O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, primeiramente, agradeço à Senadora Serys Slhessarenko a oportunidade de fazer este pronunciamento, uma vez que S. Exª cedeu-me este espaço.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil é o País que mais tem avançado na produção de fontes alternativas de energia. Iniciou com o Proálcool, no que foi pioneiro, e, mais recentemente, tem avançado na pesquisa e na produção de biodiesel, abrindo, assim, um campo promissor para a produção de energias alternativas e renováveis.

Sem dúvida, essa é uma experiência valiosa, porque, primeiro, reduz a poluição provocada pelos combustíveis fósseis tradicionais, o que é a preocupação do mundo atual; segundo, porque reduz a dependência externa de fontes energéticas - com isso, o País fica independente e faz economia -; terceiro, porque aproveita os próprios recursos naturais e, conseqüentemente, movimenta mais nossa atividade econômica e aumenta a oferta de empregos, principalmente no interior do País.

Atualmente, Sr. Presidente, em Mato Grosso, está-se iniciando o cultivo do pinhão manso em grande escala, porque é matéria-prima para a produção de biodiesel nas usinas, pois é um produto cujo teor de óleo chega a 40%. Além disso, no seu cultivo, utiliza-se intensivamente mão-de-obra, o que significa mais oferta de emprego.

O cultivo do pinhão manso já foi utilizado até para recuperação de solo degradado. Em Cabo Verde, cultivou-se pinhão manso com essa finalidade. Aqui, no Brasil, ele se tem mostrado uma excelente fonte para a produção de biodiesel, ao lado da soja, do girassol, do algodão e do sebo de boi.

Estimativas agroeconômicas apontam que os produtores rurais vão cultivar, em 2007, cerca de 20 mil hectares dessa planta, com a finalidade de fornecê-la como matéria-prima para a produção de biodiesel. Essa é uma nova opção de renda para os produtores, uma vez que o preço de compra do pinhão manso está em torno de R$300,00 a tonelada, e o do seu óleo atinge R$900,00 a tonelada. Como a produtividade média, nesta fase inicial, já chega a quatro toneladas por hectare, o que já é bom - e será maior ainda quando a planta alcançar sua maturidade daqui a quatro anos, porque essa cultura de pinhão não é de ciclo anual -, acredita-se que ela venha a ser fonte de renda estável para os produtores.

Essa experiência vem sendo desenvolvida em Mato Grosso, na Usina Barralcool, sob a liderança de José Nicolau Petroni, um dos empresários pioneiros do agronegócio naquele Estado, que sempre se mostrou inovador. Atualmente, ele é responsável pela produção diária de 1,2 milhão de litros de álcool e de 12 mil sacos de açúcar, além de ter, recentemente, inaugurado, com a presença do Presidente Lula e do Governador Blairo Maggi, uma unidade de suas usinas destinada a produzir anualmente cerca de 60 milhões de litros de biodiesel.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço esse registro no Senado Federal com o objetivo de, sobretudo, ressaltar a grande potencialidade que tem nosso País em fontes alternativas de energia e a patente criatividade dos empresários brasileiros.

Estou certo de que, com iniciativas dessa natureza, a produção de biodiesel se ampliará e de que a matriz energética brasileira vai se diversificar, gerando emprego e renda para muitos e reduzindo substancialmente o uso de fontes de energia que têm comprometido, como já se provou, o equilíbrio do meio ambiente em todo o mundo.

Muito obrigado.