Fala da Presidência durante a 207ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Questionamentos acerca do reajuste de salário dos congressistas.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA SALARIAL.:
  • Questionamentos acerca do reajuste de salário dos congressistas.
Publicação
Publicação no DSF de 19/12/2006 - Página 39003
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • ELOGIO, ALVARO DIAS, SENADOR, HOMENAGEM, ESCOLHA, POPULAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
  • QUESTIONAMENTO, REAJUSTE, SALARIO, CONGRESSISTA, CRITICA, PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), EXIGENCIA, SUPERIORIDADE, VALOR.
  • GRAVIDADE, CONCENTRAÇÃO DE RENDA, BRASIL, DIFERENÇA, VALOR, SALARIO.
  • PROPOSTA, CONVOCAÇÃO EXTRAORDINARIA, CONGRESSO NACIONAL, DEBATE, POLITICA SALARIAL, BRASILEIROS, ESPECIFICAÇÃO, JUSTIÇA, PROFESSOR, PROFESSOR UNIVERSITARIO, MEDICO, ENGENHEIRO.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Alvaro Dias, quero manifestar a minha satisfação por V. Exª ganhar a preferência do povo brasileiro como Parlamentar. Dos pronunciamentos de V. Exª, quero dizer, com toda a certeza, fui o que mais participou. Fui co-participante dos trabalhos de V. Exª.

     V. Exª teve coragem de falar à Casa, assim como eu terei, porque sou do Piauí e o Maranhão nos está observando.

     Eu sou médico e para onde vamos levamos a nossa formação profissional. O médico vê a etiologia.

     Isso começou quando Montesquieu dividiu o absolutismo em três poderes. O que ele disse? Os poderes devem ser independentes, harmônicos e iguais.

     Essa farra salarial, atentai bem, quando começou? Quando o Presidente do STF, Sr. Nelson Jobim, pegou o Severino, a fraqueza, e exigiu R$24,5 mil - estabelecendo, para o ano seguinte, R$ 27 mil -, e o Conselho de Federação, criado por ele, liberou o jetom. Deve haver igualdade. A farra começou aí.

     Sempre tive a coragem de dizer que, nas sociedades civilizadas, a diferença entre o maior e o menor é de dez vezes. No Brasil, atentai bem, estamos vivendo o pior momento. Essa calma é enganadora, pois nunca houve tanta injustiça salarial e social.

Então, partiu daí. Hoje, muitos e muitos brasileiros ganham mais de R$40 mil, mais de 100 vezes o valor do menor salário.

     Precisamos ter a coragem de ver onde surgiu isso e, no período que seria de recesso, propor a esta Casa uma convocação justa, decente e digna, a fim de estudarmos um ajuste salarial para todos os brasileiros, não somente para nós: os professores, os professores universitários, os médicos, os engenheiros, que ganham, às vezes, 50 vezes menos que os outros.

     É hora de esta Casa ter coragem para fazer uma convocação, a fim de estudar a justiça salarial para todos os brasileiros, compatível com as sociedades civilizadas.

Essas são as minhas palavras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/12/2006 - Página 39003