O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma missão humanitária destinada a salvar vidas terminou em tragédia na madrugada desta segunda-feira, em Colatina, no norte do Espírito Santo. Uma equipe de três médicos, uma técnica de enfermagem e dois pilotos morreram quando o helicóptero da Polícia Militar em que viajavam perdeu a altitude e colidiu com uma pedreira.

O grupo voltava de Colatina, transportando órgãos de um agricultor morto em acidente, que seriam utilizados em transplantes de rins e córneas. O helicóptero decolou normalmente, mas logo depois se chocou contra as pedras e pegou fogo.

O acidente interrompeu, de maneira brutal, as carreiras promissoras de três jovens médicos. Juliano Almeida do Valle, filho do ex-Deputado Ethereldes do Valle Júnior, tinha 28 anos e estava no segundo ano de residência em Urologia no Hospital das Clínicas da Universidade Federal. Emanuel da Silva Vieira Júnior estava no terceiro ano de residência em Urologia e completaria 29 anos esta semana. Eugênio Emanuel Gaudino Ferraz, de 33 anos, foi um dos responsáveis pela implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no Estado do Espírito Santo.

Morreram, ainda, na queda da aeronave, o piloto Eduardo Ponzo Peres, de 50 anos, investigador da Polícia Civil, médico, odontólogo, estudante de Direito e perito em motores de aeronaves. Profissional experiente, pilotava há mais de nove anos, tendo inclusive pilotado muito tempo para o Governador Paulo Hartung. O co-piloto Álvaro Jorge Silva de Carvalho, de 30 anos, capitão da PM de Sergipe há 10 anos, fazia intercâmbio no Estado para adquirir experiência de vôo. Entre 2003 e 2004, participou da missão de paz da Organização das Nações Unidas no Timor Leste. A técnica em enfermagem Marly de Almeida Marcelino, de 47 anos, trabalhava no Banco de Captação de Olhos desde a sua criação, e atualmente fazia um curso de especialização na área.

            É lamentável o desaparecimento de tantos profissionais competentes, que cumpriam um trabalho árduo e abnegado, dedicados ao ofício de auxiliar doentes e resgatar vidas. São exemplos de devoção às suas profissões e de apreço ao próximo, e sua morte é uma perda inestimável para o Espírito Santo. Quero estender - também em nome do Senador Renato Casagrande e em nome do Senador Magno Malta - o nosso sentimento de solidariedade e pesar às suas famílias. Essa tragédia lamentável deixa também uma mensagem de esperança e de crença na solidariedade humana. Que ela sirva de ensinamento para todos nós.

Sr. Presidente, encaminho a V. Exª requerimento, assinado por mim, pelo Senador Renato Casagrande e também por V. Exª, apresentando às famílias enlutadas e ao próprio Governo do Estado do Espírito Santo um voto de pesar pela tragédia que ocorreu.

Muito obrigado, Sr. Presidente.