Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pela passagem do Dia do Exército.

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Homenagem pela passagem do Dia do Exército.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2007 - Página 11845
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, EXERCITO, DETALHAMENTO, HISTORIA, BRASIL, ELOGIO, EFICACIA, TRABALHO, SEGURANÇA, FRONTEIRA, DEFESA, REGIÃO AMAZONICA.
  • DETALHAMENTO, SITUAÇÃO, ATUAÇÃO, EXERCITO, GARANTIA, SEGURANÇA, REGIÃO AMAZONICA, SOBERANIA NACIONAL, PROMOÇÃO, CURSO TECNICO, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO, ELOGIO, INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA (IME), IMPLANTAÇÃO, PROGRAMA, CRIAÇÃO, RECURSOS HUMANOS, INCENTIVO, PESQUISA, SETOR, DEFESA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
  • NECESSIDADE, EXECUTIVO, AMPLIAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, EXERCITO, CONTINUAÇÃO, ATUAÇÃO, DEFESA, SOBERANIA NACIONAL.

            O SR. AUGUSTO BOTELHO (PT - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a passagem do Dia do Exército é data que merece ser celebrada com a reverência devida às instituições exponenciais da Pátria. Não há exagero algum quando se afirma ser a trajetória do Exército Brasileiro, de suas origens mais remotas aos dias atuais, o retrato vivo do que somos como Nação. Não há momento decisivo de nossa História que não tenha contato com a presença forte, patriótica e nacionalista desses militares.

            Tudo começou com o memorável feito dos Guararapes, quando o invasor foi definitivamente desalojado de nosso território. O compromisso maior com a nacionalidade foi reafirmado por ocasião dos combates pela Independência. Na segunda metade do século XIX, rechaçou com dignidade e acendrado espírito de luta a ousadia agressiva de Solano López, sustentando com destemor e coragem o prolongado esforço de guerra neste que foi o maior conflito de que participou o Império brasileiro.

            No século XX, enfrentando toda sorte de adversidade, nossos pracinhas demonstraram em solo italiano a força e a valentia de quem sabia estar lutando contra a barbárie totalitária nazi-fascista, a disposição de quem tinha consciência de estar oferecendo a própria vida em defesa da vida, da liberdade e da democracia. Assim como integrou as forças da ONU em situações de extrema gravidade, como na Crise do Canal de Suez, hoje está presente no conflagrado Haiti, dando sua inestimável contribuição humanitária ao esforço de reconstrução de um País dilacerado.

            Sr. Presidente, não bastasse tudo isso, vemos nosso Exército cumprindo exemplarmente sua missão constitucional, a primeira das quais prover a segurança de nossas extensas fronteiras. Nesse sentido, como homem da Amazônia, sinto-me moralmente obrigado a destacar a ação desenvolvida por esses abnegados militares em toda a vasta Região Norte.

            Não é tarefa fácil e simples sintetizar o trabalho do Exército na Amazônia. Em primeiro lugar, há que se levar na devida conta as dimensões continentais da Região: são mais de 5 milhões de km² de área, 11 mil km de fronteira com sete países, um terço das florestas tropicais do planeta, 150 rios perenes, um quinto da água doce do mundo, 20 mil km de cursos de rios navegáveis e uma exuberante biodiversidade. Pois bem, para dar conta de toda essa complexa realidade, com largas extensões despovoadas, o Comando Militar da Amazônia conta com um efetivo de apenas 25 mil homens, com 124 unidades e forças terrestres em 62 localidades.

            A despeito de todas as dificuldades, a começar por um orçamento que nem de longe cobre suas mais elementares necessidades, o Exército se desdobra na Região. Do comandante ao mais humilde soldado, todos se dão conta de que, ante a fragilidade da presença do Estado nesta área tão estratégica para o Brasil, somente eles podem cobrir o vazio de poder, garantir a soberania nacional e oferecer assistência às populações mais afastadas e necessitadas dessa ajuda providencial.

            São esses militares que sobem e descem rios, abrem clareiras e caminhos, transitam por todos os cantos, sempre atentos à missão social - que é patriótica, por definição - que se impuseram de levar alimentos, remédios, médicos e dentistas a uma população carente e dispersa pelo imenso território. Graças a eles, o Projeto Calha Norte, criado em 1985, persevera no intento de tornar viva a fronteira Norte do Brasil e aumentar a segurança na região.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que o Brasil saiba que nosso Exército também intensifica sua presença na Região Norte ao promover cursos e a ensinar técnicas inovadoras de baixo custo para a construção de moradias, galpões e cisternas. Exemplo desse benemérito trabalho junto às populações que vivem nos confins da Amazônia brasileira é o que pode ser constatado, por exemplo, no município de Pacaraima, na fronteira de Roraima com a Venezuela.

            Entre muitos outros exemplos que poderia citar, relativos à ação do Exército brasileiro na Região Norte, destaco, ainda, o conjunto de projetos que integram o Programa Institucional Científico-Tecnológico da Amazônia. Criado pelo Núcleo de Pesquisas em Tecnologia Amazônica e Meio Ambiente, do Instituto Militar de Engenharia, o Programa faz uso da estrutura logística do Exército para atingir seus principais objetivos: formar recursos humanos na Região e fomentar a pesquisa nas áreas de defesa e desenvolvimento sustentável.

            Sr. Presidente, encerro meu pronunciamento lamentando a falta de recursos financeiros de que padece nosso Exército. Por isso, reconhecendo a extraordinária importância de seu trabalho, vital para a Região Norte e indispensável ao conjunto do País, é que uno minha voz à de todos aqueles que defendem esta notável instituição. Por estar convencido das boas intenções do Executivo, e por entender que a ação do Exército deve ser continuamente estimulada, é que defendo dotações orçamentárias compatíveis com a grandiosidade da missão e com a disposição cívica ao trabalho que tão bem caracteriza a Força terrestre. Essa obra, de que tanto podemos nos orgulhar, não pode parar. Caso contrário, imensurável será a perda para o Brasil, para todos nós!

            Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2007 - Página 11845