O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu queria, referindo-me à manifestação do sempre afável Senador Tião Viana, pedir a S. Exª que fizesse gestão junto à Presidência da República para que os órgãos responsáveis pela articulação com o Congresso estabelecessem um canal de comunicação que levasse à instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados, onde ela foi proposta, ou que promovessem algum tipo de entendimento para desanuviar o clima no Congresso, que é muito tenso.

     O Congresso tem a obrigação de interpretar o sentimento da sociedade. A sociedade está indignada, está revoltada com a inação do Governo, com as omissões, com os espetáculos tristes de pugilato nos aeroportos do Brasil, que foram transformados em praça de guerra. O Governo insiste em não adotar nenhuma postura conclusiva com relação ao assunto. E o Congresso quer ajudar.

     Senador Tião Viana, eu lhe juro: a intenção do meu Partido, Democratas, é investigar para apontar as razões do problema e as soluções. Se, no curso das investigações, surgir algum fato que inspire desvio de conduta ou padrão ético, isso, claro, terá que ser investigado. Mas o objetivo é sairmos do cabo de guerra em que estamos, prejudicando a todo mundo. Ninguém está ganhando; está todo mundo perdendo: está perdendo o Governo, está perdendo o usuário, estão perdendo as companhias aéreas, estão perdendo os controladores de vôo. Estão perdendo todos! Não tem ninguém ganhando. E o instrumento mais rápido e mais ágil para que se encontre um caminho de saída é a instalação da CPI do Apagão.

     Se V. Exª exercer o prestígio e a influência que tem junto ao Palácio do Planalto para que sejam facilitados os trâmites, e aquilo que o Ministro Celso de Mello já sinalizou possa vir a acontecer, tudo vai ocorrer muito mais rapidamente no Congresso Nacional, porque este terá se desencarregado de uma missão, que é a de, em primeiro lugar, interpretar os sentimentos - que, neste momento, é de indignação - da sociedade.

     Era isso, Sr. Presidente.