Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solidariedade ao pronunciamento do Senador Delcídio Amaral. Homenagem ao Senador Marco Maciel, indicado para integrar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (como Líder)

Autor
Valter Pereira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Valter Pereira de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Solidariedade ao pronunciamento do Senador Delcídio Amaral. Homenagem ao Senador Marco Maciel, indicado para integrar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 13/04/2007 - Página 9625
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, PRONUNCIAMENTO, DELCIDIO DO AMARAL, SENADOR, DEFESA, MUNICIPIO, CORUMBA (MS), ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).
  • SAUDAÇÃO, MARCO MACIEL, SENADOR, INTEGRAÇÃO, INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAFICO BRASILEIRO, LEITURA, DISCURSO, MEMBROS, HOMENAGEM, CONGRESSISTA, INTELECTUAL.

O SR. VALTER PEREIRA (PMDB - MS. Pela Liderança do PMDB. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Presidente Mão Santa.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o assunto que me traz à tribuna não é o mesmo que trouxe o Senador Delcídio Amaral, para manifestar aqui a sua irresignação contra uma atitude extremamente temerária tomada por um representante do Ministério Público, em Mato Grosso do Sul. Porém, não posso deixar de associar-me às inquietações do meu colega do PT de Mato Grosso do Sul, Senador Delcídio Amaral, porque uma medida de tamanha envergadura não poderia ser tomada de forma inopinada, açodada e violenta, porque só quem conhece Corumbá sabe da importância que tem cada indústria que se interessa por instalar-se naquela comuna. Estive em Corumbá por vários dias durante a campanha eleitoral. Ali convivi na periferia, nos bairros mais distantes, nas vilas mais longínquas e constatei que Corumbá é uma cidade rica e de um povo que está mergulhado na pobreza. Rica porque tem grandes potencialidades minerais e turísticas, mas pobre porque não consegue explorar aquilo que tem em seu subsolo e em seu solo.

Como disse aqui muito bem o Senador Delcídio Amaral, a matéria-prima está esvaindo-se sem agregar quaisquer valores. Enquanto isso, a população não encontra emprego.

Quando falo da economia de Corumbá, refiro-me a uma economia lícita, porque a economia ilícita está ali, na fronteira, pois Corumbá faz divisa com a Bolívia, um País onde o plantio da coca é liberado. E ali, Sr. Presidente, se não houver uma alternativa de emprego, decente, lícito, legal, a nossa querida Corumbá, não muito distante, poderá tornar-se uma nova Medellín, poderá tornar-se a capital do narcotráfico deste País e talvez do Continente.

Portanto, quando o Senador Delcídio Amaral vem aqui para mostrar a sua irresignação, S. Exª tem em mente aqueles milhares de conterrâneos que estão atrás de um lugar para trabalhar, de um posto de trabalho para produzir e que, de repente, vê o seu sonho, que estava perto de ser alcançado, que estava à vista, de repente desmoronar-se por uma decisão inopinada de um promotor, de um representante do Ministério Público que deveria estar representando os interesses da sociedade e toma uma decisão drástica, extremamente perigosa para toda a população de Corumbá.

Não conheço o mérito que orientou a decisão do promotor, mas acredito que S. Exª não poderia ter tomado uma decisão sem fazer uma avaliação criteriosa, sem conhecer a realidade de Corumbá, sem conhecer os dramas do povo corumbaense e do Mato do Sul.

Portanto, antes do registro que quero fazer, quero prestar a minha inteira solidariedade ao pronunciamento proferido pelo Senador Delcídio Amaral.

O que me traz aqui, hoje, Sr. Presidente, é outro assunto. E V. Exª, que é um estudioso da História do nosso País, sabe muito bem que o Congresso Nacional, no período que antecedeu o Golpe de 64, produziu uma plêiade de grandes intelectuais, de grandes tribunos, de políticos que se notabilizaram por sua coerência, por sua dedicação à causa pública e que até hoje estão na memória daqueles que conhecem a História do nosso País.

Pois bem. Alguns desses notáveis homens públicos que tanto dignificaram o Congresso Nacional ainda povoam o universo político do nosso País. Um deles é o Senador Marco Maciel. Quem o conhece, quem conhece o seu passado e a sua história sabe do que estou falando. Intelectual, político, participou de grandes momentos da nossa História e levou para os cantos do País a imagem do bom político, a imagem do homem público competente, diligente, e, sobretudo, conciliador.

E faço o registro do seu nome nesta tribuna, porque tomei conhecimento de que o Senador Marco Maciel acaba de receber uma significativa homenagem. S. Exª foi guindado, foi escolhido, para compor o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e tomou posse ontem nesse importante sodalício. Eu gostaria de fazer a leitura de um pequeno trecho do pronunciamento que fora proferido, nesse sodalício, por um dos seus integrantes, Vamireh Chacon, que fez a saudação ao Senador Marco Maciel.

Disse o recepcionista:

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tem, entre suas tradições, a de receber como seus sócios quem escreve a história e quem faz a história. Ao lado de pesquisadores e professores, aqui estão ou passaram embaixadores, parlamentares, ministros, e o próprio Imperador Dom Pedro II, que assistiu a tantas reuniões do Instituto.

Marco Maciel, Marco Antonio para quem o conhece desde o Recife natal, é um telúrico brasileiro de Pernambuco, projetado nacionalmente pela Política, sem perder a sua inicial vocação, a vocação intelectual.

A política veio-lhe ao encontro desde muito cedo.

Seu pai é José do Rego Maciel - Secretário de Estado da Fazenda, Prefeito de Recife e duas vezes Deputado Federal - varão probo e prudente, como outrora se podia dizer mais que hoje no Brasil e no mundo. Era a Política com o “P” maiúsculo, que o filho podia ver já em casa, diferente das políticas com o “p” minúsculo dos imediatismos e concessões, na distinção por Joaquim Nabuco em Minha Formação, na visão e vivência do político como servidor público número um.

Sr. Presidente, segue aqui aquele que o saudou:

Marco Maciel não só está a fazer história, como também a escreve, como se vê em seus dois recentes livros Reforma e Governabilidade, sobre política interna brasileira e contemporânea, e Tempos de Mundialização, sobre política externa atual do Brasil.

            Sr. Presidente, faço esse registro porque é preciso ficar muito claro que, neste Congresso Nacional, no Senado, ainda remanescem grandes intelectuais que emolduram toda essa arquitetura bonita de cultura que o Brasil inteiro acompanha e vê pela TV Senado.

Sem dúvida alguma, conheci o Senador Marco Maciel em várias ocasiões. Eu o conheci como Deputado Federal constituinte; eu o conheci como Ministro da Educação, como Senador, e sempre a impressão que me causou foi daquele político sério, coerente, responsável. Não é do meu Partido e nunca perfilamos a mesma agremiação e nem seguimos necessariamente as mesmas idéias. No entanto, quem conhece detidamente a vida pública deste País não pode deixar de reconhecer que é um homem público que engrandece o seu Partido - o PFL, hoje Democratas -, que engrandece o Senado Federal e que engrandece todos os políticos com assento nesta Casa e aqueles que fazem da política um apostolado pelo Brasil afora.

Ao cumprimentar o Senador Marco Maciel, que hoje não está presente nesta Casa, quero dizer que faço este registro com grande carinho e satisfação, porque se trata sobretudo de um homem preparado, mas extremamente sensível e delicado, que toda esta Casa, com certeza, sabe admirar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/04/2007 - Página 9625