Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem a Octávio Frias de Oliveira, do jornal Folha de S.Paulo, recentemente falecido. Elogios à atuação do Governador José Roberto Arruda.

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Homenagem a Octávio Frias de Oliveira, do jornal Folha de S.Paulo, recentemente falecido. Elogios à atuação do Governador José Roberto Arruda.
Aparteantes
Eduardo Azeredo.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2007 - Página 13763
Assunto
Outros > HOMENAGEM. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA, EMPRESARIO, JORNALISTA, PROPRIETARIO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • HOMENAGEM, JOSE ROBERTO ARRUDA, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), ELOGIO, VIDA PUBLICA, EMPENHO, DEFESA, INTERESSE, POPULAÇÃO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, CAPITAL FEDERAL.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INJUSTIÇA, COMPARAÇÃO, ACUSADO, CORRUPÇÃO, GOVERNO, SACERDOTE, VITIMA, PERSEGUIÇÃO, DITADURA, REGIME MILITAR.
  • CRITICA, INCOERENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, RECONHECIMENTO, CORRUPÇÃO, GOVERNO, GRAVIDADE, OFENSA, ARCEBISPO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vou dividir o tempo, para, no primeiro momento, homenagear duas ilustres personalidades e para depois falar pela Liderança da Bancada.

            A primeira parte deste pronunciamento tem como objetivo homenagear um ilustre cidadão brasileiro que recentemente nos deixou.

            Os dicionários comuns, Sr. Presidente, não costumam registrar os nomes próprios das pessoas. O pretexto é que os antropônimos não carreiam em si significado e desconhecê-los não seria desconhecer a língua portuguesa.

            De fato, se nos debruçarmos a contar os inúmeros Octavios, Ruis e Ulisses que existem registrados em nossos cartórios, pouco sentido encontraremos em seus respectivos nomes, mesmo que agregados a sobrenomes de família: Frias, Barbosa, Guimarães.

            O sentido de cada nome e, diríamos, a imagem de cada homem estão intimamente ligados à sua história, à contribuição que tenha oferecido ao povo e à Nação. O sentido de cada nome está na capacidade de o indivíduo fazer a própria história e contribuir para a sociedade, independentemente de origem humilde ou abastada. O sentido de cada nome está na habilidade de olhar em frente e enxergar o rumo, seguir adiante, sem ignorar o próximo.

            Hoje, desejamos homenagear um nome e um sobrenome, um homem e uma história que sintetizam esses pensamentos, porque sintetizam a história do jornalismo moderno no Brasil.

            Queremos homenagear e reverenciar o saudoso Octavio Frias de Oliveira.

            Para nós, o Sr. Frias conseguiu abstrair, como poucos empresários da mídia, o sentido e a missão maior do jornalismo: o compromisso com a verdade e a com a objetividade.

            O compromisso com a verdade, traduzida na verificação dos fatos, do que ocorreu na íntegra, porque a notícia, quando publicada na imprensa, assume dimensão maior, ganha a rua, o público e a Nação. A notícia pode construir a história por meio da verdade, mas destruir biografias por meio da mentira, da versão falaciosa, do fato distorcido, da meia-verdade.

            O compromisso com a objetividade, revelada pelas múltiplas opiniões acerca do mesmo episódio, do mesmo acontecimento - a objetividade demonstrada pelo pluralismo de idéias, que não esconde ou acoberta nem mesmo o que se coloca de forma contrária à opinião do próprio jornal.

            A coluna do “sim” ou “não”, que se tornou presente em inúmeros periódicos Brasil afora, tem na Folha, do Sr. Frias, a origem, o nascedouro do confronto de idéias, que permite ao leitor formar opinião, definir escolhas e interferir, direta e indiretamente, nos destinos do País.

            Octavio Frias de Oliveira, esse carioca nascido em 1912, não só compreendeu a missão maior do jornalismo, mas também colocou em prática uma nova visão de imprensa em todos os sentidos, do conteúdo ao formato do jornal propriamente dito.

            O Sr. Frias agiu de acordo com convicções fortes, firmadas ao longo de sua história, não só como empresário, mas como indivíduo íntegro, de reputação ilibada.

            Decerto, um empresário que andou de cabeça erguida, simples, mas altaneiro, porque sempre lutou pelas grandes causas desta Nação, pelo debate franco e aberto, sem preconceitos.

            Foi assim quando comprou o jornal e se entregou de corpo e alma ao projeto, que só podia ter-se transformado em sucesso diante de tamanho empenho. E olhem, Srªs e Srs. Senadores, que o próprio Frias disse não entender do negócio quando o amigo Armando Nieto lhe ofereceu a Folha.

            Talvez nem mesmo o intrépido Frias conseguisse avaliar, naquele momento de 1962, a contribuição que daria ao debate sobre temas do Brasil e do mundo. Talvez nem mesmo o atônito Octavio soubesse a dimensão que a Folha tomaria, modernizando-se ao longo do tempo, criando novos empreendimentos, como o portal UOL e o Agora, e estabelecendo parcerias, como o Valor, em sociedade com a Globo.

            O Sr. Frias viveu num mundo da política brasileira e conviveu com inúmeros governantes do País, recebendo-os para conversas e trocas de idéias, abrindo a redação e o jornal a quem desejasse expor opiniões e provocar o debate.

            A esse respeito, não posso deixar de referir a calorosa recepção que nos brindou quando fomos eleitos Governador de Goiás, em 1998, em nosso primeiro mandato, nem as diversas vezes que fomos recebidos por esse insubstituível homem da imprensa e do jornalismo escrito.

            O Sr. Frias, Sr. Presidente, notabilizou-se pela imprensa escrita e nunca quis aventurar-se por outras paragens do jornalismo, nem rádio, nem TV. Octavio Frias quis ficar na reflexão de cada coluna, porque o texto escrito parece-nos, permanentemente ali, gravado, impresso, à espera do debate, do confronto, ricos instrumentos para a construção da sociedade.

            Desejo ainda, Sr. Presidente, homenagear a um outro cidadão ilustre.

            A diversidade da alma humana encanta-nos, porque somos, ao mesmo tempo, tão plurais e tão singulares no modo de vermos e sentirmos o mundo. Mas há duas características que são essenciais, basilares a quem pretenda exercer o árduo oficio de governar e alcançar o sucesso: a humildade e o empreendedorismo. É exatamente por esses dois atributos traduzidos na capacidade de ouvir e acolher críticas construtivas, num processo dinâmico de execução de metas e objetivos, que rendo, nesta sessão, minha sincera homenagem ao Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

            Mineiro de Itajubá, nosso homenageado é de origem humilde, uma pessoa que lutou desde tenra idade para estudar e galgar posições neste competitivo mundo contemporâneo, onde, muitas vezes, os espaços e as oportunidades são reduzidos para quem veio de baixo, como diz a sabedoria popular. José Roberto Arruda é desses homens que abriram caminho para a vida pública pelo talento e o empenho, pela vontade e a dedicação ao trabalho.

            Sem qualquer dúvida, o engenheiro Arruda aproveitou cada uma das oportunidades colocadas à sua frente e soube mesclar o desejo de vencer na vida com o conhecimento e os estudos. Foi assim que chegou à universidade e graduou-se em engenharia na sua própria cidade natal; foi assim que sentiu bater no peito o sonho de vir para a cidade grande e abrir novas oportunidades de trabalho e emprego.

            Mas, decerto, Sr. Presidente, o jovem de 21 anos, que chegou a Brasília em 1975, não tinha a dimensão do que a vida lhe reservaria como alguém dedicado a servir a sociedade, ouvindo-a e convertendo-lhe os anseios em obras, em viadutos, em pontes e em avenidas na Capital da República. O ex-Governador Aimé Lamasion sabia em quem estava apostando quando convidou o jovem engenheiro da Companhia Energética de Brasília (CEB), aprovado em concurso público, para ser diretor da Novacap e, mais tarde, da CEB.

            Arruda soube corresponder, como é do feitio desse mineiro empreendedor: idealizou projetos, realizou trabalhos e tocou obras. Tudo isso foi lhe dando a justa dimensão do que eram as necessidades da Capital Federal e do que deveria ser feito para continuar a proporcionar qualidade de vida ao povo candango. Nesse primeiro posto de natureza pública, quem sabe nosso homenageado não tenha começado a vislumbrar a possibilidade de servir à sociedade brasiliense num mandato eletivo!

            E lá se foi nosso querido futuro Governador do Distrito Federal continuar na caminhada da vida pública. Atento, humilde e disposto ao trabalho, foi o braço direito do Governador Roriz, de quem somos também admiradores. Primeiro, ficou à frente da Casa Civil, mas a tarefa maior seria na Secretaria de Obras, porque Brasília precisava de um metrô como forma de reordenar o trânsito e de organizar o fluxo dos transportes urbanos de maneira racional e inteligente.

            Havia o desafio de preservar as características da Capital como Patrimônio da Humanidade, em particular os aspectos peculiares das asas do avião concebido por Lúcio Costa e por Oscar Niemeyer. Havia o desafio de abrir os túneis com a delicadeza de um cirurgião, escolhendo a melhor alternativa para a intervenção no coração da Capital da Esperança. Se, nas cidades satélites, a dificuldade era apenas a de superar o cento de Taguatinga sem promover o caos na agitada cidade, no Plano Piloto, a alternativa de se fazer a obra por baixo da W2 acabou cedendo lugar à linha paralela ao Eixo Rodoviário, mais fácil para se abrir caminho até a Rodoviária, estação final do percurso. Arruda assumiu o comando da locomotiva e, liderado por Joaquim Roriz, construiu os primeiros 32 quilômetros do metrô de Brasília.

            À frente, Sr. Presidente, a vida colocou um obstáculo a ser transposto por esse ilustre homem, oriundo das Minas Gerais - e foi exatamente nesta Casa, o Senado da República. Mas José Roberto Arruda daria uma lição de humildade e de perseverança ao pedir desculpas à população do Distrito Federal quando renunciou ao mandato de Senador, desculpas que a sociedade brasiliense acolheu de coração aberto, porque viu a modéstia em Arruda, característica dos grandes homens públicos, desculpas que mostram o carinho do povo do Distrito Federal por José Roberto Arruda, na forma da mais expressiva votação para a Câmara dos Deputados.

            O desejo de Brasília para Arruda era maior, o desejo do povo candango era conduzir o menino de Itajubá ao Palácio do Buriti, era colocar no mais alto posto do Governo do Distrito Federal o homem experiente e vivido, o homem de grandes feitos e realizações, o homem simples e modesto, o homem que soube alinhavar uma composição política com o Senador Paulo Otávio e formar uma candidatura insuperável ao Buriti.

            No dito popular, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não deu para ninguém! Arruda foi eleito em primeiro turno e demonstrou, mais uma vez, que Brasília o admira e lhe tem carinho.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Marconi Perillo, peço um aparte a V. Exª.

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO) - Concedo, com muito prazer, o aparte ao ilustre Senador Eduardo Azeredo. Depois, eu o concederei ao Senador Mão Santa.

            O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Marconi Perillo, quero me solidarizar com seu pronunciamento. É realmente de justiça fazermos votos de que o Governador Arruda se saia muito bem aqui em Brasília, e ele já começa a mostrar as marcas do seu estilo empreendedor. Ele teve realmente a humildade de saber recomeçar a vida pública como Deputado e, agora, como Governador - na verdade, juntaram-se dois mineiros, ele e Paulo Octávio. Mas quero dizer que fico feliz de ver sua lembrança em relação a ele, porque é um Governador que merece todo o nosso apoio, ex-companheiro nosso do PSDB, hoje no DEM. E que o povo de Brasília possa beneficiar-se de uma administração que, seguramente, ficará na história!

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO) - Agradeço a V. Exª o aparte e o incorporo, Senador Eduardo Azeredo, a este pronunciamento. V. Exª foi um Governador muito expressivo e competente no nosso querido Estado das Minas Gerais.

            Mas, concluindo, Sr. Presidente, quero dizer que nosso homenageado veio para corresponder aos anseios populares e para dar uma toada própria de quem sabe e quer administrar bem a coisa pública. Veio para sanear as finanças e para traçar novos rumos para o Distrito Federal. Tomou logo medidas objetivas e diretas para reduzir os gastos. Contrariou interesses particulares, em nome da probidade e da racionalidade administrativas. As Secretarias foram reduzidas. O resultado, Srªs e Srs. Senadores, só poderia ser um: economia de R$150 milhões em dois meses, o que deve chegar a quase R$1 bilhão até o final do ano.

            Arruda, Sr. Presidente, quer servir ao povo, quer realizar as obras necessárias para garantir condições de vida digna a toda a população do Distrito Federal.

            O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Senador Marconi Perillo, desculpe-me interrompê-lo em seu pronunciamento para prorrogar a sessão por dez minutos, para que V. Exª possa concluir.

            O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Arruda, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quer servir ao povo, quer realizar as obras necessárias para garantir condições de vida digna a toda a população do Distrito Federal. Arruda, Srªs e Srs. Senadores, quer tratar todo cidadão do Distrito Federal em pé de igualdade, tanto o morador do Plano Piloto e do Lago Sul, quanto o das cidades satélites e do Entorno de Brasília. Aliás, os Governadores Arruda e Alcides têm firmado parcerias estratégicas importantes para dar continuidade ao trabalho de parceria começado por mim e por Roriz no sentido de minorar as dificuldades das pessoas que vivem no Entorno de Brasília.

            Com Arruda, Brasília vai realmente dar prosseguimento às ações do Governo Roriz e conhecer um novo tempo, uma nova forma de fazer bombear o coração do Brasil.

            Nós, como amigo e admirador, queremos desejar sucesso pleno a esse homem de grandes feitos e realizações; queremos nos colocar à disposição para apoiá-lo aqui, no Senado, em tudo o que for do nosso alcance, porque compartilhamos desse espírito empreendedor e moderno e temos buscado também servir ao nosso povo, à nossa gente de Goiás, nessa parceria com o Governador Arruda. Que Deus lhe dê a sapiência necessária para servir com maestria ao povo de Brasília!

            Sr. Presidente, para concluir este pronunciamento, eu pediria a V. Exª mais cinco minutos, para falar, agora, em nome da Liderança da Bancada.

            Srªs e Srs. Senadores, trago aqui um assunto da mais alta gravidade e, por isso, falo aqui em nome da Liderança da Bancada do PSDB, o meu Partido.

            Em matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo de hoje, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou as acusações contra os mensaleiros e todos os que foram investigados por corrupção, Sr. Presidente, nos escândalos registrados ao longo do primeiro mandato, aos processos de “difamação” a que, no regime militar, foram submetidos os arcebispos Dom Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, e Dom Helder Câmara, de Olinda e de Recife.

            “Passaram-se os anos, e as calúnias levantadas contra essas pessoas nunca foram provadas”, afirmou o Presidente em resposta à pergunta do Padre César Moreira, da Rádio Aparecida.

            A comparação entre mensaleiros e os arcebispos de boa-fé foi feita em resposta a uma pergunta sobre questões éticas envolvendo o Governo. O Padre Moreira disse que “houve uma certa frustração no modo como o Governo tratou, no mandato passado, a questão ética, a questão dos escândalos”. E arrematou: “O senhor acha que fez tudo o que devia?”. Lula disse que “o Presidente da República não é policial nem tem papel de juiz”. Afirmou ainda que a Justiça é que vai decidir quem é ou não culpado, mas acrescentou uma opinião objetiva sobre as denúncias: “Na verdade, teve muitas coisas que foram colocadas a público sem nenhuma veracidade, sem nenhuma prova, sem nenhum argumento que pudesse dizer: isso é verdadeiro”.

            Depois de dizer que “o Governo tem feito aquilo que é correto fazer”, o Presidente encerrou a resposta à Rádio Aparecida com a comparação com os arcebispos de São Paulo e de Olinda e de Recife. “Os caluniadores não querem provas, eles só querem caluniar”, afirmou, deixando claro que, para ele, seu Governo foi vítima de calúnias.

            Os religiosos mencionados pelo Presidente Lula, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não foram perseguidos pelo Regime Militar por suas teses religiosas e, sim, porque compuseram a linha de frente de resistência à tortura, no que fizeram muito bem, e agiram como verdadeiros pastores, como verdadeiros patriotas, como verdadeiros defensores dos direitos humanos e, sobretudo, das liberdades e da democracia.

            Sr. Presidente, é indecoroso, indecente, que o Presidente da República venha associar o banditismo de Estado praticado por alguns dos seus companheiros e auxiliares à perseguição sofrida pelos dois bispos citados.

            Era mentira que um séqüito de seus auxiliares comandasse, quando menos, um esquema de caixa dois? Ele próprio não admitiu, Sr. Presidente? É acusação ou fato? É mentira que Marcos Valério tenha passado uma mala de dinheiro para alguns partidos? Os próprios presidentes desses partidos não admitiram? É mera acusação ou é fato? É mentira que petistas e outros Deputados da base aliada tenham recebido dinheiro de origem ilegal de alguns Bancos? É acusação ou é fato?

            O Presidente é o maior mistificador da história do Brasil. Ninguém o iguala na arte de engambelar, de dar truque, de misturar ficção e realidade. Daqui a pouco, vão negar que tenha existido, algum dia, mesmo o caixa dois petista, que é o crime que o Partido assumiu para esconder o mensalão.

            Dom Paulo está aí, ainda poderia contestar, mas não Dom Helder. Dele já se disse muita coisa boa e, às vezes, injustamente, algumas coisas ruins. Aliás, disseram coisas boas e, às vezes, injustamente, coisas ruins dos dois, mas ninguém ainda havia comparado o histórico arcebispo de Olinda e o nosso grande brasileiro, arcebispo emérito de São Paulo, a malandro que esconde dólares na cueca. Isso só esse pessoal fez. É uma ofensa grave aos dois religiosos e a todos nós católicos.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2007 - Página 13763