Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 85 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil - PC do B.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Comemoração dos 85 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil - PC do B.
Publicação
Publicação no DSF de 29/03/2007 - Página 7352
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), REGISTRO, HISTORIA, DIFICULDADE, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, REGIME MILITAR, DEFESA, DEMOCRACIA, COMENTARIO, CAPACIDADE, ATRAÇÃO, JUVENTUDE, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, COMUNISMO.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, os camaradas que compõem esta Mesa constituem uma das maiores concentrações na estatura de poder. Então, cumprimento, com muito carinho, o sempre querido Deputado Aldo Rebelo, nosso parceiro de muitas lutas e que está aqui em nome do comitê central; nosso Senador Inácio Arruda, que tem sido um brilhante parceiro; o nosso Ministro Orlando Silva, com quem, em conjunto, temos a comemorar algumas realizações à frente do Ministério dos Esportes - inclusive em Santa Catarina, com grande repercussão. Saúdo ainda a querida Luciana, que me brindou ao vir de Olinda para ajudar-me na campanha para o Senado - o apoio do PCdoB e a presença da Luciana representam uma parcela dos votos -, e todos os que estão aqui nesta sessão.

Comemorar 85 anos de existência partidária não é para qualquer um. Decididamente, não é para qualquer um, porque a estrutura partidária do Brasil não contribui para que tenhamos uma solidez e uma existência de tanto tempo como o PCdoB tem, acumulou, conquistou no cenário político-partidário brasileiro. E o interessante, ainda para tornar esses 85 anos mais valorosos, é que não foram 85 anos de amém, não foram 85 anos remando a favor da maré. A maior parte desses 85 anos foi remando contra a maré, na clandestinidade, nas lutas e nos enfrentamentos num País, num Estado que tem características fortíssimas de patrimonialismo e onde a propriedade não tem, apesar de estar na Constituição, caráter social - não é assim que ela é usada no nosso cotidiano. Infelizmente, houve algumas revoluções, mas ainda estamos longe de poder dizer que a propriedade no Brasil tem caráter social. Então, isso num Estado, num País que tem esse viés patrimonialista, machista, racista.

Hoje achei estranho, pois um jornalista estava fazendo conta de quanto alguém teria que ter de idade para ter levado relho nas costas, como escravo. Como se a abolição da escravatura tivesse eliminado a discriminação que sofrem os afrodescendentes em nosso País - sabemos quanto a população afrodescendente sofreu e continua sofrendo por não ser reconhecida como parcela importante, significativa da construção do nosso País.

Então, um Estado que é patrimonialista, machista, racista tem um partido que consegue, durante 85 anos, remar contra essa maré, contra essa visão do Estado, da sociedade, da discriminação, da violência. E o mais interessante ainda é que é um partido jovem, tão jovem, Aldo Rebelo, tão jovem que não consegui filiar minha filha ao PT, mas vocês conseguiram filiá-la ao PCdoB. (Palmas.)

Vocês passam uma grande empolgação, por meio da militância, da atuação marcante do PCdoB, de remar, de se indispor, de ser aguerrido, de ser combativo e de ter acumulado, ao longo desses 85 anos, esse reconhecimento de ser um partido que tem princípios, que os pratica e pelos quais é reconhecido.

Então, 85 anos sendo comunista, e do Brasil, volto a dizer, não é para qualquer um. É para os camaradas do PCdoB, que estão comemorando esta data com muito orgulho, pois já passaram por muitas lutas contra a ditadura, pela democratização, pela construção do nosso projeto que hoje está encabeçado pelo Presidente Lula, nas parcerias, inclusive na composição, na presença do Ministro Agnelo, do Aldo, no período em que foi Ministro, enquanto presidiu a Câmara dos Deputados, agora com o Orlando, com os Parlamentares, com o Quintanilha, durante um período. E agora se mantém o PCdoB aqui na composição do Senado, que é muito rica.

Quero deixar aqui esta mensagem de muito carinho, de muito respeito e de muita solidariedade que nós temos para com todos os camaradas do PCdoB.

Por último, quero apenas deixar aqui um registro e acho que todos os companheiros, companheiras, camaradas vão entender o que eu vou dizer: o meu beijo no coração do Murad, que foi heróico na parceria do que nós enfrentamos em algumas batalhas no ano passado, aqui no Congresso Nacional. (Palmas.)

Um beijo grande.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/03/2007 - Página 7352