendo pelo seu sucesso e pelo seu futuro, para onde você for e onde você estiver. Um grande abraço e muita sorte.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador Heráclito.

Concedo um aparte ao Senador Alberto Silva, que estava com o microfone levantado, se assim o Presidente permitir.

O Sr. Alberto Silva (PMDB - PI) - Um minuto só. Você sabe que nós conversamos muitas vezes. Eu disse a você que eu ia para a outra Casa porque o povo do meu Estado queria. Tenho certeza de que se você se candidatasse iria para a outra Casa como Deputado Federal pelo Espírito Santo. Mas V. Exª disse razões e mais razões por que estava deixando a vida pública. Ao cumprimentá-lo, considerando que você foi um dos grandes e brilhantes companheiros desta Casa - competente, brilhante, atuante, capaz -, vai fazer uma falta grande aqui, como vai fazer ao Congresso. Caro Senador Motta, espero que o Paulo Hartung não deixe você ir para Casa e aproveite toda a sua experiência, toda a sua competência, toda a sua seriedade e honestidade em favor do Espírito Santo. Quando Presidente da EBTU, fiz a ponte do gato e a ponte do pato - e você sabe o que quero dizer: uma estava parada na beira e chamavam-na ponte do gato, porque não tinha dado um pulo; a outra, inconclusa no meio do rio, chamavam-na ponte do pato, porque estava dentro d’água. Eu, como Presidente da EBTU, as concluí. Agradeço ao Presidente a oportunidade. Desculpe-me por tomar o tempo precioso na sua despedida. Parabéns. Fique na vida pública porque o Brasil precisa de V. Exª.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador. Deus lhe pague.

Concedo o aparte ao Senador Romeu Tuma.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Vou ser rápido, Senador Motta. V. Exª sabe que, desde o início, nasceu uma relação de amizade muito forte entre nós, pelo seu carinho, sua atenção, sua amabilidade, sua presença sempre permanente e sua força nas discussões daquilo que interessava, não só a seu Estado, mas ao povo brasileiro. V. Exª por indicação de um nome importantíssimo, no meu ponto de vista, para o País: Paulo Hartung. Se Deus quiser, V. Exª vai levar a sua experiência para que Hartung continue a ser esse vigoroso Governador com futuro promissor para o...

(Interrupção do som.)

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - ... País. Já cortaram o som, para que eu encerre logo. Desejo que o Espírito Santo o abençoe. Que V. Exª mande de lá algumas bênçãos de vez em quando para nós, porque estamos precisando muito. Boa sorte. Que Deus o abençoe. Continue trilhando o seu caminho com essa força pela população mais sofrida do seu Estado.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Romeu Tuma, agradeço-lhe de coração e lhe prometo, de vez em quando, passar por esta Casa, trazendo sempre na mão uma caixinha de bombons da Garoto.

Concedo um aparte ao Senador Augusto Botelho.

O Sr. Augusto Botelho (PDT - RR) - Senador Batista, o meu aparte se faz apenas para frisar que, nesses quatro anos em que vi V. Exª trabalhando aqui, vi um nacionalista que sempre lutou pelas causas brasileiras e parecia até que vivia na Amazônia porque se preocupava muito com a ecologia e com o problema indígena.

(Interrupção do som.)

O Sr. Augusto Botelho (PDT - RR) - V. Exª parece até que é um Senador da Amazônia porque vive se debatendo com ecologia e com problema índio. O meu Estado já tem mais de 50% da área transformada em área indígena, espero que pare. Mas o importante é que com V. Exª aprendi que temos de lutar pela nossa causa, pois sempre lutou com firmeza, foi firme naquele projeto das florestas, no qual também tínhamos posição igual à de V. Exª. Certamente, esta Casa perde com a sua saída porque vamos perder mais uma voz que briga contra as injustiças neste País. Tenho certeza de que o Espírito Santo o acolherá de braços abertos, e que V. Exª, logo, logo, estará exercendo outro cargo legislativo se V. Exª assim o quiser. Muito obrigado.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador.

Passaria a palavra ao Senador Aloizio Mercadante, que tanto nos honra com seu aparte.

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT - SP) - Senador João Batista Motta, ao longo desse período, V. Exª, com muita garra, sempre defendeu o seu Estado, o Espírito Santo, com as suas idéias, os seus posicionamentos. Isso o credencia para qualquer nova função na vida pública. Espero que essa recolhida seja temporária. V. Exª, ao longo da vida, acumulou uma experiência servindo à sociedade, como Prefeito e, agora, como Senador da República. Essa experiência é muito rica em um País que tem tantos desafios pela frente e um Estado que tanto precisa de pessoas com experiência. Que essa experiência possa servir aos seus cidadãos, ao seu povo. Portanto, desejo a V. Exª muitas felicidades nesta nova etapa da sua vida, com a certeza de que é apenas um breve intervalo, porque V. Exª, seguramente, voltará a militar na política e estará contribuindo para o povo do Espírito Santo. Parabéns pelo mandato e boa sorte na sua vida pessoal.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB-ES) - Nobre Senador, agradeço a V. Exª, de coração, mas eu aprendi com o Pelé que o homem tem que saber a hora de sair. Eu não esqueço disso e, por esta razão, eu acho que está na minha hora de sair e me recolher. Mas quero fazer das palavras de V. Exª as minhas porque eu também o prezo muito e desejo muitas felicidades tanto para V. Exª quanto para o seu Governo, pois quero o bem deste País. Muito obrigado pelas suas palavras.

Concedo um aparte ao Senador Delcídio Amaral.

O Sr. Delcídio Amaral (Bloco/PT - MS) - Meu caro Senador Motta, aprendi a admirá-lo não só pelo trabalho que executou ao longo do mandato como Senador da República, mas também como legítimo representante do Espírito Santo, discutindo as questões do seu Estado, olhando, mais do que nunca, pelo futuro de grande progresso do Estado do Espírito Santo, pelo potencial que tem, pelos investimentos, pelo porto extraordinário, hoje utilizado pela Vale do Rio Doce, pelos processos de agregação do minério de ferro de Itabira e, conseqüentemente, a agregação de valor às nossas exportações, pelo potencial na produção de petróleo e gás. Há alguns dias, conversávamos sobre repetir a experiência de Macaé no Espírito Santo também, e todo o trabalho e dedicação ao seu povo. V. Exª sempre se comportou aqui com muita galhardia, com muito respeito a todos os seus companheiros, colegas, mas sempre numa postura crítica, numa postura firme, fiscalizadora, e, mais do que nunca, dedicado aos principais temas que afetam não só o seu Estado como o País. Por isso, V. Exª deixará saudades, mas tenho certeza de que V. Exª cumpre mais uma etapa de sua vida exitosa e continuará contribuindo pelo bem do Espírito Santo e pelo bem do Brasil, seja por intermédio de mandatos parlamentares, seja por intermédio de mandatos executivos, seja por intermédio do exercício da experiência e do conhecimento que V. Exª adquiriu ao longo de toda essa caminhada. Quero dizer do meu orgulho, da minha satisfação de tê-lo como colega, como amigo, como companheiro no Senado Federal, desejar muito sucesso, desejar que Deus abençoe e ilumine V. Exª e sua família. E que V. Exª continue fazendo grande trabalho pelo Espírito Santo e pelo Brasil. Sucesso sempre! Que Deus o ilumine porque V. Exª merece. V. Exª é uma referência do seu povo.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Delcídio Amaral, muito obrigado pelas palavras. Que Deus lhe pague pelo aparte.

Concedo a palavra agora a um Senador que tanto aprendi a admirar, de quem tanto aprendi a gostar, Senador César Borges, da Bahia.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Senador João Batista Motta, pelos méritos que V. Exª adquiriu ao longo de sua vida pública, V. Exª conquistou todos nesta Casa; pela sua forma simples, amiga, cordial. Hoje nós todos o admiramos e sabemos da sua luta, muitas vezes inglória, para defender interesses do seu Estado. E quero fazer um agradecimento público pelo meu Estado, a Bahia. Lutou V. Exª por um projeto correto, gerador de emprego, gerador de renda, lutou para que se faça valer a lógica, a racionalidade. Lamentavelmente não é assim que este Governo muitas vezes conduz as questões relacionadas ao ambiente. Quer dizer, criou uma zona de amortecimento incrivelmente larga, inaceitável; não tem nenhuma lógica para a questão de Abrolhos, tudo para impedir um projeto gerador de emprego e renda que a população da cidade de Caravelas deseja ardentemente; a cidade precisa exatamente disso. Nós somos gratos pela sua luta; mas a sua luta continua e nós continuaremos juntos. Onde V. Exª estiver, nós estaremos juntos. Vai fazer uma falta muito grande para esta Casa, particularmente a este que é - se me permite - o seu amigo, conquistado exatamente pela sua maneira nobre de se conduzir perante seus colegas e seus pares. Que Deus o proteja e o leve a sucessos na sua vida pessoal e pública.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Que Deus lhe pague pelas palavras, Senador César Borges!

Senador Antonio Carlos Magalhães, já fiz referência a V. Exª no meu discurso, dizendo da minha satisfação e alegria de participar da Comissão de Constituição e Justiça, que V. Exª preside, e ter conhecido um homem com a firmeza de V. Exª, sua coragem que eu tanto aprendi a admirar e aplaudir. Em razão disso, Senador, passo-lhe a palavra. Muito obrigado.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Senador João Batista Motta, V. Exª teve o poder de, em pouco tempo, conquistar eu não direi os Senadores mas toda a Casa pela sua sinceridade, pelo seu tratamento lhano, sua coragem sobretudo de sempre estar com as boas causas.

Uma pessoa que chega aqui pela primeira vez, como V. Exª, ter esses predicados todos, isso nos faz mais felizes e, ao mesmo tempo, tristes por saber que V. Exª não vai mais participar das atividades parlamentares. Eu tenho certeza, porém, que o povo do Espírito Santo, pela sua atuação, há de colocá-lo outra vez aqui no Senado da República. De minha parte, eu gostaria de dizer que, mesmo que V. Exª ainda não venha para o Senado imediatamente, faço questão que V. Exª venha se juntar a nós sempre neste plenário, no cafezinho e nas salas da Comissão porque a sua presença nos agrada e até, muitas vezes, nos ilumina. Muito obrigado.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Antonio Carlos Magalhães, muito obrigado, agradeço-lhe de coração. Que Deus lhe pague pelas palavras!

Passo a palavra ao Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador João Batista, V. Exª já tem esse nome abençoado: daquele que preparou o caminho e teve a humildade, dizia que não podia nem amarrar as sandálias d’Aquele que vinha pregar a verdade, que era o Messias, e que ele ia batizar com o Espírito Santo. V. Exª tem o nome, tem o Espírito Santo e trouxe essa sabedoria aqui. O que me impressiona em V. Exª é o seguinte: a seriedade como V. Exª defendeu as grandes teses de economia.

V. Exª é afável, agradável, simpático. Todos gostamos de conviver com V. Exª, que é a própria definição de empatia. Quero aqui relembrar sua competência nas análises e sugestões ao desenvolvimento da economia e riqueza do País. Eu, Alberto Silva e Heráclito queremos receber V. Exª, com sua inteligência, no Piauí e aumentar nossa convivência. Neste momento, digo-lhe que ninguém se perde no caminho de volta. Daqui a quatro anos, haverá uma vaga aqui e, com certeza, V. Exª tem todo mérito para representar a grandeza do seu Estado.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Mão Santa, nunca esperaria diferente pronunciamento de V. Exª, dada nossa amizade e o carinho que temos um pelo outro.

Ouço o aparte do Senador Gilvam Borges.

O Sr. Gilvam Borges (PMDB - AP) - Senador João Batista Motta, V. Exª não é e nunca será uma pessoa sicofanta. V. Exª, muito pelo contrário, é a estirpe de um caráter formado no próprio trejeito que observamos no seu desenvolvimento físico, que retrata a singeleza e a capacidade de agregar tanta simpatia nesta Casa.

V. Exª foi um exemplo de assiduidade e atuação com altivez nas comissões das quais fez parte, designado pela Liderança do seu Partido. Que o diga o Exército brasileiro, em que V. Exª teve a satisfação de ter a experiência e a formação de um nacionalista convicto, que sempre defendeu as causas nacionais, salvaguardando os interesses regionais. V. Exª realmente agregou simpatia e respeito. A qualificação de V. Exª impressiona todos os Pares que hoje participam deste momento importante na vida de V. Exª. V. Exª não deixa saudades; deixa experiência e um exemplo de amor e compreensão. Nas linhas e entrelinhas de seu discurso, observa-se que V. Exª citou do pequeno ao grande, fazendo referência de gratidão. O homem que é grato é temente a Deus. Portanto, as idéias de V. Exª, seus pronunciamentos com excelente, retumbante e capaz retórica levaram a todos os recantes deste País uma representação digna do seu querido Estado do Espírito Santo, que nos deu a benção e a oportunidade de tê-lo aqui nesta augusta Casa. Portanto, Senador João Batista Motta, vá ficando porque suas impressões, sua fala, seus gestos e abraços estarão registrados não só na memória dos que tiveram a oportunidade de conviver com V. Exª. Portanto, as idéias de V. Exª, os pronunciamentos com a excelente retórica, retumbante e capaz, levou a todos os recantos deste País uma representação digna do seu querido Estado do Espírito Santo, que nos deu a bênção e a oportunidade de tê-lo aqui, nesta Augusta Casa. Senador João Batista, vá ficando, porque as impressões, a fala, o gesto e os abraços de V. Exª estarão registrados não só na memória dos que tiveram a oportunidade de conviver com V. Exª. Recomendo ao Espírito Santo que o receba e o reconduza a novas missões no setor público, porque realmente V. Exª é digno e merecedor do respeito do seu Estado e do resto dos Estados brasileiros. O Amapá, então, traz um abraço molhado do grande rio Amazonas a V. Exª, para que se lembre de que teve a oportunidade de ter uma convivência conosco. V. Exª não é nem nunca será um sicofanta; V. Exª é um homem digno, correto e vai levando uma experiência fantástica e o orgulho dos seus Pares nesta Casa. Um grande abraço não ao Senador João Motta, mas - como todos o tratavam aqui carinhosamente e o tratam - ao Mottinha. Deus o abençoe. Prosperidade, saúde, e paciência.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PMDB - ES) - Muito obrigado pelo aparte, Senador Gilvam Borges.

Concedo a palavra ao Senador Eduardo Suplicy.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador João Batista Motta, Agradeço a V. Exª pelo respeito e atenção em todos os debates que aqui travamos, cumprimentá-lo pelo seu desempenho nas comissões e nos debates aqui no Senado Federal, sempre tão aguerrido em defesa dos interesses do povo do Espírito Santo e do povo brasileiro. Desejo que V. Exª leve a sua experiência no Senado Federal para muitas outras funções em que, certamente, estará dignificando o povo do seu Estado. 

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador Eduardo Suplicy.

Concedo a palavra ao meu companheiro de Partido, Senador Alvaro Dias, ex-Governador lá do nosso querido Paraná.

O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Muito obrigado, Senador Motta. V. Exª deixa algumas marcas significativas na sua passagem pelo Senado Federal: como homem público, a marca relevante do grande amor ao seu Estado do Espírito Santo. Ninguém jamais superará V. Exª em entusiasmo, em dedicação, em amor à causa do Espírito Santo. Somos testemunhas do seu comportamento, da sua postura, da sua energia, do seu entusiasmo e competência na defesa dos interesses do povo do Espírito Santo. Mas eu quero também destacar outra marca de V. Exª: uma capacidade insuperável de fazer amigos. Ontem, tivemos um almoço de confraternização da nossa Bancada, no gabinete do Presidente Tasso Jereissati, e todos manifestaram a sua tristeza com o fato de V. Exª estar se despedindo desta Casa, revelando o grande amigo que V. Exª se tornou de todos os seus Pares no Congresso Nacional, sobretudo em seu Partido, o PSDB. O que nós queremos dizer ao Espírito Santo e, sobretudo, aos nossos companheiros daquele Estado é que V. Exª tem dos seus pares, da Direção Nacional do PSDB, das Lideranças do PSDB no Congresso Nacional, da Bancada do PSDB a maior estima, a maior consideração e o maior respeito. V. Exª é para nós um homem público do maior valor. Parabéns, Senador Motta, e seja feliz. Que Deus o acompanhe sempre.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador. Deus lhe pague pelas suas palavras.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Concedo a palavra ao Senador Marco Maciel.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - Nobre Senador, João Batista Motta, eu desejo, em rápidas palavras, cumprimentá-lo pelo mandato que V. Exª cumpriu aqui no Senado Federal e fazer votos de continuado êxito em sua vida pública.

Tive a oportunidade de conhecê-lo, ainda Deputado Federal, quando V. Exª representou o seu Estado, o Espírito Santo, em diferentes mandatos na Câmara Federal e se houve também de maneira competente e brilhante, ao desincumbir-se do mandato de Senador. Além das suas qualidades intelectuais, V. Exª se caracteriza por uma convivência que encanta a todos. V. Exª deixa o Senado, mas deixa aqui também muitos amigos.

Concluo o meu aparte, fazendo votos de que continue a participar ativamente da vida política do seu Estado e também do País, porque V. Exª tem dado uma contribuição importante ao debate dos problemas brasileiros e, de modo especial, ao Estado que V. Exª representou tão bem aqui, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal.

Meus cumprimentos, portanto.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador, da mesma forma, agradeço a V. Exª de coração. Que Deus lhe pague pelas suas palavras.

O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Quero conceder a palavra agora ao meu amigo irmão, Senador Geraldo Mesquita.

O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Meu prezado e querido amigo, Senador Motta - permita-me a intimidade, Senador Mottinha, como nós, afetuosamente, nos habituamos a chamá-lo nesta Casa -, há pessoas que não precisam de um grande espaço de tempo, numa Casa como esta, para se fazer respeitar pela sua presença, pela sua atuação, na convivência com seus Pares, na defesa dos interesses do seu Estado, do seu País. Como disse, há pessoas, como V. Exª, que não precisam de um largo tempo. Em qualquer período de tempo essa pessoa, como V. Exª, exercita aquilo que tem nato: a capacidade de liderança, a capacidade de bem representar seus conterrâneos, e isso V. Exª mostrou à soberba aqui nesta Casa. O Senador Alvaro Dias tem razão, quando diz que uma das suas maiores virtudes e capacidade é a maneira como V. Exª facilmente faz amigos, amizades, constrói esse patrimônio que, talvez, seja uma das poucas coisas importantes na vida. E V. Exª nos cativou a todos. É o Senador que, logo mais, mesmo ausente fisicamente, será sempre uma presença constante nesta Casa. E, particularmente, este seu amigo que lhe fala valoriza muito uma coisa que aprendi a colher e a cultivar aqui nesta Casa: o convívio com pessoas mais experientes, que me proporcionaram ensinamentos e lições. Quantas vezes sentei-me com V. Exª, ali no Cafezinho, e privei e me apropriei de ensinamentos, de conhecimentos, de reflexões políticas sobre questões relativas à vida do nosso País, à vida dos nossos Estados! Quantas vezes, se V. Exª bem lembra, isso não ocorreu! Pessoas como V. Exª, outros companheiros aqui, alguns já... Eu tive oportunidade de dizer isso acerca do Senador Ramez Tebet, com quem aprendi muito nesta Casa, e também, da mesma forma, com V. Exª e com outros companheiros muito mais experientes na vida, na política. Quero agradecer por isso, quero agradecer pelo privilégio de tê-lo conhecido, de ter privado da sua companhia nesta Casa, pelo privilégio de ter presenciado sua atuação sempre vibrante, elegante. Creio que a imagem que V. Exª deixa fixada nesta Casa é esta: de um Parlamentar atuante, de uma personalidade forte, que jamais resvalou para a baixaria, que construiu suas críticas aqui de forma altiva. A imagem dessa pessoa doce, elegante e firme na sua atuação política é a imagem que vou fixar para sempre do companheiro Mottinha, que muito nos alegrou no convívio nesta Casa. Muito obrigado pela oportunidade de ter privado da sua companhia aqui.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Geraldo Mesquita, também lhe agradeço de coração pelas suas palavras.

Concedo um aparte ao meu querido Senador e companheiro de Partido Flexa Ribeiro.

O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Também vou chamá-lo de Senador Mottinha, pelo carinho, pela amizade que nos une. Senador, ontem, durante o almoço da Bancada do nosso Partido no Gabinete do nosso Presidente, Tasso Jereissati, V. Exª já expôs a trajetória de vida política vitoriosa que todos nós conhecemos. Foi prefeito da segunda maior cidade do seu Estado, foi Deputado Federal, Senador da República, e tenho absoluta certeza de que V. Exª não está encerrando a sua carreira política. Muito pelo contrário: V. Exª volta ao Espírito Santo para ajudar o PSDB a se fortalecer, a ficar pronto para os embates eleitorais que virão no processo das eleições municipais daqui a dois anos. E, daqui a quatro anos, V. Exª, com certeza absoluta, estará, pela vontade do povo do Espírito Santo, continuando a sua luta em benefício daquele Estado. Quero dar o meu testemunho ao povo do Espírito Santo da determinação, da competência e da bravura com que o Senador João Motta se houve no desempenho de honroso representante daquele Estado no Senado Federal. Senador Mottinha, além de suas qualidades reconhecidas por todos os seus Pares, no caso específico do seu amigo, uma nos une, que é a afinidade que V. Exª tem com o Estado do Pará. V. Exª é - e eu o considero - um paraense, porque há várias décadas desenvolve uma atividade empresarial no nosso Estado, ajuda-nos a desenvolver o Estado do Pará e vai continuar, com os seus filhos, alguns deles residentes no Pará, a ajudar aquele Estado a crescer econômica e socialmente. Quero desejar a V. Exª, Senador Motta, sucesso na sua vida. Que V. Exª continue abençoado por Deus, que Deus ilumine V. Exª e sua família! E tenho certeza absoluta de que vamos estar juntos: juntos nesse embate pelo fortalecimento do PSDB e juntos num futuro breve, quando do seu retorno ao convívio dos seus Pares. Um grande abraço, Feliz Natal e um 2007 de muita saúde e luz.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Flexa Ribeiro, V. Exª sabe a consideração que tenho pelo seu Estado, pelo seu Governador, pela sua gente. V. Exª é desses amigos especiais que a gente consegue na vida e que não vai esquecer nunca.

Concedo agora a palavra ao Senador Cristovam Buarque, que muito me honra com seu aparte.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Muito obrigado, Senador. A mim que me honra - embora com certa tristeza de despedida - falar e deixar no seu discurso o registro de minha simpatia e meu respeito por seu trabalho, muitas vezes um trabalho caracterizado de algo que falta aqui: a discrição, essa discrição que é a sua qualidade, que o diferencia de muitos e que é usada em defesa do seu Estado e, sempre que foi preciso, em fortes discursos aqui, em defesa do Brasil. Vamos ficar aqui tristes, mas lembrando a força com que V. Exª desempenhou o seu mandato. Um grande abraço e muito boa sorte. Fora do Senado, tenho certeza de que V. Exª vai continuar sua luta por um Brasil melhor.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Cristovam, muito obrigado por suas palavras e que Deus o encaminhe na vida para que V. Exª possa aplicar tudo o que deseja em prol dos humildes e dos mais necessitados, porque todo o brasileiro de bom senso sabe que o nosso problema só será resolvido com a sua proposta: a educação. Muito obrigado, Senador.

Concedo a palavra a meu companheiro de Partido, Senador Sérgio Guerra.

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB - PE) - Dou a minha palavra no dia de sua despedida do Senado: V. Exª é companheiro da melhor qualidade, leal - vimos isso na campanha -, seguro, explícito. V. Exª não teme a verdade, enfrenta-a com absoluta convicção. Foi um companheiro de excelente nível, sob todos os aspectos: pessoal, político... Sempre correspondeu às demandas do PSDB, nunca lhe faltou. E a população presta atenção a isso, presta atenção aos que são coerentes, aos que são seguros. V. Exª vai fazer falta a todos nós. Um amigo dos melhores e um Senador também muito bom para o Senado e para o seu Partido.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador, muito obrigado pelas palavras e fique certo V. Exª de que, onde estiver, estarei sempre na mesma trincheira, defendendo os mesmos princípios.

Concedo a palavra agora ao nosso Líder do PFL, meu amigo particular, por quem tenho tanta consideração, que é o Senador José Agripino.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Meu eminentíssimo Senador João Batista Motta, creio que V. Exª se lembra da oportunidade em que nos conhecemos: eu era Governador, e V. Exª Prefeito. E foi a Natal com o seu Governador de então, Albuíno Azeredo, para visitar uma obra que eu executava como Governador e que era a única do Brasil, um CAIC esportivo. V. Exª deve se lembrar da fidalguia com que o recebi. Foi quando o conheci e, naquele momento, nosso sangue já cruzou bem. E continuou aqui no Senado. V. Exª, com esse seu ar simpático de político com experiência e com identidade popular, chegou ao Senado e teve excepcional convivência com seus Pares, convivência sobre a qual quero dar meu testemunho, e quero manifestar a saudade que todos vamos ter da sua ausência. V. Exª foi Prefeito de Serra, Município importante da Grande Vitória. Chegou ao Senado da República, encerra o seu mandato e volta à sua província, à nossa querida Espírito Santo, onde, seguramente, vou encontrá-lo no mês de janeiro. Eu quero dizer que a imagem que V. Exª deixa junto aos seus Pares é a imagem de um homem sério. V. Exª atravessou no Congresso Nacional talvez um dos momentos mais turbulentos: crise de Sanguessuga, crise de Mensalão, denúncia de corrupção. V. Exª nunca esteve metido em nada. V. Exª tem uma vida pública limpa. Quando os assuntos do seu Estado estão em pauta, V. Exª sai, do homem manso que é, para o bravo que na verdade o é, para o “leão” que defende os interesses do seu Estado de forma intransigente, como deve ser. Deixa no Senado, portanto, a marca de homem sério, dedicado ao seu Estado e ao interesse coletivo, mas, fundamentalmente, de um amigo bom, amigo dos seus companheiros e amigo de José Agripino Maia, que fez questão de vir aqui para prestar este testemunho para que aqueles capixabas que estão nos ouvindo saibam qual é a imagem que o Senado guarda de V. Exª: o homem sério que volta à sua província. E tenho certeza de que vou visitá-lo na Prefeitura de Serra, para onde V. Exª vai ser eleito daqui a dois anos - não tenho nenhuma dúvida - para continuar a prestar serviços ao seu Estado. E V. Exª poderá contar agora com uma Casa de quem V. Exª não vai se apartar, que é o Senado da República, onde eu pretendo estar para lhe ajudar. Com os meus votos pessoais de Natal muito feliz, a minha manifestação cordial de apreço, de amizade e de reconhecimento pelo bom Senador que V. Exª foi e é.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador José Agripino, eu lhe agradeço de coração. Suas palavras me emocionam, mas V. Exª esqueceu-se de um detalhe: eu, como Prefeito e oriundo de uma escola técnica de tempo integral, tinha como paixão construir uma escola técnica no meu Município. Como Prefeito, doei a maior área do Brasil, 150 mil metros, na área mais nobre do Município. E foi V. Exª quem foi ao Ministério da Educação para liberar a construção dessa escola. Ela hoje é a melhor, a principal, a mais bonita, aquela que mais produz entre as escolas técnicas federais do Brasil, que é a Escola Técnica Federal da Serra, que conseguimos construir com o convênio com o Ministério da Educação e com a sua ajuda. V. Exª talvez tenha se esquecido desse detalhe. Muito obrigado por tudo, Senador José Agripino.

Agora só falta uma pessoa, e eu a deixei por último de propósito. Senadora Heloísa Helena, sou do interior, sou caipira, gosto do Zezé di Camargo e Luciano, gosto do Leonardo, gosto do Chitãozinho e Xororó e gosto também do Bruno e Marrone. O último DVD deles eu adquiri e recomendo que as pessoas comprem também. Ele termina o seu show, feito aqui em Goiás, com uma música chamada Rosas, uma música linda. E quero, como último aparteante, encerrando a minha carreira aqui neste Senado, ouvir a palavra da principal rosa da Casa, que é V. Exª, Senadora Heloísa Helena.

A Srª Heloísa Helena (P-SOL - AL) - Oh, meu Deus! Obrigada, Mottinha, pela generosidade, pela delicadeza de sempre nesta Casa, obrigada pela sua competência, pela delicadeza em sempre disponibilizar todos os argumentos técnicos, todos os pronunciamentos, mesmo durante a campanha eleitoral, em que V. Exª foi fervoroso defensor do Alckmin, mas sempre que estávamos falando sobre reforma tributária, interesse nacional, subsolo brasileiro, apresentava V. Exª as propostas concretas para que pudéssemos utilizar também e estudar, adquirir o conhecimento de forma tão importante acumulado por V. Exª. Agradeço também o convite de ir para aquele lugar tão lindo que é o Espírito Santo. V. Exª disse desde o início: “Olha, quero, com a minha família, lhe receber.” Com toda a delicadeza. Então, Mottinha, que Deus lhe abençoe, como sempre lhe abençoou, eu tenho certeza. Que este Natal, que o Ano Novo seja vivido de amor em plenitude, de felicidade, de saúde, de paz. Sou testemunha da generosidade de V. Exª e do apoio de V. Exª, sempre, a todos os projetos importantes para o nosso País, para o nosso Brasil, sem ser serviçal, sem ser patrocinado a um servilismo aos governantes de plantão. Então, a minha alegria de ter convivido com V. Exª, e agradeço de coração. E eu agora vou até comprar o CD para ver que música é essa das rosas (Risos). Aliás, estou com uma briga com as formigas para manter um jardim de rosas, que é um negócio danado! Agradeço. Amei essa história das rosas. Agora, pronto! Já fizeram uma orquídea com o meu nome. Algumas pessoas fizeram uma orquídea com o meu nome. E eu estava dizendo um dia ao Senador Valter Pereira que é a minha dívida com o Senador Ramez Tebet. Na casa do Senador Ramez Tebet, Mottinha, tem um monte de rosas pintadas. E eu até brincava com a Fairte, dizendo: Ah! Mas tinha que ter uma rosa nesta casa tão linda como a sua esposa. E ele dizia: “Não, eu quero é uma orquídea com o seu nome, aquela branca, tão linda que vi no jornal.” Infelizmente, não tive a oportunidade de dar a ele uma coisa tão linda, tão delicada com a qual homenagearam a mim há muito tempo. Então, agradeço a V. Exª as considerações generosas, delicadas. E, mais do que as considerações, a convivência que tive com V. Exª nesta Casa, sempre generoso, capacitado, competente, disponibilizando conhecimento acumulado. Portanto, Deus lhe abençoe, Mottinha. Obrigada pela convivência neste Senado.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senadora. Eu não poderia dizer outras palavras de V. Exª. V. Exª sabe a admiração. Eu queria agora, perante o povo que está assistindo à TV Senado neste momento, confirmar o convite para que V. Exª vá ao Espírito Santo, visite nossas praias e nossas serras, nossas indústrias e nosso desenvolvimento. V. Exª merece e precisa estar lá conosco. Muito obrigado pelas palavras.

Ouço o Senador Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Nobre Senador Mottinha, eu não poderia deixar, de maneira alguma, de fazer uma colocação nessa sua despedida. Eu tive muita honra, mas muita honra mesmo de conviver consigo, de tê-lo no PMDB por muito tempo, bastante tempo. V. Exª deixou tantos amigos e ficou tão amigo de todos nós que não há festa do PMDB que nós não o convidemos e que V. Exª, com muita gentileza, não vá e não brinque dizendo que é um peessedebista, mas continua com ligações afetivas ao nosso Partido. Eu fico muito triste de ver que o Senado está perdendo V. Exª, mas V. Exª está indo, com certeza, para outras obrigações, é um homem de iniciativa privada também. Eu não podia deixar de dizer da minha admiração, do meu testemunho pelo esforço com que V. Exª cumpriu todo este mandato, fazendo tudo o que podia para servir ao seu Espírito Santo. Lamento, só lamento que não tenhamos V. Exª aqui por mais tempo, porque este Senado teve muito a aprender, como nós tivemos a aprender com V. Exª, que é um homem capaz, simples, mas extremamente cumpridor do seu dever, que brilhou aqui representando o seu Espírito Santo. Era essa a minha colocação.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador Suassuna. O senhor ficará sempre também no nosso coração.

            Senador Sibá Machado, por último, Senador, encerrando meu pronunciamento, eu queria aqui de público, perante toda a televisão, perante o Brasil, pedir desculpas ao Senador Sibá Machado. Foi um Senador com quem um dia nós trocamos algumas farpas: ele defendendo uma tese sobre o meio ambiente, e eu, pedindo providências ao Governo Federal, não fui bem entendido por ele. Queria aqui, perante todos, pedir desculpas e dizer que eu lhe prezo muito e lhe quero muito bem.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Senador Renan Calheiros, Presidente desta Casa, mais uma vez, vou encerrar meu discurso, dizendo a V. Exª...

O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Permita só um instantinho, Sr. Presidente. Senador Motta, V. Exª me permite? É só para dizer que eu jamais guardo mágoa de qualquer pessoa. Acredito que isso é um dom que Deus me deu e que eu prezo muito. Acho que tudo o que acontece no calor de uma emoção é momentâneo. O que fica entre nós, acima de qualquer coisa, é a relação de respeito entre as pessoas. Saio daqui também convencido de que, com V. Exª ou com qualquer outro colega de trabalho nesta Casa, fica apenas um laço de amizade e de respeito que nós temos e o aprendizado que eu tive. Associo-me às palavras dos demais. V. Exª não precisa pedir nenhuma desculpa, porque já nos abraçamos após aquilo, já conversamos e pedimos nossas desculpas mútuas. E fica aqui também o apreço que aprendi a ter por V. Exª. Muito obrigado pela atenção.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, e Deus lhe pague por tudo, Senador Sibá Machado.

Sr. Presidente, vou terminar, agradecendo-lhe, mais uma vez, pela paciência, pelo carinho, pelo grande Líder que V. Exª é. Que Deus lhe proteja, mais uma vez, é o que lhe desejo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2006 - Página 39525