Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos quarenta e cinco anos de atividades da Universidade de Brasília - UnB, inaugurada em 21 de abril de 1962.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ENSINO SUPERIOR.:
  • Comemoração dos quarenta e cinco anos de atividades da Universidade de Brasília - UnB, inaugurada em 21 de abril de 1962.
Publicação
Publicação no DSF de 26/04/2007 - Página 11522
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, BRASIL, LUTA, REDEMOCRATIZAÇÃO, PERIODO, DITADURA, REGIME MILITAR, SAUDAÇÃO, RETOMADA, LIBERDADE, ENSINO, REGISTRO, DADOS, ALUNO, QUALIDADE, PESQUISA, BUSCA, EXPANSÃO, CIDADE SATELITE, DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço questão de juntar-me, nesta tarde, àqueles que hoje homenageiam a Universidade de Brasília pela passagem de seus 45 anos.

A UnB é uma instituição que faz justiça à cidade que a abriga: jovem, dinâmica, inovadora, tal como nossa bela capital, que também comemora sua fundação no mesmo dia 21 de abril. Nascida do mesmo ímpeto modernizante que deu origem a Brasília, tendo como idealizadores dois homens de visão extraordinariamente larga - Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira -, a UnB sempre teve vocação para o novo.

No entanto, Sr. Presidente, realizar essa vocação foi, ao longo da história da Universidade, custoso. Nascida em 1962, dois anos antes do golpe que iniciou o longo período autoritário do regime militar, a UnB mal teve tempo de estruturar-se segundo os planos inovadores de seus idealizadores.

Na verdade, as autoridades, mesmo antes do golpe, viam com desconfiança a instalação, a poucos quilômetros das sedes dos Três Poderes, de uma universidade. Não faltaram aqueles que viam com maus olhos a possibilidade de que a vida política da capital viesse a ser perturbada pelos estudantes.

Essa desconfiança só cresceu com a instauração do regime militar. Já em 1964, o campus foi cercado e invadido diversas vezes. Em 1965, depois da demissão de 15 professores acusados de subversão, outros 200 pediram demissão, provocando uma crise que afetou decisivamente o brilhante futuro que se desenhava para a instituição. Por sorte, a UnB foi mais forte do que os que tentavam destruí-la.

A universidade seria novamente invadida em 1968 e 1977, em episódios traumatizantes, ainda hoje lembrados pela comunidade universitária.

Com a volta da democracia, a comunidade universitária da UnB elegeu, pela primeira vez, seu reitor em 1984 - nosso hoje nobre colega, Senador Cristovam Buarque, que já era professor na instituição desde 1979. Começa uma nova fase na vida da Universidade, em que os projetos e ideais presentes em sua fundação puderam ser retomados e reavaliados em função das necessidades e dos desafios postos pelos novos tempos.

Hoje, com 23 mil alunos - 55 vezes mais do que os 413 que ingressaram no primeiro vestibular, realizado em 1962 -, a UnB tem procurado enfrentar os desafios da expansão, mantendo a qualidade de ensino e pesquisa que a caracteriza. Recentemente, começou sua expansão em direção às cidades-satélites do Distrito Federal, com a abertura do campus na cidade de Planaltina. Em um contexto em que se torna imperioso abrir mais vagas para acomodar a crescente demanda - afinal, o Brasil, mesmo em comparação com países de nível equivalente de desenvolvimento, tem uma população universitária relativamente diminuta - em um contexto, eu dizia, que pede o aumento de vagas oferecidas aos jovens que, em número crescente, vêm concluindo o ensino médio, o exemplo da UnB é notável.

Enfim, Sr. Presidente, quero parabenizar a toda a comunidade universitária - estudantes, funcionários e professores -, fazendo votos de que a UnB cada vez mais consolide seu lugar entre a elite do ensino superior brasileiro.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/04/2007 - Página 11522