O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, eu gostaria inicialmente de cumprimentar o Ministro do Exército e, também, o Ministro da Defesa, Waldir Pires, por quem tenho o maior respeito e admiração, ao lado de quem participei de vários trabalhos e movimentos na criação da Nova República, ao lado de quem estive no Ministério do Presidente José Sarney e testemunhei a competência como S. Exª conduziu os trabalhos no Ministério da Previdência, tendo conseguido o milagre de, em um ano, eliminar um déficit que ninguém acreditava que pudesse ser eliminado. Meus cumprimentos e meu respeito e admiração a V. Exª, Sr. Ministro.

Exmº Sr. Ministro Comandante do Exército, Enzo Martins Peri; Exmº Sr. Júlio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha; Exmº Sr. Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica, na pessoa do meu querido amigo, Senador Edison Lobão, faço uma saudação aos Senadores presentes, e, na pessoa do Deputado Jair Bolsonaro, do meu Partido e do meu Estado, cumprimento os Deputados presentes.

Sr. Presidente, passei parte dos meus primeiros catorze anos praticamente ao lado, na vizinhança do 11º Regimento de Infantaria de São João Del Rei e do 2º Regimento de Infantaria na Vila Militar. De lá, saí só para o Colégio Militar.

De modo que, no dia em que participo da solenidade de comemoração do Dia do Exército, tenho um reencontro com a minha infância e com a minha família.

Sr. Presidente, as Forças Armadas - o Exército - têm como patrimônio a dignidade e a honorabilidade. Ainda sem avançar muito na história, as Forças Armadas tiveram um papel preponderante, no comando do País, no processo decisório do Brasil, no período de 1937 a 1945 e de 1964 a 1983. Participaram com grande força dos processos decisórios. Como todos aqueles que estão na administração, receberam elogios e críticas, mas, entre essas críticas, nunca, em nenhum momento, foi levantada qualquer dúvida sobre a dignidade e a honorabilidade dos integrantes das Forças Armadas e de seus oficiais-generais. Portanto, dignidade e honorabilidade são um patrimônio enorme das nossas Forças Armadas, representado pela atuação daqueles que comandaram todos os processos decisórios do País e deles participaram.

Sr. Presidente, em 19 de abril de 1648, na epopéia dos Guararapes, nascia o Exército Brasileiro.

Brancos, negros e índios, verdadeiros representantes de nosso povo, irmanados por uma mesma crença, defenderam a Pátria e expulsaram o invasor holandês de nosso território.

Surgido de um modo praticamente espontâneo, mas inadiável em face daquela conjuntura histórica, o Exército cresceu e se firmou no seio da Nação brasileira.

Destacou-se no processo de Independência, ao preservar eficientemente a unidade de nosso território.

Na Guerra da Tríplice Aliança, lutou com bravura para manter-nos imunes à cobiça internacional. Participou com destaque da Proclamação da República e da Consolidação da República, atendendo ao clamor da sociedade por mudanças na organização política do País. Cobriu-se de glórias na Segunda Guerra Mundial, combatendo, na Campanha da Itália, tropas aguerridas e experientes.

As vitórias conquistadas pela Força Expedicionária Brasileira na defesa dos ideais da liberdade, em Montese, em Monte Castello, entre várias outras, estão gravadas em letras de sangue na História Militar Brasileira.

É também da maior relevância a participação do Exército em diversas operações de paz. Para cumprir sua missão da mais alta responsabilidade, o Exército não poderia se descuidar da preparação de seus recursos humanos. Assim é que dedica especial atenção às suas escolas da linha bélica, como a famosa Academia Militar de Agulhas Negras, berço da oficialidade; a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, dedicada integralmente à preparação do jovem capitão; e a Escola de Comando do Estado-Maior do Exército, escola de mais alto nível da instituição, responsável pela preparação dos futuros chefes militares.

Sr. Presidente, cabe destacar, que todas essas escolas estão localizadas, Senador Marcelo Crivella, no nosso Estado, Rio de Janeiro, onde também se situa o Instituto Militar de Engenharia, o conhecido IME.

Essa escola de linha técnica contribui de maneira marcante para o desenvolvimento do País, pois os profissionais nela formados são responsáveis, entre tantos outros, por trabalhos que incluem a construção e a conservação de estradas, de ferrovias, de pontes, de viadutos, de túneis, de aeroportos, de açudes e de poços artesianos, além de mapeamento e demarcação de áreas.

O Rio de Janeiro acolhe também as Escolas de Material Bélico, de Comunicação e de Instrução Especializada. Esta última tem, entre suas atribuições, a de formar sargentos em várias especialidades, representando esses militares um importante elo entre o comando e a tropa.

Modernização, profissionalização e desenvolvimento constante do nível de capacidade operacional são metas permanentes de nosso Exército, distribuindo-se em objetivos de curto, médio e longo prazo.

Para avançar continuamente no cumprimento dessas metas, o Exército tem enfrentado e superado os mais diversos óbices, com destaque para aqueles relacionados às enormes, às imensas restrições orçamentárias.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Exército, instituição fundamental na consolidação da nacionalidade, mantém-se empenhado em servir ao País, oferecendo seus préstimos em muitas áreas relevantes.

Já há algum tempo, tem cooperado com os órgãos que cuidam da preservação ambiental, fornecendo o apoio logístico necessário para as atividades de fiscalização.

Fundamental é, como sabem todos, sua participação na guarda de nossas fronteiras, de Norte a Sul do País; não importa discutir se é em Monte Caburaí ou no Oiapoque o ponto mais setentrional brasileiro, pois tanto em um como em outro se faz presente o Exército brasileiro.

Por tudo isso, nós temos muito a comemorar no dia 19 de abril, o dia do nosso Exército.

Um Exército que, no alvorecer do século XXI, mantém bem viva a chama que fez nascer, em 1648, a luta contra a ocupação daqueles que ousaram, um dia, pisar em solo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)