Discurso durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reiteração de voto de pesar pelo falecimento do jornalista Octavio Frias de Oliveira. Registro de trechos do pronunciamento do Dr. Luciano Coutinho, por ocasião de sua posse como Presidente do BNDES.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. POLITICA SOCIO ECONOMICA.:
  • Reiteração de voto de pesar pelo falecimento do jornalista Octavio Frias de Oliveira. Registro de trechos do pronunciamento do Dr. Luciano Coutinho, por ocasião de sua posse como Presidente do BNDES.
Publicação
Publicação no DSF de 03/05/2007 - Página 12294
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE DESENVOLVIMENTO. POLITICA SOCIO ECONOMICA.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA, JORNALISTA, EMPRESARIO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA, BRASIL.
  • SAUDAÇÃO, POSSE, PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, DISCURSO, LEITURA, TRECHO, DEMONSTRAÇÃO, QUALIDADE, ECONOMISTA, CONTINUAÇÃO, TRABALHO, ESTABILIDADE, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, POSSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, CRESCIMENTO ECONOMICO, CRIAÇÃO, EMPREGO, ANALISE, CONTROLE, EFICACIA, GASTOS PUBLICOS, PLANO, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO, PROCESSO, REDUÇÃO, JUROS, TRIBUTOS, MODERNIZAÇÃO, TECNOLOGIA, BUSCA, ATENDIMENTO, MEDIA EMPRESA, PEQUENA EMPRESA, MICROEMPRESA, DISTRIBUIÇÃO, RECURSOS.
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, RENDA MINIMA, CIDADANIA.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Flexa Ribeiro, em primeiro lugar, eu gostaria de reiterar os meus sentimentos de pesar à família de Octavio Frias de Oliveira, a sua esposa, Srª Dagmar de Arruda Camargo, e a sua primeira filha, Maria Helena, que Octavio Frias de Oliveira sempre tratou como se filha natural fosse e como irmã de Otavinho, Otavio Frias de Oliveira Filho, Luís Frias de Oliveira e Maria Cristina Frias de Oliveira, que estão agora à frente do empreendimento deixado por Octavio Frias. E acredito que estão muito bem preparados pelo extraordinário legado deixado pelo Sr. Frias. Em especial também gostaria de transmitir a todos aqueles que trabalham ou que trabalharam na Folha, como eu próprio, e que com ela têm colaborado ao longo desses anos o sentimento de pesar, de carinho.

            Quero aqui expressar a dedicação de Octavio Frias de Oliveira à Folha e aos outros meios de comunicação do grupo, como a UOL, bem como aos demais empreendimentos que ele levou adiante. Que todos, inspirados no seu exemplo, possam continuar esse trabalho da forma como ele tanto acreditava, fazendo com que o jornal pudesse se transformar em um instrumento de excepcional qualidade e servir ao interesse de todos nós que, para as nossas atividades, precisamos estar muito bem informados, inclusive sobre aquilo que acontece aqui, no Senado Federal, e também em todos os rincões deste extraordinário território brasileiro, não apenas na hora dos desastres e nos momentos, infelizmente, de criminalidade violenta, mas também nos momentos de alegria e felicidade, seja quando os nossos times favoritos ou os nossos desportistas estão realizando ações de grande importância para nos alegrar e nos emocionar, seja também na hora de registrar os grandes feitos de nossos artistas no campo da música, do teatro, da poesia, da literatura, da dança, o que se passa na televisão, nas novelas, mas, sobretudo, também registrar, como tem feito a Folha de S.Paulo, o pensamento, as idéias de pessoas no mais largo espectro e que fazem desse jornal algo imprescindível para nosso dia-a-dia, para nosso trabalho.

            Eu gostaria também, Sr. Presidente, de aqui transmitir meu cumprimento ao novo Presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, que hoje assumiu. O Presidente Demian Fiocca, que agiu de maneira tão positiva no BNDES, ainda há duas semanas esteve aqui e nos expôs a respeito da sua gestão, com resultados muito significativos.

            Vou requerer, Sr. Presidente, que seja transcrito na íntegra o pronunciamento de Luciano Coutinho durante sua posse no BNDES, hoje. Mas é importante registrar alguns dos trechos desse pronunciamento para que possamos perceber a qualidade desse economista escolhido pelo Presidente Lula para levar adiante tudo aquilo que Carlos Lessa, Guido Mantega, Demian Fiocca e outros puderam fazer desde que foi iniciado o trabalho do Presidente Lula, em 2003.

            Diz ele:

Quero, de início, homenagear o Presidente Lula pela sua profunda identificação com os anseios do povo brasileiro por progresso, justiça e esperança. Recebi do Excelentíssimo Senhor Presidente a orientação de colaborar junto ao Ministério do Desenvolvimento na implementação de uma política industrial de grande envergadura. Uma política que dinamize a economia, acelere a criação de empregos e promova a igualdade de oportunidades. Sinto-me feliz por ter recebido essa orientação que coincide plenamente com os meus sonhos e convicções. É inequivocamente mérito do Presidente Lula ter conduzido o Brasil às portas de um novo ciclo de desenvolvimento.

Finalmente - depois de duas décadas e meia de desempenho medíocre - a economia brasileira pode criar condições para crescer de forma sustentada a taxas próximas de seu elevado potencial. Mais do que o crescimento, almejamos o desenvolvimento social, cultural, ambiental e econômico do nosso País.

Não temos, porém, o direito de nos enganar. A possibilidade de sonhar, o raio de manobra que conquistamos graças à recente consolidação da estabilidade, tudo isso é fruto da rápida e notável reviravolta de nossa posição externa nos últimos anos. Transitamos, com velocidade, de um estado de extrema vulnerabilidade para uma situação de robustez cambial relativamente confortável graças à pujança do superávit comercial em moeda forte. Não nos iludamos quanto à necessidade de manter o equilíbrio a longo prazo do balanço de pagamentos, para que possamos continuar desfrutando dos benefícios de baixa volatibilidade cambial - portanto, de inflação estabilizada. Essa preciosíssima e recente conquista confere autonomia ao Estado brasileiro para empreender políticas de desenvolvimento. Políticas que, num ambiente democrático, devem refletir escolhas públicas e anseios da sociedade brasileira.

            Mais adiante, ressalta Luciano Coutinho:

Escusado lembrar o óbvio: sem a elevação continuada da formação de capital, não há como sustentar o desenvolvimento socioeconômico, a estabilização e o equilíbrio externo. Sendo assim, a subida persistente da taxa nacional de poupança e investimento é objetivo macroeconômico chave. O esforço maior do BNDES estará concentrado na consecução desse objetivo, com a indispensável contribuição do setor privado.

            No que diz respeito ao Plano de Aceleração do Crescimento, diz Luciano Coutinho:

Em prol do aumento dos gastos de investimento socialmente eficientes previstos no PAC, será preciso disciplinar os gastos ineficientes, cortar os desperdícios e superposições, evitar o acúmulo irrefletido de obrigações perdulárias que se projetem para o futuro. Além do controle quantitativo, é hora, portanto, de aprofundar a qualidade do esforço fiscal, no momento em que a continuidade da queda das taxas de juros economiza encargos e abre espaço para substancial melhoria das condições de financiamento do Tesouro Nacional. A continuação desse processo abrirá, também, espaço, esperemos, com a ajuda do Congresso Nacional, para a racionalização e suavização da carga tributária.

[...]

No entanto [assevera Luciano Coutinho], para cumprir esse papel-chave - além de condições macroeconômicas que, esperemos, sejam cada vez mais benignas em matéria de taxas de juros e de taxa de câmbio -, a indústria precisará acelerar os seus processos de inovação em todos os planos: novos produtos diferenciados, novos processos, aumento contínuo de produtividade e de avanços na qualidade da gestão e da governança. Na concepção abrangente do grande Joseph Schumpeter, a inovação tecnológica é a mola propulsora da criação de dinamismo e da capacidade de competir dos sistemas nacionais. Por isso, a inovação no plano empresarial deve merecer estímulo e apoio sistêmico com empenho redobrado, como fazem os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento que estão logrando dominar a 3ª onda de progresso industrial e tecnológico.

            Mais adiante, diz Luciano Coutinho a respeito de uma das missões que lhe foram confiadas:

O Presidente Lula desafiou-me a fazer com que o BNDES chegue mais próximo das médias, pequenas e microempresas. Conto com a criatividade dos técnicos do Banco para multiplicar as iniciativas nessa direção - por exemplo, ampliando o quanto possível a experiência exitosa do Cartão-BNDES e desenvolvendo novos instrumentos de transferência e de neutralização microeconômica de riscos, que permitam que o crédito alcance os pequenos empresários.

            Enfim, Sr. Presidente, peço que transcrito seja o pronunciamento completo de Luciano Coutinho, a quem desejo êxito em sua missão.

            No que diz respeito ao aspecto do microcrédito, estive presente quando o professor Muhammad Yunus, a convite do BNDES, no ano 2000, expôs sobre a sua experiência no Grameen Bank e espero que possa o BNDES acelerar as oportunidades de microcrédito bem-sucedidas também aqui no Brasil.

            Gostaria de transmitir ao Presidente Luciano Coutinho o quanto avalio seja importante que ele próprio, como presidente do BNDES, e os demais membros da equipe econômica estejam atentos à possibilidade de instituir no Brasil, o quanto antes, conforme lei já aprovada pelo Congresso Nacional, a Renda Básica de Cidadania, que certamente estimulará fortemente o crescimento saudável, mais igualitário, correspondendo aos seus objetivos de erradicação da pobreza e maiores oportunidades de emprego de qualidade para todos no Brasil.

            Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e §2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“O futuro tem pressa”.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/05/2007 - Página 12294