Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Parabeniza o Presidente Lula na condução da crise do setor aéreo. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Parabeniza o Presidente Lula na condução da crise do setor aéreo. (como Líder)
Aparteantes
Heráclito Fortes, Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2007 - Página 8669
Assunto
Outros > SENADO. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, SENADO, PARTICIPANTE, CONCURSO DE BELEZA.
  • DEFESA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, VIAGEM, EXTERIOR, OCORRENCIA, GREVE, CONTROLADOR DE TRAFEGO AEREO, ILEGALIDADE, MOTIVO, FUNCIONARIO MILITAR, BUSCA, NEGOCIAÇÃO, GREVISTA, ANTERIORIDADE, ENCAMINHAMENTO, IMPASSE, COMANDANTE, AERONAUTICA, OPINIÃO, ORADOR, POSSIBILIDADE, SOLUÇÃO, CRISE, TRANSPORTE AEREO, SUGESTÃO, MOBILIZAÇÃO, TECNICO, RESERVA.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs, Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, senhores presentes ao plenário, quero saudar as misses que acabam de entrar, abrilhantando esta Casa, desfilando a beleza e a simpatia da mulher brasileira.

O SR. PRESIDENTE (Cícero Lucena. PSDB - PB) - A Mesa registra, com satisfação, a presença neste plenário das concorrentes a Miss Brasil.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Sr. Presidente, a unanimidade nacional, a beleza, o charme e a graça da mulher brasileira na miscigenação das nossas candidatas. Vemos representadas as grandes riquezas deste País, que são a simpatia, o espírito cooperativo, a boa vontade, o sorriso, a maneira solidária de enfrentar os problemas.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Senador Crivella.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Eu não podia nunca negar um aparte a V. Exª, que, com tanto entusiasmo vai saudar a essas nossas candidatas.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Nesta tarde de tanto apagão, alguma coisa acende os olhos da gente, a beleza das candidatas que estão em plenário.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Ilumina, ilumina!

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Eu queria sugerir a V. Exª que suspendesse o seu pronunciamento por dois minutos.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Pois não.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Porque V. Exª exige que se preste atenção, e assim não é possível.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Senador Marcelo Crivella, permite-me V. Exª um aparte?

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Pois não, Senador Magno Malta.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PR - ES) - Recebi da organização do concurso de Miss Brasil a incumbência de ser cicerone da beleza brasileira no Senado hoje à tarde. V. Exª fez muito bem em ter atendido ao Senador Heráclito Fortes para que os Senadores possam cumprimentar as misses dos seus Estados, porque, em tempo de tanta violência e de tanta dor, este momento, pelo menos, abrilhanta o Senado e muda o tom dessa prosa tão dura que se deu a tarde inteira nesta Casa. Sejam bem-vindas as nossas misses! Infelizmente, só a misse Espírito Santo não chegou, porque o apagão a apagou no Estado.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Senador Magno Malta, se V. Exª me permite, não haverá apagão que consiga apagar o fulgor da beleza da misse e da mulher do Espírito Santo.

Sr. Presidente, não tenho autoridade para suspender a sessão, mas, se V. Exª julgar por bem suspendê-la, poderá fazê-lo. O argumento do Senador Heráclito Fortes é procedente. Não sei se haverá atenção ao pronunciamento diante de tanta beleza.

O SR. PRESIDENTE (Cícero Lucena. PSDB - PB) - Sem dúvida, temos o maior prazer de receber a visita das misses. Obviamente, elas estarão aqui presentes, fato que será devidamente registrado pela TV Senado. O Senador que desejar cumprimentar a misse do seu Estado fique à vontade para fazê-lo, mas precisamos, inclusive, prorrogar a sessão por mais trinta minutos, para que os demais oradores também tenham a oportunidade de falar.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Sr. Presidente, concluo a minha saudação a essas jovens brasileiras que desfilam sua beleza e sua simpatia nesta Casa. Quero dizer que, como Senador do Rio de Janeiro, embora ache que o resultado justo seja empate, porque aí não haverá nenhuma mais bonita do que a outra, se tem que haver uma vencedora, que seja a do Rio de Janeiro, Sr. Presidente, a mulher carioca, a mulher do meu Estado.

            Sr. Presidente, voltando aos temas candentes da Nação, hoje muito aqui se falou sobre a crise no setor aéreo. Entendo a preocupação da Oposição, é natural. Vários Líderes valorosos, preocupados com o Brasil, fizeram seus discursos e recomendações. Entretanto, Sr. Presidente, espero que a minha voz seja ouvida pelos telespectadores e pela Nação para parabenizar o Presidente da República.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Sr. Presidente, peço a V. Exª que me dê mais um tempo, que já é tão pouco. Muito obrigado.

O Presidente da República agiu no caminho do bom senso. No exterior, foi surpreendido com uma greve ilegal. Não se pode aceitar greve de militares. Nós, do Congresso Nacional, temos também de assumir parcela de responsabilidade, pois, desde 1988, jamais fizemos a regulação de greve de setores essenciais neste País. Militares não podem entrar em greve. Sou oriundo das Forças Armadas, sou oficial do Exército.

Não há hipótese para greve de militares. Entraram em greve. O primeiro caminho ditado pelo bom senso não é a punição, a advertência, a repreensão, prisão, detenção. É conversa. E foi isto que o Governo fez: tentou o diálogo, procurou os grevistas, pensou no povo, nas pessoas que já estavam nos aeroportos e naquelas que navegavam pelo ar. Não houve acordo, Sr. Presidente. Vários Ministros fizeram apelos sucessivos. Não havia como convencê-los a voltar ao trabalho e, num ambiente de normalidade, encontrar o caminho para a solução do impasse. Ora, não encontrando receptividade no caminho que o bom senso impunha, que era o do diálogo, o Presidente tomou a única decisão que lhe cabia: Vale o regulamento. É o que está escrito.

O militar exerce um sacerdócio. Ele faz um juramento diante da Nação e da bandeira: servir a Pátria. Isso pode até custar-lhe a vida, Sr. Presidente. Pode custar o derramamento do seu sangue, como já custou o de muitos heróis brasileiros que lavaram esta terra com sangue, suor e lágrima. Mas é a missão que prestamos no dever do juramento que fizemos. Vale o regulamento. Está agora o Ministro da Aeronáutica incumbido de resolver esse dilema, esse impasse.

Agora eu gostaria de apresentar, Sr. Presidente, aqui, uma sugestão, um caminho. Uma das funções que tive na vida militar foi de oficial mobilizador. Naquela ocasião, eu me lembro de que, uma vez por ano, nós recebíamos os últimos contingentes, os últimos cinco contingentes que haviam servido o quartel. Ficavam todos, Marinha, Exército, Aeronáutica, com o nome nos arquivos. Eu mesmo, quando dei baixa, permaneci. Uma vez por ano tinha de ir lá. E o Exército anotava meu endereço; anotava se eu havia tido um acidente, se havia perdido um braço, um dedo, se havia ficado cego, se poderia, no caso de uma guerra, voltar às minhas funções.

Um batalhão de paz é uma coisa; um batalhão de guerra é outra. O contingente cresce cinco vezes. As forças armadas, no mundo inteiro, vivem esse dilema, esse paradoxo. São muito grandes para o tempo de paz, mas muito pequenas para o tempo de guerra. E é por isso que nós temos o serviço de mobilização. Ora, certamente haverá quem se mobilizar dos controladores de vôo. Aliás, a nação pergunta o seguinte: como é que nós temos controladores civis e militares? É simples explicar, os civis que lá estão são militares que foram para a reserva, aposentaram-se e voltaram para trabalhar. Hoje são civis, mas foram militares no passado.

Portanto, deixo aqui essa contribuição, com um voto de aplauso ao Governo, que, mais uma vez, diante da crise, mostrou o bom senso, o equilíbrio e a razão. E vamos vencer essa crise, como já vencemos outras piores, tais como a crise do grande apagão de energia que tivemos e estamos superando. Por outro lado, tivemos grande crescimento ultimamente; tivemos aumento da massa salarial; o Brasil, hoje, está com a melhor distribuição de renda. Então, Sr. Presidente, vamos vencer essa crise também.

E deixo apenas esta sugestão ao Ministro da Aeronáutica, para que veja, nos seus quadros da reserva, a possibilidade de mobilizar controladores de vôo que assumam em caso de necessidade.

Sr. Presidente, muito agradecido pela generosidade de V. Exª.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2007 - Página 8669