Pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães em 08/05/2007
Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Alerta e advertência em relação à CPI do Apagão Aéreo. Críticas ao Governo Lula. (como Líder)
- Autor
- Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), TRANSPORTE AEREO.
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Alerta e advertência em relação à CPI do Apagão Aéreo. Críticas ao Governo Lula. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/05/2007 - Página 13721
- Assunto
- Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), TRANSPORTE AEREO. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- REGISTRO, INICIATIVA, JOSE AGRIPINO, SENADOR, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), INDICAÇÃO, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), APURAÇÃO, CRISE, TRANSPORTE AEREO, CRITICA, INEFICACIA, COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA, INVESTIGAÇÃO, SITUAÇÃO.
- EXPECTATIVA, EFICACIA, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), APURAÇÃO, CORRUPÇÃO, PUNIÇÃO, MEMBROS, PODERES CONSTITUCIONAIS.
- CRITICA, CONTRADIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AUSENCIA, CRITERIOS, NOMEAÇÃO, MEMBROS, GOVERNO, AGRAVAÇÃO, CRISE, CORRUPÇÃO, PAIS, INCOERENCIA, CONDUTA, GOVERNADOR, DEMISSÃO COLETIVA, PREJUIZO, TRABALHADOR, CARENCIA, RECURSOS, SUBSISTENCIA, FAMILIA.
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Líder do meu Partido, Senador José Agripino, teve a gentileza de indicar-me para a CPI do Apagão Aéreo. Essa CPI tem sido muito discutida, mais na imprensa do que aqui. E quero dizer a V. Exª que, como membro dessa CPI, quero que tudo se apure.
Não é uma CPI contra o Governo, mas se o Governo diz - e eu ouvi isto do Presidente Lula - que quer moralidade, não se pode fazer uma CPI imoral. Não, Sr. Presidente, se o fizermos, vamos, mais uma vez, levar o nome do Congresso e do Senado para a opinião pública de modo em que fiquemos na situação em que estamos, ou seja, sem o respaldo da opinião pública, sobretudo por causa do noticiário da imprensa.
O Presidente Renan sabe da sua responsabilidade e nós sabemos da nossa. Que façam tudo, não visando ao Presidente da República ou a quem quer que seja, mas qualquer um, seja o Presidente ou qualquer outro que esteja envolvido na CPI do Apagão, precisa ser citado e vir aqui depor. Caso contrário, Sr. Presidente, é melhor que este Congresso acabe com o capítulo das CPIs e não permita que se apure nada!
Temos uma Comissão de Serviços de Infra-Estrutura que poderia apurar muito, mas não apura nada. Temos vários requerimentos que não têm resposta, e não se diz nada.
Sr. Presidente, não queremos a destruição do Governo, porque seria a nossa destruição e a do País. Mas não queremos que o Governo destrua o próprio País da maneira como procede. Portanto, esse era um ponto que considerava importante trazer logo hoje, aqui, porque daqui a uma semana estará formada a CPI do Apagão no Senado. E não haverá a diferença que existe na Câmara, do dobro dos representantes, em relação aos Senadores.
Queremos fazer tudo harmonicamente, mas não queremos nos desmoralizar. A Oposição não iria pedir uma CPI para não apurar coisa alguma. Não. Nós queremos e vamos apurar. V. Exª pode estar certo e o Presidente da República também. O Presidente da República já demitiu ladrões da Infraero e pode demitir também de outros lugares. Mas vamos apurar. Se houver mais ladrões, queremos que eles diminuam e o dinheiro volte para o Estado.
Não podemos nos conformar com o fato de pegarem desembargadores, juízes, ministros... Apuram-se os fatos, e eles se aposentam, compulsoriamente, com o mesmo recurso - o que não acontece no Congresso, mas o Judiciário tem esse privilégio. Nós não queremos isso. Nós queremos igualdade para todos, contanto que essa igualdade venha com justiça. A maior das injustiças, já dizia Rui, é não fazer justiça. E, conseqüentemente, estou aqui hoje para alertar em relação a esse procedimento. Depois não venham dizer que eu quero destruir o Governo Lula. Não.
Eu não creio que a popularidade do Presidente, embora seja hoje grande, vá até o fim. Não vai. Não vai por causa do Governo. Se o Governo fosse formado de pessoas - e eu cito duas: o Ministro Temporão, que eu não conheço, e o Ministro Haddad, que também não conheço -, o Governo estaria bem. Ninguém ouve dizer que o Temporão está fazendo um Governo político, partidário etc, nem tampouco o Ministro Fernando Haddad. Estou à vontade. Nunca fui vê-los e, se for necessário pelo meu Estado, irei vê-los e exigir que tratem bem a Bahia, mas não vou, evidentemente, negar o valor de ambos.
Se V. Exª me permitir mais um minuto, o que eu quero dizer é o seguinte: nas lutas estaduais, há uma ferrenha luta! Que os Governadores petistas façam as demissões em massa, como estão fazendo, deixando as pessoas com fome. Isso é uma coisa retrógrada, é uma coisa de um passado longínquo, mas, seja lá como for, é a vingança do sujeito que vivia lá embaixo e que, por acaso, sobe, não para fazer o bem do seu Estado, mas sobe para desgraçar a vida de muitas famílias.
Isto sim. Mas que o Governo Federal utilize a máquina, os recursos que nós damos para utilizar com pessoas pouco nobres, que já estão sendo nomeadas para vários escalões do Governo, é uma contradição do Presidente Lula, com aqueles que Sua Excelência conversa, como V. Exª, eu e outros mais. Isso evidentemente nós também não vamos aceitar.
Nomeie gente decente! Ele teve 20 milhões de votos a mais para nomear pessoas corretas, e não para fazer o jogo dos ladrões que já estão fazendo nas Pastas que estão dirigindo.
Procure os nomes, Sr. Presidente. V. Exª é um homem de bem. Se há uma pessoa que respeito no Partido dos Trabalhadores ela se chama Tião Viana e o seu irmão, que foi Governador do Acre. Esses merecem respeito. E outros tantos. Quando aqui foi acusado o nosso ex-Líder Mercadante, a minha voz veio em favor dele. Mas eu não posso dizer o mesmo do Governo. O Governo não está sendo composto como o Presidente da República prometeu ao Brasil e a nós outros.
Eu estou alertando. O momento não é nem de agressão; é de alerta, mas o alerta, que é uma advertência, passará até a agressão, contanto que o Brasil não continue a trilhar o caminho da desonestidade, que tem sido, infelizmente, uma norma do Governo passado e que agora não está melhorando.
Muito obrigado.