O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente em exercício do Senado Federal, Primeiro-Secretário, Senador Efraim Morais; Exmº e querido amigo Governador José Roberto Arruda; Exmº Vice-Governador e amigo, Paulo Octávio; Drª Ana Cristina Kubitschek Pereira, neta de JK; Ernesto Silva, pioneiro de Brasília; caro amigo, ex-Governador e Senador Joaquim Roriz; caro amigo Senador aniversariante e autor da propositura, Adelmir Santana, Presidente Nacional do Sebrae; Exmºs Srs. Deputados Federais, Estaduais, Distritais, convidados, senhoras e senhores.

Há muitos homens que vieram ao mundo para pensar e idealizar, conceber e planejar. Há muitos outros homens que marcaram a vida pelo infindável desejo de construir e edificar, mas poucos são os homens que conseguem unir, em uma mente só, a admirável capacidade de transformar sonhos em realidade.

Juscelino Kubitschek foi um destes homens que fazem erguer do nada um sonho, o sonho de Dom Bosco, que conseguem erigir, em meio à vastidão do inabitado Planalto Central, este símbolo da arquitetura mundial, patrimônio mundial, este marco da Marcha para o Oeste, iniciada por Getúlio Vargas, esta Brasília que completa hoje 47 anos de idade.

O maior mérito de Juscelino Kubitschek foi pensar o Brasil numa perspectiva de longo prazo, ver os requisitos necessários para o desenvolvimento do País, que, à época, era essencialmente agrícola e vivia, sobretudo, da exportação de café, algodão, açúcar, tabaco, couro e cacau.

O maior mérito de Juscelino Kubitschek foi realizar um ideal que se pensava desde o império, foi demarcado pela Missão Cruls, mas precisou da mão do intrépido mineiro para virar verdade, para tornar concreta a Marcha para o Oeste e lançar vida e luz nessas paragens do Brasil, outrora escassamente habitadas e alijadas das decisões e dos acontecimentos nacionais.

É memorável o momento histórico em que o então Presidente Getúlio Vargas fez um longo sobrevôo na região do Araguaia, a convite do Governador de Goiás Pedro Ludovico. Ao ver uma vastidão de florestas cortadas por rios imensos, concluiu abismado: “É o branco do Brasil Central”.

Com o intuito de alterar essa realidade, o Presidente encarregou o Ministro da Coordenação de Mobilização Econômica, João Alberto Lins de Barros, de promover a interiorização do Brasil. Assim, nasceu a Fundação Brasil Central, FBC. Em seguida, foi anunciada a criação da Expedição Roncador-Xingu, cujo objetivo era ser ponta de lança do avanço progressista, com a função de mapear o centro do País e abrir caminhos que ligassem a região às demais. Foi assim que nasceu Goiânia.

Mas foi o dinâmico e inovador JK que traçou como objetivo fazer o País vencer cinqüenta anos em cinco e, para isso, identificou os pontos de estrangulamento, ou seja, a energia, o transporte, a alimentação, a indústria de base, a educação e, acima de tudo, a construção da Capital da Esperança, exatamente como observaria a letra do hino do Capitão Furtado:

Em meio à terra virgem desbravada

Na mais esplendorosa alvorada

Feliz como um sorriso de criança

Um sonho transformou-se em realidade

Surgiu a mais fantástica cidade

“Brasília, Capital da Esperança”

Esperança, porque, sem Brasília, o Brasil permaneceria acanhado, restrito à costa do Atlântico; sem Brasília, dificilmente teríamos enxergado a promissora fronteira agrícola do Centro-Oeste; sem Brasília, o Brasil seria apenas de alguns poucos brasileiros, moradores do eixo sul-sudeste; sem Brasília, não poderíamos hoje nos colocar à disposição para cooperar com amplas áreas de plantio para a nova perspectiva que se abre na área de biocombustíveis e da agroenergia.

O Centro-Oeste está pronto para responder à demanda pela produção de combustíveis renováveis, a partir de cana, mamona e milho, dentre outros, e deverá ser responsável pela maior parte de usinas a serem implantadas no Brasil.

Por esse potencial é que vemos Brasília hoje, mais do que nunca, como a Capital da Esperança. Entretanto, para viabilizar os projetos do Distrito Federal, de Goiás, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, base para que centenas ou milhares de famílias consigam sair da pobreza e realizar sonhos de progresso, inclusão social e dignidade, precisaremos unir os esforços de todos nós que representamos os interesses do povo do Centro-Oeste, tanto no Executivo quanto no Legislativo.

Neste dia em que homenageamos a Capital da Esperança - repito - precisamos dar um grito para mostrar como os Estados do Centro-Oeste, juntamente com o Distrito Federal, representam um dos maiores potenciais geradores de renda no Brasil e uma das maiores fronteiras ecológicas, simbolizada pelo cerrado, pelo pantanal e tantas outras riquezas, entre as quais se abriga a Capital brasileira.

Somente com a união em torno das prioridades de nossa região conseguiremos ser ouvidos pelo Governo Federal e - quem sabe - receber mais incentivos do Plano de Aceleração do Crescimento.

Fala coesão política do Centro-Oeste, em certa medida, para fazer com que o Governo Federal entenda que a região é viável porque tem a força do agronegócio. Aliás, faltava coesão política, já que por iniciativa do Governador José Roberto Arruda e do Vice-Governador Paulo Octávio, já estamos nos reunindo, periodicamente, toda bancada de Senadores e Parlamentares da Região, para reivindicar benefícios em torno do Centro-Oeste.

Por tudo isso, Brasília, esta flor do lido Cerrado, já não pode ser vista, hoje, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apenas como um símbolo da arquitetura mundial que projetou as colunas de Niemeyer, que agora fará 100 anos, e o traço urbanístico de Lúcio Costa. Brasília, ao lado da nossa querida Goiânia, caracteriza-se como um pontal aberto para as possibilidades reveladoras de nossa região, que se estende às fronteiras do Brasil, neste contexto da primeira década do Século XXI. Brasília faz despertar para o mundo inteiro o potencial do gigante Centro-Oeste.

Antes de encerrar este discurso em comemoração ao aniversário de Brasília e em defesa dos interesses do Centro-Oeste, eu não poderia deixar de mencionar um presente que o nosso querido Governador Arruda entrega ao povo de Brasília, neste dia de homenagem e de grande alegria; não poderíamos deixar de referir a revitalização dos próprios culturais da Capital da Esperança, marcada pela reinauguração das oficinas do Espaço da 508 sul, que simbolizam o centro histórico do Plano Piloto e foram palco dos mais importantes movimentos artísticos e culturais do Distrito Federal.

Com mais esta obra, Arruda demonstra o carinho e a gratidão do governador pelo povo de Brasília e sinaliza o respeito, cada vez maior, da administração de Brasília em relação à cultura e ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Encerro as minhas palavras, trazendo aqui a saudação de todos os três integrantes da Bancada de Senadores nesta Casa, os cumprimentos ao povo de Brasília pelo seu aniversário.

Parabéns ao povo do Distrito Federal por esta linda cidade, portal do Centro-Oeste, a Capital da Esperança!

Muito obrigado. (Palmas.)