Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização da próxima reunião do G-8 que debaterá a preservação da Amazônia. (como Líder)

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Registro da realização da próxima reunião do G-8 que debaterá a preservação da Amazônia. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2007 - Página 8509
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, INICIATIVA, TIÃO VIANA, SENADOR, GESTÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), FAVORECIMENTO, PRODUÇÃO, ENERGIA, ESTADO DO ACRE (AC).
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, VALOR ECONOMICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANUNCIO, REUNIÃO, AMBITO INTERNACIONAL, PAIS INDUSTRIALIZADO, DEBATE, POSSIBILIDADE, FORNECIMENTO, ASSISTENCIA FINANCEIRA, PAIS EM DESENVOLVIMENTO, COMBATE, DESMATAMENTO, FLORESTA, ANALISE, DIFICULDADE, ACORDO, REDUÇÃO, EMISSÃO, GAS, POLUIÇÃO.
  • ELOGIO, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), REDUÇÃO, DESMATAMENTO, FLORESTA AMAZONICA.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Pela Liderança do Governo. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, porque sou um otimista também nessa área de energia, acho que nada foi mais brilhante do que a idéia, Senador Tião Viana, de ter trabalhado com a Petrobras para colocar o Estado do Acre no ramo dos grandes investimentos na área de energia do nosso País.

Tenho que saudar essa iniciativa e dizer que o nosso Estado tem, neste momento, até a obrigação de abraçar a causa, porque vai trazer, com certeza, investimentos de longo prazo, vultosos investimentos, e vai colocar o Acre definitivamente no ramo dos grandes investimentos nacionais.

Sr. Presidente, trago ao Plenário uma informação que considero de muita importância, desde que ela se estabeleça como uma preocupação permanente do mundo com o desmatamento na Amazônia: trata-se da próxima reunião do G-8, grupo dos oito mais ricos países do mundo, que debaterá o desmatamento na Amazônia. Talvez um xenófobo ou um apressado já cunhasse essa preocupação como mais uma iniciativa visando à internacionalização da Amazônia. Como não vejo, por enquanto, nada que possa ameaçar nossa soberania sobre a Amazônia, prefiro entender que faz parte de iniciativa louvável geral de preocupação com a saúde da nossa casa comum, que é o planeta Terra.

Leio trechos do jornal Valor Econômico de hoje, que nos informa:

A Alemanha quer que o G-8, espécie de diretório econômico do planeta, aprove assistência financeira para o Brasil e outros países em desenvolvimento combaterem o desmatamento das florestas. A chanceler Angela Merkel espera marcar sua presidência no G-8 com forte liderança na limitação do aquecimento climático. Para isso, fez a União Européia assumir compromissos ambiciosos e colocou o tema no centro da agenda da cúpula de junho na Alemanha.

O Governo alemão convidou o Brasil e outros quatro países emergentes - China, Índia, México e África do Sul - para reunião conjunta com Estados Unidos, Japão, Grã-Bretanha, Itália, França, Canadá e Rússia, onde a pressão será forte por compromissos na área climática.

Segundo o britânico Nicholas Stern, que publicou relatório sobre o clima em 2006, as nações ricas deveriam financiar cerca de US$15 bilhões extras por ano para ajudar na preservação das florestas. O Brasil já propôs a criação de um fundo internacional para os países industrializados financiarem o combate ao desmatamento.

O nosso Governo tem conseguido, por três anos consecutivos, reduzir o desmatamento na Amazônia, em um esforço hercúleo que conseguiu envolver praticamente todos os Ministérios. Inclusive, o prêmio que a Ministra Marina Silva receberá das Nações Unidas em Cingapura se deve muito ao fato de ela ter conseguido a união do Governo em torno da proteção das nossas matas. Mas, infelizmente, ainda somos o quarto país emissor de gases causadores do efeito estufa do mundo, emissão que se origina basicamente das queimadas na Amazônia.

A matéria continua:

No G-8, o governo alemão espera obter pelo menos um compromisso ambiental que impulsione uma grande conferência das Nações Unidas sobre aquecimento climático marcada para dezembro na Indonésia. No entanto, um acordo por parte dos grandes poluidores globais, como Estados Unidos, China e Índia, por um novo tratado pós-Kyoto em 2012, parece complicado.

De um lado, o governo alemão quer compromissos obrigatórios de limitação de emissões. Já os Estados Unidos só aceitam combate “voluntário”. Analistas também acham difícil que um futuro presidente democrata se comprometa com obrigações ambientais diante da pressão interna da indústria.

Sem a China, um acordo tampouco faz sentido. Pequim admite cortar suas emissões, mas somente em 2030. Quanto ao Brasil, a expectativa em Berlim é que sua contribuição no combate ao aquecimento climático global seja mais proteção da Amazônia.

Para o G-8, o grupo emergente representa a próxima geração de potenciais doadores. O Brasil está numa situação intermediária, porque tanto dá ajuda como recebe do exterior. Já a China deu ajuda ao desenvolvimento de US$2 bilhões no ano passado. A Índia desembolsa US$1 bilhão por ano. Agora, o que o G-8 quer é pressionar esses emergentes a darem ajuda com base em critérios que eles dizem respeitar, como boa governança ou economia liberal dos países beneficiados.

            Concluo, reafirmando que, se essas iniciativas dos países mais ricos tiverem caráter permanente e forem pautadas sinceramente para a preservação da Amazônia, serão bem-vindas e dignas de aplauso, pois o que queremos não é uma possível internacionalização da Amazônia, como temem alguns, mas a internacionalização da preocupação com a Amazônia. Essa, sim, é bem-vinda. Afinal, se não aumentarmos os esforços para reduzir as queimadas, as conseqüências serão para a saúde de todo o planeta.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2007 - Página 8509