Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre atuação do Presidente Lula diante dos fatos ocorridos nos últimos dias nos aeroportos brasileiros. Defesa da urgente instalação da CPI do apagão aéreo. (como Líder)

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. LEGISLATIVO.:
  • Reflexão sobre atuação do Presidente Lula diante dos fatos ocorridos nos últimos dias nos aeroportos brasileiros. Defesa da urgente instalação da CPI do apagão aéreo. (como Líder)
Aparteantes
Edison Lobão, Rosalba Ciarlini.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2007 - Página 8792
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. LEGISLATIVO.
Indexação
  • ANALISE, GRAVIDADE, CRISE, TRANSPORTE AEREO, REGISTRO, TRECHO, LIVRO, COMENTARIO, HISTORIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PERIODO, DIREÇÃO, SINDICATO, CRITICA, EMPRESARIO, DESCUMPRIMENTO, ACORDO.
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REVOGAÇÃO, QUEBRA, HIERARQUIA MILITAR, CONTROLADOR DE TRAFEGO AEREO, VETO (VET), PROJETO DE LEI, CONGRESSO NACIONAL.
  • DEFESA, ABERTURA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CRISE, TRANSPORTE AEREO, ANUNCIO, REUNIÃO, CONGRESSO NACIONAL, APRECIAÇÃO, VETO (VET), ARTIGO, PROJETO DE LEI, BENEFICIO, PESSOA JURIDICA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, RECRIAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA (SUDAM), SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE).

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos, nesta quarta-feira que antecede a Semana Santa, encerrando uma semana, pois amanhã não haverá expediente.

Há uma grande dúvida sobre como vão funcionar os aeroportos durante a Páscoa. Eu, pessoalmente, Senador Jonas Pinheiro, estou convencido de que não haverá nada, de que tudo funcionará corretamente. Está anunciado o recrudescimento de conversas, de entendimentos e, talvez, Deus queira que não, de desentendimentos para a partir de segunda-feira.

Eu, Senadora Rosalba, queria fazer uma reflexão e uma avaliação dos fatos neste final de tarde de quarta-feira, para que nós, Senador Gilvam Borges, fiquemos mais conscientes do que está acontecendo conosco, de quem é o nosso Presidente, do nível de confiabilidade que se pode ter nas instituições, nos governantes, de qual é o passado das pessoas, do que o passado avaliza para o futuro. É sempre bom fazer esse tipo de reflexão, principalmente numa quarta-feira santa.

Senadora Rosalba Ciarlini, eu estava na Internet, no blog do Josias, e vi uma coisa que me parece no mínimo curiosa, merecedora de reflexão. Há um livro intitulado Lula, o filho do Brasil, publicado pela Editora Fundação Perseu Abramo, que, evidentemente, trata da vida sindical de Lula. Lá pelas tantas, na página 136 - se não me engano -, está escrito:

Houve uma proposta. A Empresa Scania aceitou a proposta. Essa proposta foi levada aos trabalhadores dentro da fábrica e, nessa assembléia, eu falei. Os trabalhadores aceitaram a proposta, aceitaram inclusive batendo palmas. E nós saímos da Scania e fomos para a Delegacia Regional do Trabalho para fazer o acordo.

É o relato de um episódio em que Lula, sindicalista, conduziu um entendimento com a Scania-Vabis, uma empresa sueca no Brasil. Lula teria levado o entendimento a bom termo e, feito o acordo, levou-o à Delegacia do Trabalho.

O livro, logo em seguida, traz um comentário de Lula: “Por pressão do Sindicato da Indústria Automobilística, o acordo foi desfeito. E é lógico que você pega o trabalhador que desconfia que houve traição, que o sindicato vendeu ele ou coisa parecida”. E Lula se refere ao Sindicato da Indústria de Automóveis ou àqueles que quebraram o acordo como “safados”, para não citar a palavra mais forte que é relatada no livro. Ele conduziu, como sindicalista, um acordo; os patrões o aceitaram. Mas, por pressões, os patrões voltaram atrás, desfizeram o acordo e ele se refere àqueles que desfizeram o acordo como uns “safadões”.

Vejam que similitude com os tempos de hoje!

Senador Gilvam Borges, a história que estou relatando está na página 136, do livro Lula, o filho do Brasil, publicado pela Editora Fundação Perseu Abramo. Isso é muito importante, porque “cesteiro que faz um cesto, faz um cento”. Ele chama de “safadões” aqueles que fizeram um acordo, que o desautorizaram e deixaram os trabalhadores entregues à própria sorte, deixando-os mal perante seus companheiros.

Senador Mozarildo Cavalcanti, o que aconteceu agora? Senador Jonas Pinheiro, o que aconteceu agora que nos levou a fazer esta reflexão nesta quarta-feira que antecede a Semana Santa? O Presidente da República, há seis meses, convive com a crise do apagão aéreo, da insubordinação nos aeroportos. E o Ministro da Defesa, Waldir Pires, é o Ministro da Pasta a quem compete encontrar a solução, que pode ser comprar equipamentos de LS, que está quebrando; que pode ser recapear a pista que está derrapando; que pode ser contratar mais controladores de vôo para evitar chantagens; que pode ser fazer um acordo salarial por gratificações, ou não, com os controladores de vôo; que pode ser trazer gente de fora para funcionar como stand-by, como fusível, para uma eventual manifestação grevista, para evitar aquilo que mais se temia, que é a insubordinação das pessoas nos aeroportos, transformando esses setores em praças de guerra, em pessoas trocando tapas. Que pessoas? Pessoas de companhias aéreas e usuários. Quem tem culpa? Nem um nem outro. Culpa tem o Governo que não encontrou solução para o problema.

Muito bem. O que aconteceu agora? O Ministério da Defesa não encontrou saída, não resolveu o problema, e teve seis meses para fazê-lo. Chegou a um ponto em que os controladores de vôo, pelas suas razões - e não me cabe avaliar se são boas ou não são boas as razões dos controladores de vôo. O que é fato é que as suas reivindicações não são novas, são antigas, são velhas -, insubordinaram-se. Então, o Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, deu-lhes voz de prisão, mandou prendê-los, por uma questão de hierarquia militar, já que são militares.

Senador Jonas Pinheiro, veja a historinha da Scania: dos “safadões”. Nesta hora, Paulo Bernardo, Ministro do Planejamento, Deputado Federal do PT, unha e carne com Lula, entra no circuito, desautoriza a determinação do Comandante da Aeronáutica, o Brigadeiro Saito, e declara - é claro, em nome do Governo; é claro que ele consultou Lula; é evidente que ele consultou Lula; claro que ele consultou o Presidente Lula! -, para evitar que o circo pegue fogo mais do que estava pegando, porque os aeroportos estavam parados já, para tentar encontrar uma solução, apanhados que foram com a brocha na mão, que as ordens de prisão serão suspensas. O Comandante Saito foi desautorizado pelo Ministro Paulo Bernardo, que nada tem a ver com a área.

Muito bem. Encerra-se o assunto. Em seguida, os militares, que são militares hoje como o foram ontem e serão amanhã, para defenderem a farda que usam - e não são apenas os da Aeronáutica, pois é claro que eles tiveram um entendimento entre eles, e os da Marinha e os do Exército -, manifestam uma inteligente e hábil reação: denunciam ao Ministério Público Militar os sargentos faltosos, na sua visão, e anunciam que serão indiciados e processados.

O Presidente Lula, aquele que se referia aos “safadões” - mas vejam quem é o safadão na história, quem autorizou e desautorizou. É claro que o Brigadeiro Juniti tinha autorização do Governo para mandar prender, porque ele era a autoridade do Governo -, por outro lado, por meio do Ministro Paulo Bernardo, desautoriza o Comandante Saito e diz que não haverá prisão. Em seguida, os militares fazem valer a farda que usam e recuperam a hierarquia militar. O Presidente da República volta atrás e diz que não está mais nada garantido, que as prisões não vão acontecer e que as conseqüências decorrentes da hierarquia militar não vão acontecer. Vejam quem é safadão nessa história. O Presidente se referiu, lá atrás, aos “safadões”, mas vejam quem são os safadões agora.

Estou falando isso tudo, Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, porque uma Nação não é o seu governo, é o seu povo. O povo do Brasil é quem está em xeque na história. E está em xeque, porque está sendo governado por um cidadão que, na minha opinião, está faltando com elementos fundamentais: segurança, conhecimento de causa, firmeza de atitudes. Fica ao sabor dos acontecimentos e das pressões por falta de visão de conjunto, mudando de opinião a cada momento. Os seus subordinados têm todo direito de perder a fé, de deixar de acreditar no seu comando e na sua palavra, porque, assim como no passado, na crise da Scania, agora um foi autorizado; o outro desautorizou o primeiro e, de repente, um terceiro desautoriza o primeiro e o segundo.

Não vejo, infelizmente, nenhum Senador da base do Governo aqui. Aliás, vejo, sim, o Senador Paulo Paim.

Senador Paulo Paim, cuidado com o Lula! Cuidado com o Presidente Lula. Cuidado com as recomendações que ele possa lhe dar com relação à questão da Previdência. V. Exª, como eu, é tão ligado à questão de Previdência... Cuidado com o que ele lhe diz porque, se houver uma conveniência diferente, ele muda de opinião e V. Exª fica pendurado na brocha, fica pendurado no pincel. Ficou Juniti, ficou Paulo Bernardo. Basta que as pressões se manifestem para que ele, que é um mestre na capacidade de mudar de opinião para sobreviver, mude de opinião, metamorfoseie. É uma borboleta! Muda de verde para azul, de azul para amarelo de acordo com a conveniência. E, assim, vem para o panorama congressual.

Senador Mozarildo Cavalcanti, eu estou com as minhas preocupações aguçadas no limite máximo, e tenho razões para tal.

O Senador Romero Jucá, colega nosso, por quem tenho a maior estima, e a Senadora Ideli Salvatti têm sido autorizados a assumir compromissos aqui que estão sendo seguidamente quebrados quando as matérias aprovadas mediante acordos chegam ao Palácio do Planalto.

Quer ver alguns exemplos? Lembra-se do projeto da Sudene e da Sudam, que, durante um ano, foi elaborado, sem ruído, e depois aprovado? Foi vetado lá, sem que o Governo nos tenha dito nada, sem ter havido anúncio algum de que os acordos que fazíamos aqui iriam sofrer reparos quando chegassem lá.

Outro exemplo: a Super-Receita. Havia um dispositivo atrelado ao compromisso de não se vetar a gratificação para os auditores, para que eles apoiassem a Emenda nº 3. Foi vetada a gratificação. Não houve acordo algum nesse sentido. O desrespeito com o Comandante Juniti, com Paulo Bernardo, com a hierarquia militar, ocorre também no Congresso.

Registro outro exemplo que se passou comigo. Deste caso ninguém pode duvidar, porque ocorreu comigo: a Lei de Concessão de Florestas. V. Exª me advertiu muitas vezes, Presidente Mozarildo, e eu, de boa-fé, para ajudar a Ministra Marina, para ajudar o desenvolvimento da Amazônia, elaborei e aprovei um relatório, apresentando emendas com as quais V. Exª concordou, embora tenha-me advertido que eles não as honrariam. Nunca ninguém me disse que não iam honrá-las. Nunca! Vetaram as três emendas que eram salvaguardas claríssimas do interesse nacional. O assunto é discutido aqui, mas, quando chega lá, vetam o projeto, quebrando os compromissos assumidos com o Congresso brasileiro. Quem cala consente! V. Exª e eu somos testemunhas do caso da Lei de Concessão de Florestas.

Quer mais outro exemplo? A reabertura de prazo do Refis de 180 dias. Nunca nos disseram que iam vetar. Vetaram, lá. Quer ver outra? A repactuação das dívidas dos devedores rurais, na área de atuação da Adene, a antiga Sudene. Quem é que disse que iam vetar? Vetaram os 180 dias de prazo para a repactuação dos débitos do crédito rural. Que perversidade! Nunca ninguém disse isso. Negociamos aqui, fizemos uma negociação transparente, para chegar lá e vetarem.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Permite V. Exª um aparte?

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Com o maior prazer ouço a Senadora Rosalba e o Senador Edison Lobão. Na ordem: Senador Lobão e, em seguida, Senadora Rosalba, por favor. Com muito prazer.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Senador José Agripino, eu considero isso uma lástima. Acordo parlamentar é para ser cumprido. Não se pode fazer um entendimento político que não tenha conseqüência, porque isso significa uma burla. Na medida em que a Oposição acerta com o Governo e que o Governo acerta com a Oposição determinada providência, determinada atitude, aquilo tem de ter conseqüência, sem o quê não haverá crédito para a nova negociação. E a democracia impõe o regime da negociação: negociação legítima, elevada, política, muitas vezes no âmbito de Estado. Mas qualquer que seja a negociação, ela tem de ser cumprida. Ou seja, a palavra tem de ter conseqüência no ato administrativo. O que V. Exª faz hoje é uma denúncia grave: de que o Governo não cumpre os acertos que faz no âmbito do Congresso Nacional, por meio de suas lideranças. Eu lamento muito, porque isso não fortalece o regime democrático.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Obrigado, Senador Lobão!

Não cumpre nem com os seus, desautoriza os seus; autoriza que eles façam coisas, e eles as fazem, em nome do Governo, depois são desautorizados, são desmoralizados; as instituições ficam capengas e fica tudo por isso mesmo. Ficaria se não tivéssemos aqui uma tribuna para bradar.

Qual é o contraponto no Congresso? O que acabei de falar. Se fazem isso, domesticamente, dentro do próprio Governo, se fazem conosco no Congresso, quebrando os compromissos, ai da República, se não tomarmos providências que vamos tomar e que quero anunciar!

Senadora Rosalba, ouço-a com muito prazer!

A Srª Rosalba Ciarlini (PFL - RN) - Senador Agripino, V. Exª expõe uma grande preocupação sobre a credibilidade da palavra empenhada, porque político tem de cumprir com sua palavra para ter credibilidade. V. Exª relatou o tanto que o Congresso já contribuiu para que pudéssemos ver resgatada a palavra empenhada, inclusive a do Presidente, como no caso da Sudam e da Sudene, e lembrou que fez parte da campanha do Presidente críticas contundentes ao Governo anterior, pela extinção desses dois órgãos. Sua Excelência prometeu ao povo brasileiro o retorno dessas instituições tão importantes para o desenvolvimento de regiões que necessitavam e ainda necessitam desse apoio. Mas tudo ficou muito parecido com aquela promessa que se faz, em torno da qual se cria uma fantasia, e que, na realidade, não acontece. O projeto foi aprovado, mas, na hora em que foi vetado, ficamos a nos perguntar: a Sudam e a Sudene realmente existem? A palavra foi cumprida? Se foi vetado, então, na realidade, parece que tudo foi um jogo de cena.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Senadora Rosalba, obrigado pela reflexão, pela concordância.

Sr. Presidente, para encerrar e agradecendo a V. Exª a tolerância do tempo, quero dizer que, sobre os dois assuntos, Senador Lobão, vamos tomar providências; tanto com relação à questão do apagão aéreo, quanto em relação aos vetos não pactuados, ao veto das matérias que não foram objeto de anúncio que seria vetado.

Eu me reuni com o Líder Ônix Lorenzoni, com o Presidente Tasso Jereissati, com o Senador Arthur Virgílio e pretendo, na segunda-feira, reunir-me na Câmara dos Deputados com o Presidente do nosso Partido Democratas, Rodrigo Maia, e com os Líderes da Minoria, Júlio Redecker, do PSDB, e com Fábio Pannunzio, do PSDB.

Não vamos permitir que a instalação da CPI do apagão se arraste sem fim. Estou desconfiado de que há uma armação em curso para impedir que a CPI se instale, que o processo de investigação aconteça, que a identificação das causas do apagão fiquem claras, que a identificação dos remédios para que ela não recrudesça daqui a um ano ou dois não possam ser aplicados.

Tenho receio de que o medo do Governo de ver corrupção eventualmente investigada esteja levando o Governo a adotar postura semelhante àquela que adotou na CPI dos Bingos, na CPI do Waldomiro.

Senadora Marisa Serrano, na semana que entra, vamos tomar uma deliberação, definitiva. A opinião pública pode ficar esperando. Entendo que a instalação da CPI será uma espécie de panacéia. Na hora em que a CPI estiver instalada e funcionando, não haverá controlador de vôo que ouse parar, porque sabe que há um instrumento de investigação na Câmara ou no Senado, ou nos dois, investigando os fatos e que as pessoas vão ser chamadas aqui no dia seguinte. Quando se identificar que o problema é de liberação de recursos - e a investigação vai claramente chegar a isso rapidamente -, o órgão responsável pelo contingenciamento ou não vai descontingenciar rapidamente, porque o processo de investigação estará em curso e a imprensa estará a cada momento estampando em manchete os fatos investigados e as constatações que estão sendo feitas.

A CPI, que é um direito de minorias, tem essa santa conseqüência. A imprensa acompanha, joga um foco de luz sobre ela, e os fatos investigados adquirem notoriedade, e a notoriedade causa temor a quem precisa ter medo. Então, por essa razão, a Comissão Parlamentar de Inquérito terá de ser instalada. Ou ela será instalada na Câmara, ou será uma CPI mista, Câmara e Senado, ou ela será instalada no Senado, mas ela será instalada a curto prazo. Disso me encarregarei eu. E tenho certeza de que os Democratas, o PSDB e o PPS estarão unidos em torno dessa tese.

Quanto à questão dos vetos, Senador Jonas Pinheiro, conversamos, hoje, o Senador Tasso Jereissati, o Senador Arthur Virgílio e eu com o Presidente Renan Calheiros. E ficou claríssimo, na conversa que tivemos com ele, a marcação da data; uma quarta-feira - dia nobre - após a Semana Santa; pode ser a próxima quarta-feira ou a outra. Vamos fazer uma reunião do Congresso para apreciar inicialmente dois vetos prioritários. Pode até ser que cheguemos a um consenso de não apreciarmos outros vetos, mas dois serão apreciados, entre eles, o veto à Emenda nº 3. A menos que se encontre um texto para um projeto de lei que contemple aquilo a que se propõe a Emenda nº 3 - que é proteger da truculência administrativa o prestador de serviço, pessoa jurídica personalíssima -, a não ser que se chegue a um entendimento sobre o texto do projeto de lei, repito, vamos a votos contra o veto à Emenda nº 3 e também contra o veto à nossa Sudene e à nossa Sudam.

Não dá. Senador Gilvam Borges, foi um ano de trabalho. Senador José Maranhão, foi um ano de trabalho, em uma comissão específica, recriando Sudene e Sudam. Um ano de trabalho foi-se embora em uma canetada do Presidente Lula, que vetou os subsídios, o aporte financeiro,o funding, o dinheiro que faz com que Sudene e Sudam possam operar. Dá para agüentar? De minha parte, não dá. E os vetos serão apreciados. A CPI vai acontecer e os vetos serão apreciados. Agora duas coisas estão sub judice: a credibilidade da palavra do Governo e a credibilidade da palavra de Sua Excelência, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2007 - Página 8792