Discurso durante a 51ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem a cidade de Brasília, pela passagem de seu quadragésimo sétimo aniversário.

Autor
Joaquim Roriz (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Joaquim Domingos Roriz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).:
  • Homenagem a cidade de Brasília, pela passagem de seu quadragésimo sétimo aniversário.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2007 - Página 10796
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).
Indexação
  • SAUDAÇÃO, MEMBROS, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL FEDERAL.
  • DETALHAMENTO, PROCESSO, HISTORIA, CONSTRUÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), REGISTRO, ANTERIORIDADE, EXERCICIO, ORADOR, CARGO PUBLICO, GOVERNADOR, INAUGURAÇÃO, METRO, EDIFICIO SEDE, CONFERENCIA, PONTE, CONCLUSÃO, OBRAS, PROJETO.
  • ELOGIO, EMPENHO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROMOÇÃO, PROGRESSO, REGIONALIZAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO CENTRO OESTE.

O SR. JOAQUIM RORIZ (PMDB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. José Roberto Arruda, digníssimo Governador do Distrito Federal; Exmº Sr. Paulo Octávio, vice-Governador do Distrito Federal; Srª Anna Christina Kubitscheck Pereira, digníssima Presidente do Memorial JK; prezadíssimo Dr. Ernesto Silva, primeiro membro da Diretoria da Novacap, que iniciou a construção de Brasília; Exmª Srªs e Srs. Senadores; Exmªs Srªs e Srs. Deputados Federais; Exmªs Srªs e Srs. Deputados Distritais; senhores representantes do Corpo Diplomático aqui presentes; Srs. Administradores Regionais; Srªs e Srs. Secretários de Governo do Distrito Federal; Srªs e Srs. Presidentes de federações, sindicatos e associações.

Cumprimento também o ex-Governador José Ornellas, o ex-Senador Lindberg Cury, o Procurador-Geral de Justiça, Dr. Leonardo Azeredo Bandarra, as Srªs e os Srs. empresários, e o Coral dos Mais Vividos, do Sesc.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Juscelino Kubitschek, em 1961, na página 111 do livro Porque Construí Brasília, relata: “Yuri Gagarin, o famoso astronauta, disse-me ao ver Brasília pela primeira vez: ‘A idéia que temos, presidente, é a de que estou desembarcando num planeta diferente, que não a terra’”.

Isso emociona muito a nós que amamos esta cidade.

Em 1823, o sonho começa: José Bonifácio apresenta projeto para a mudança da capital e sugere o nome “Brasília” para a nova cidade.

           Em 1883, Dom Bosco tem seu famoso sonho/visão: surgirá uma nova civilização entre os paralelos 15º e 20º, onde jorrará leite e mel.

           Em 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, foi lançado no morro da Capelinha, em Planaltina, a Pedra Fundamental do Distrito Federal, decreto do Presidente Epitácio Pessoa.

           Em 1955, foi aí, Srªs e Srs. Senadores e demais autoridades presentes, que o sonho começou a se tornar realidade. Em comício político na cidade de Jataí (GO), o candidato à Presidência da República, Dr. Juscelino Kubitscheck de Oliveira, respondendo à pergunta de um eleitor, fez a promessa de que, se eleito, iria transferir a capital para o Planalto Central. Governante sério cumpre o que promete, e assim o fez JK.

           Em 18 de abril de 1956, Juscelino encaminhou mensagem ao Congresso, já Presidente eleito, propondo a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e o nome Brasília para a nova capital.

           Em 1960, precisamente 21 de abril, o sonho se tornou realidade. Brasília é inaugurada, sendo o seu ponto alto a celebração da primeira missa na atual Praça do Cruzeiro, em Brasília.

           Em 1987, Brasília é tombada pela Unesco e registrada como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

           Em 1988, tive a honra de ser o último Governador nomeado para Brasília, nomeação que sempre agradeço ao ex-Presidente e hoje Senador da República, meu amigo José Sarney.

           Em 1990, Brasília elege o seu primeiro Governador. Fui eleito como o primeiro Governador do Distrito Federal, tendo como Vice-Governador a inesquecível Márcia Kubitschek, filha de Juscelino.

           Em 1998, tive a felicidade de novamente ser eleito Governador do Distrito Federal. Em 2002, fui reeleito para o meu quarto mandato - um por nomeação e três por eleições.

           No período de 1999 a 2006, construímos inúmeras obras. Gostaria de citar apenas poucas, entre elas, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães. No projeto da sua construção não constava um restaurante, e li pela imprensa que o Governador José Roberto Arruda vai fazê-lo. Deu-me muita alegria saber que aí se completa o Centro de Convenções como o melhor deste País. Construímos o Metrô de superfície, e também tenho lido na imprensa que o Governador José Roberto Arruda vai terminá-lo. Mais uma vez, fico repleto de felicidade.

           Gostaria de falar na ponte que foi considerada a mais bela do planeta. Falo sobre ela - e não vou citar mais nenhuma -, cujo nome é ponte JK.

           Em 2006, concluímos a Esplanada dos Ministérios, inaugurando o Conjunto Cultural da República, a última obra de Niemeyer em Brasília, realizando o seu grande sonho.

           Agora, quero agradecer ao PMDB ter-me concedido a honra de falar no nome do Partido e em meu nome, para homenagear Brasília, a cidade que todos aprendemos a admirar e a amar.

           Falar de Brasília é falar desse sonho que se tornou realidade. Fico extremamente feliz por ter participado de parte da concretização do sonho de JK, de Lúcio Costa, de Oscar Niemeyer, de Bernardo Sayão, de Ernesto Silva e de tantos outros homens da época que colaboraram com a construção de Brasília.

           Esta cidade foi construída por gênios como Oscar Niemeyer. Não posso deixar de salientar o seu centenário e a contribuição que esse gênio da arquitetura deu a Brasília, ao Brasil e ao mundo.

           Indispensável destacar Lúcio Costa, o maior urbanista de todos os tempos, que fez de Brasília uma cidade singular.

           Falar de Juscelino Kubitschek é falar do passado, do presente e do futuro, pois ele representa o que de melhor brotou neste País, homem correto, de visão, humano, humilde, em síntese, um ser humano digno de muito respeito e admiração. Sinto-me emocionando, quando cito o nome de JK. Na lembrança terna, vejo-o caminhando no cerrado, que outrora constituía a paisagem do Planalto, cerrado em que seu, quando jovem, caminhava e cavalgava nas manhãs ensolaradas, ouvindo o maravilhoso canto das seriemas.

           Tenho muito orgulho de falar desta cidade, na qual sempre vivi, desde o início de sua edificação. Na verdade, mesmo antes de nascer Brasília, já me encontrava aqui, pessoalmente e nas gerações de meus familiares que me antecederam.

           Sinto-me feliz e honrado em saber que o Município de Luziânia, onde nasci, cedeu parte do seu território para construir Brasília.

           Minha trajetória e os principais acontecimentos da minha vida são inseparáveis da história desta cidade.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o governante precisa ter visão de futuro, e isso JK teve: contra todas as oposições, construiu e inaugurou Brasília.

           Hoje, percebemos que a transferência foi uma das medidas políticas mais acertadas que um Governo já tomou em nossa história. Brasília, sem dúvida, propiciou a marcha para a interiorização do Brasil e do Centro-Oeste - região antes esquecida -, tornando-se indutora do desenvolvimento brasileiro.

           Esta cidade foi construída no “meio do nada”, como disse Juscelino Kubitschek. Foi edificada com o objetivo de fazer brotar o novo, o moderno e o futuro. Brasília representa o salto para o progresso. Talvez tenha sido essa a marca que Juscelino Kubitschek quis imprimir na idealização de Brasília.

           Brasília atraiu milhões de brasileiros, que concretizaram sonhos, renovaram, sofreram, viveram e construíram esta cidade maravilhosa, que hoje é considerada como a de melhor qualidade de vida do Brasil, graças à audácia de um governante correto, determinado e à coragem de todo o povo brasileiro.

           De minha parte, posso dizer que já ofereci alguma contribuição, por pequena que seja, para a consolidação de Brasília e para a boa qualidade de vida que aqui todos podemos desfrutar.

           Digo isso com muito orgulho e com igual humildade, porque nunca estive sozinho nas empreitadas a que me dediquei. O povo sempre esteve comigo, e, se construímos alguma coisa, construímos juntos.

           Neste momento em que homenageamos Brasília, estamos homenageando seus construtores e todos os pioneiros, com especial destaque, o povo que ajudou a erguer este grande monumento urbano no Planalto Central, fazendo de Brasília um bom lugar para se viver, um dos melhores deste País.

           Agora, vamos juntos realizar o sonho de todas as pessoas que vivem em Brasília, que é a consolidação de uma sociedade mais igualitária, mais humana, mais fraterna e mais solidária.

           Parabéns, Brasília.

           Parabéns, candangos.

           Muito obrigado a todos. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2007 - Página 10796