O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Obrigado, Senador Pedro Simon.

            Antes de fazer a leitura do Expediente, eu gostaria, Srªs e Srs Senadores, em nome do Senado Federal, de homenagear, mais uma vez, esse brasileiro exemplar, um pioneiro, um idealizador. Um homem que soube transformar seus sonhos em legado de liberdade e de democracia para o País inteiro. Um homem - eu já tive a oportunidade de dizer isso antes, mas vou repetir agora -, à frente do seu tempo!

            Eu estive com o Sr. Frias em algumas oportunidades e nelas percebi como ele gostava de conversar com as pessoas, de compreender o que acontecia, de se informar sobre os fatos, de opinar e orientar.

            Mais do que lamentar a morte do empresário Octávio Frias de Oliveira, devo louvar os 94 anos de uma vida marcada pela ética, pela democracia e pela coragem.

            O empreendedor responsável pela modernização e pela consolidação de um dos maiores e mais influentes diários do País não gostava de ser chamado de “doutor”. Era um homem que, começando como office-boy, acabou por construir o Grupo Folha, um dos conglomerados mais significativos da comunicação brasileira, fazia questão de ser chamado de “seu” Frias.

            A simplicidade, a personalidade cativante e a gentileza no trato pessoal eram traços de quem nunca teve o poder como privilégio pessoal. O Senador Pedro Simon, há pouco, referiu-se sobre o que acabo de dizer.

            Poder, para o “seu” Frias, era lutar pela democracia, era ajudar a construir uma imprensa livre e independente. Era inovar e fazer valer a pluralidade de visões que são a marca da Folha de S.Paulo, do jornal Agora, do UOL, o maior portal de Internet brasileiro -; do Instituto Datafolha; da editora Publifolha; da Plural Editora e Gráfica, e do jornal Valor Econômico, o diário econômico do Grupo Folha, em parceria com as Organizações Globo.

            Octavio Frias foi um brasileiro ímpar. Um patriota como poucos, com um amor e um compromisso sem medida pelo Brasil e por seu povo. O empresário que, no fundo, sempre foi um grande repórter. Tinha paixão pela notícia e pela informação. Tinha uma convicção inabalável na liberdade de opinião como pilar de uma nação democrática. E entra, com toda honra, para a história da imprensa brasileira.

            À família de Octavio Frias meus sentimentos, a minha admiração. Aos seus filhos, em particular, a certeza de que continuarão conduzindo o Grupo Folha com a mesma grandeza e espírito público que fizeram de Octavio Frias exemplo não apenas para o jornalismo brasileiro, mas para todos os que sonham com um Brasil melhor e mais justo.