Discurso durante a 49ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de comparecimento à Feira Agropecuária em Londrina, no Paraná. Críticas ao Governador do Paraná. (como Líder)

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Registro de comparecimento à Feira Agropecuária em Londrina, no Paraná. Críticas ao Governador do Paraná. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2007 - Página 9984
Assunto
Outros > ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • VISITA, FEIRA AGROPECUARIA, MUNICIPIO, LONDRINA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), ELOGIO, ORGANIZAÇÃO, COMENTARIO, RECLAMAÇÃO, PRODUTOR, FALTA, SEGURANÇA PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, ZONA RURAL, DESCUMPRIMENTO, GOVERNADOR, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, MUNICIPIO, LONDRINA (PR), ESTADO DO PARANA (PR), CRITICA, GOVERNO ESTADUAL, NEGLIGENCIA, SEGURANÇA PUBLICA.
  • GRAVIDADE, AUMENTO, VIOLENCIA, DROGA, ARMA, ADOLESCENTE, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, COBRANÇA, EFICIENCIA, GOVERNADOR.

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estive em Londrina, no interior do Paraná, na última sexta-feira, numa das maiores feiras agropecuárias do Brasil. O Presidente da Sociedade Rural, Alexandre, organizou a feira com esmero: havia muita higiene no parque de exposição, muita franqueza na conversa entre as lideranças agropecuárias, muita demonstração de capacidade de trabalho dos paranaenses; um contraste com a demonstração da incapacidade que o Governo do Paraná está demonstrando para cumprir com as promessas feitas durante a campanha eleitoral.

E, para não ficar somente com a minha opinião, vejamos a opinião de Adalberto Brandalize, que escreveu esta carta à Folha de Londrina, jornal de circulação estadual:

É a intranqüilidade da cidade rompendo fronteiras e chegando ao campo, o que é mais preocupante que nas entrevistas o Secretário de Segurança do Governo Requião demonstra completo desconhecimento ou é um tremendo enganador, pois dizer que em Londrina e região existe menos violência do que há anos atrás é achar que o povo é idiota. Todas as pessoas que conheço foram assaltadas ou têm uma pessoa próxima que foi. Esta semana, em plena Leste-Oeste com Pernambuco, meu filho foi assaltado às 17 horas e vem este burocrata dizer que Londrina é uma maravilha. Demonstra despreparo e má vontade com a cidade. Admiram-me ‘pseudos’ londrinenses que ainda fazem parte do ‘cordão’ de uma figura como esta. [sic]

Adalberto Brandalize - Londrina.

No dia 15 deste mês, a Folha de Londrina destaca a seguinte matéria: “Polícia se desdobra, mas falta estrutura”.

Lerei apenas um trecho da matéria:

De acordo com a gestora da Delegacia de Polícia de Jataizinho [que fica próximo a Londrina], Sargento Jussara Arantes, a polícia está se desdobrando para tentar oferecer segurança para os produtores rurais, porém falta estrutura. A cidade conta com apenas oito Policiais Militares (PMs), que se revezam em turnos.

Não era isso que se falava no ano passado, ou seja, que a polícia teria o seu contingente aumentado na cidade de Londrina, com um novo batalhão, e que a segurança voltaria. Agora, quem visita Londrina ouve a população reclamar desesperada, e não só a da cidade. Vejam o que coloca a Folha de Londrina, também no dia 15/4; portanto, há dois dias.

Lerei um trecho:

A Próxima Vítima

Sabendo da série de roubos, o agricultor Batista Barbosa já tinha certeza de que seu sítio de 20 alqueires estava na lista dos ladrões, dias antes de ser ‘visitado’ pelos bandidos.

“Como eles já tinham entrado nos vizinhos, eu sabia que seria o próximo. Todo mundo por aqui já falava isso”, diz o agricultor. E não deu outra. Em meados de março, o crime aconteceu.

Os bandidos chegaram de mansinho, engatinhando pelo meio da plantação de soja, que fica próxima à casa do agricultor, e renderam toda a família. De repente, ele viu sua esposa, as duas filhas e um filho na mira das armas de homens encapuzados.

Ontem, dia 16, Folha de Londrina: “Terrorismo da Bandidagem no Meio Rural. Secretaria de Segurança precisa se debruçar sobre o problema, criando mais efetivos e agindo com rapidez. Fazendas, sítios e chácaras deixaram de ser lugares de tranqüilidade, porque estão assolados pelos assaltos e roubos”.

Se o problema não é novo, está se agravando da maneira que também se intensificaram inseguranças nas cidades. Reportagens de ontem desse jornal, mostram que a situação é preocupante. E o pior - ao menos nos lugares focalizados, as regiões de Ibiporã, Jataizinho, Açaí, próximos a Londrina -, agentes policiais informam que fazem o que podem, mas falta infra-estrutura e falta estrutura. A constatação é sempre a mesma, tanto nas cidades quanto na zona rural, a bandidagem aumenta e o policiamento não é suficiente.

A zona rural vem sendo assaltada no Paraná. Nas cidades, a violência toma conta e a insegurança atemoriza cada família de paranaenses que acreditaram que lhes seriam oferecida segurança pelo Estado. Aqueles que trabalham e pagam impostos estão aguardando o cumprimento desses compromissos, dessas promessas.

E mais: nas escolas, não é diferente. Os professores estão discutindo a violência nas escolas. Policiais tiveram de atender vinte e três ocorrências de drogas com quarenta e três apreensões de armas com adolescentes dentro das escolas e nas imediações, só no ano de 2006.

Outra manchete, desta vez de A Gazeta do Povo: “Conflitos envolvendo milícias armadas no Paraná cresceram 23% em 2006“.

Com essa escalada da violência em nosso Estado, seria muito importante que o Governo do Paraná, seu Governador, seus secretários, se debruçassem sobre o tema e buscassem ajuda para resolver aquilo que não estão sendo capazes de resolver. Que o Governador tenha humildade de reconhecer que não está cumprindo seus compromissos e suas promessas de campanha.

Tenho trabalhado aqui neste Senado para oferecer minha contribuição ao Paraná. Aprovei, no ano passado, o arquivamento de um processo que tratava de precatórios que hoje incomodam o Governo do Paraná. Se não tivesse obtido um relatório meu para o seu arquivamento, o Paraná não receberia um centavo de recursos do Governo Federal, porque estaria inadimplente. Dei a minha contribuição.

Aqui neste Senado estou à disposição, mesmo que o Governador não queira, de todos os paranaenses, até dele, para contribuir, mas é preciso que o Governador tenha humildade, fale menos e haja com mais eficiência, que se sintonize mais com os problemas do Estado. O Estado está envolvido numa série de problemas, Sr. Presidente, que não posso deixar de apresentar aqui desta tribuna.

Falo hoje do problema da insegurança, mas temos de falar de outros problemas. Hoje fico por aqui porque o tempo é limitado, mas fiz minhas propostas para a segurança pública no Paraná. Elas estão à disposição, e eu também estou à disposição para discuti-las, mas o que não posso ver é o meu Estado, antes tão seguro, hoje nessa insegurança, nesse conflito permanente, nesse tumulto, que, muitas vezes, nasce no próprio Governo e contamina a sociedade paranaense.

            Não posso ver o meu Paraná sendo tratado dessa forma. O Paraná, que é um Estado pacífico, de gente trabalhadora, quer ordem, quer menos confusão, quer menos conversa mole, mais trabalho e, sobretudo, mais eficiência, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2007 - Página 9984