Discurso durante a 210ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

O desempenho do esporte olímpico brasileiro.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • O desempenho do esporte olímpico brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2006 - Página 39717
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, POSIÇÃO, SUPERIORIDADE, BRASIL, ESPORTE PROFISSIONAL, AMBITO INTERNACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, VITORIA, GRUPO, VOLEIBOL, CAMPEONATO MUNDIAL, ELOGIO, ATUAÇÃO, TECNICO ESPORTIVO, IMPORTANCIA, LEGISLAÇÃO, FINANCIAMENTO, CRIAÇÃO, CENTRO DE TREINAMENTO, PRATICA ESPORTIVA, PREPARAÇÃO, ATLETAS, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, COMENTARIO, RELEVANCIA, ESPORTE, INTEGRAÇÃO SOCIAL, POPULAÇÃO CARENTE.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o esporte olímpico brasileiro vem-se destacando internacionalmente, com desempenho em nível de excelência em diversas modalidades.

A conquista da Seleção Brasileira masculina de voleibol, hexacampeã da Liga Mundial e bicampeã do mundo, em 2006, sob a direção do competente técnico Bernardinho, é uma prova cabal do grande potencial dos nossos atletas.

Nossos atletas geralmente necessitam apenas de um mínimo de apoio e de estrutura material, para seu pleno desenvolvimento.

Necessitamos de organização, liderança, disciplina, trabalho de equipe e, naturalmente, apoio técnico e financeiro para apresentarmos um desempenho extraordinário, compatível com os mais altos níveis de competição internacional.

A Lei Agnelo/Piva vem cumprindo esse papel indispensável, ao fornecer as condições materiais necessárias para o financiamento e desenvolvimento dos esportes olímpicos, em suas diversas modalidades.

A criação dos Centros de Treinamento e de Desenvolvimento, por exemplo, é da mais alta importância para a melhoria dos esportes olímpicos no Brasil.

O gerente geral do Departamento Técnico do Comitê Olímpico Brasileiro, José Roberto Perillier, define com propriedade as principais funções e objetivos dos Centros de Treinamento e de Desenvolvimento: “Os centros proporcionam aos atletas e aos treinadores uma melhor estrutura de trabalho. Através de uma centralização das atividades de treinamento e de uma convivência mais harmoniosa, promovem uma integração das equipes. O relacionamento entre os atletas e as comissões técnicas cresce, assim como o comprometimento do grupo em busca dos seus objetivos”.

Até 1997, o esporte olímpico brasileiro praticamente não tinha o apoio material e técnico necessário para seu desenvolvimento. Havia apenas uma estrutura de treinamento para atletismo, em Manaus.

Atualmente, existem centros de excelência para o treinamento e desenvolvimento de 16 modalidades esportivas: atletismo, beisebol, boxe, canoagem, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica trampolim, handebol, hóquei sobre grama, levantamento de peso, pentatlo moderno, taekwondo, triatlo, vela e voleibol.

O Brasil está-se preparando para ocupar o lugar que merece no cenário esportivo mundial. A realização dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, um dos maiores eventos esportivos da América do Sul, certamente contribuirá para a preparação e o aprimoramento dos nossos atletas, além de abrir novas perspectivas para que o Brasil possa sediar outros eventos esportivos de expressão mundial.

O Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, afirmou: “Os recursos da Lei Agnelo/Piva vêm propiciando uma série de ações no esporte olímpico brasileiro, que têm sido fundamentais para o aprimoramento dos atletas e equipes das mais diversas modalidades esportivas. A criação e a manutenção de Centros de Treinamento e Centros de Desenvolvimento por parte das Confederações Brasileiras Dirigentes de Esportes Olímpicos é uma das importantes ações que vêm sendo possibilitadas pela lei.... Os benefícios dos centros são imensos, já que estes contam com a estrutura necessária para o treinamento e preparação dos atletas, permitem a descoberta e a formação de novos talentos, possibilitam maior integração entre atletas e comissão técnica e ajudam a focar o trabalho planejado, e por conseguinte atingir as metas estabelecidas por cada Confederação. São espaços de vital importância para a evolução qualitativa do nosso esporte, promovendo assim mais possibilidades de aperfeiçoamento aos nossos atletas e equipes”.

O competente técnico Bernardinho, ao receber o Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Técnico de 2006, afirmou: “Quantos jovens são necessários para formar um campeão olímpico? E isso nem é o mais importante. O mais importante é que as crianças tenham acesso ao esporte”.

Essa deve ser a preocupação de todos nós que temos responsabilidade política: assegurar às nossas crianças condições materiais para que possam praticar uma modalidade esportiva adequada às suas condições pessoais.

Não podemos esquecer um dos aspectos mais relevantes do esporte: a inclusão social. E aqui gostaria de destacar o trabalho realizado por diversas pessoas que estão se dedicando à inclusão de jovens, principalmente as comunidades mais carentes e sujeitas a maiores riscos sociais.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) premiou com o Troféu Esporte e Comunidade o professor de Educação Física Paulo Servo da Costa, que trabalha, há 24 anos, em bairros da periferia do Rio de Janeiro, supervisionando o treinamento de 500 crianças e jovens na área do atletismo.

As palavras do professor Paulo Servo da Costa servem de exemplo para todos nós: “O esporte é o maior veículo de inclusão social que conheço. Trabalhando com comunidades carentes, pude comprovar isso. Peço aos governantes que olhem com carinho essa Lei de Incentivo Fiscal”.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o Brasil tem tudo para se tornar um exemplo de inclusão social, de redução de desigualdades, de desenvolvimento social usando instrumentos de políticas públicas, como o esporte olímpico.

O esporte é, sem dúvida, uma dessas ferramentas mais importantes, pois engloba os ideais de ética, disciplina, eficiência técnica e física, ludismo, companheirismo, respeito ao próximo e espírito coletivo.

Os efeitos benéficos do esporte se estendem a muitos campos. No campo educacional, são muitos os exemplos de alunos que melhoraram seu desempenho escolar a partir do momento em que passaram a se dedicar à prática de uma modalidade esportiva, que exige dedicação, disciplina e esforço pessoal.

O sonho do Barão Pierre de Coubertin, fundador do Comitê Olímpico Internacional, de aproximar diferentes povos, línguas, raças e nações, por meio do esporte, continua vivo, com base nos valores e ideais olímpicos de solidariedade, ética e excelência.

Tenho plena convicção de que o Senado Federal e o Congresso Nacional saberão cumprir seu papel de estímulo e apoio aos ideais olímpicos, propiciando as condições para que o Comitê Olímpico Brasileiro possa cumprir sua missão de formar atletas e cidadãos responsáveis pelo nosso futuro.

Quero neste momento cumprimentar o Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e toda a sua equipe de colaboradores, pelo trabalho meritório que tem realizado e pelo muito que ainda fará em benefício do esporte olímpico.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2006 - Página 39717