Pronunciamento de Inácio Arruda em 09/05/2007
Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da instalação do Parlamento do Mercosul.
- Autor
- Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
- Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA EXTERNA.:
- Registro da instalação do Parlamento do Mercosul.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/05/2007 - Página 13992
- Assunto
- Outros > POLITICA EXTERNA.
- Indexação
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- SAUDAÇÃO, INSTALAÇÃO, PARLAMENTO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL), IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, POVO, ESTADOS MEMBROS, CUMPRIMENTO, PREVISÃO, VULTO HISTORICO, AMERICA DO SUL, UNIÃO, DIVERSIDADE, CULTURA, BUSCA, APROVEITAMENTO, RIQUEZAS, LIBERDADE, TRANSITO, TRABALHO.
- SOLICITAÇÃO, REGISTRO, ANAIS DO SENADO, DISCURSO, AUTORIDADE, ESTADOS MEMBROS, SESSÃO, INSTALAÇÃO, PARLAMENTO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, solicito a palavra para destacar a instalação, em Montevidéu, no histórico dia 7 de maio, no Palácio Legislativo, do Parlamento do Mercosul. Trata-se de momento que ficará marcado para sempre na história de nossos povos.
O Parlamento do Mercosul acolhe um conjunto de nacionalidades e etnias. É o povo sul-americano. O desenho institucional é novo, mas as idéias que o fundam estavam latentes, repousam nas lutas libertárias de verdadeiros gigantes das Américas, José Martín, Bolívar, José Marti, Tiradentes, o nosso Tiradentes, que se comunicava com os povos das Américas, com a Europa, que queria a independência cedo do nosso País e já republicano.
Somam-se a esses bravos homens e mulheres que, no século XX, enfrentaram corajosamente as violentas e sanguinárias ditaduras, a soldo de um império que se instalou nesse século, o império americano, que praticamente impôs ditaduras em mais da metade do nosso continente.
Sr. Presidente, foi uma caminhada dura, corajosa, na qual sempre esteve presente a idéia da unidade latino-americana, uma idéia forte de como unir os países latino-americanos, um país continental como o Brasil e o conjunto de nações no nosso continente sul-americano, de língua espanhola, com várias etnias, com povos nativos e, ao mesmo tempo, distantes uns dos outros.
Podemos dizer que, ao constituir o Parlamento do Mercosul, estamos construindo história agora. É claro que não podemos vê-la, mas será vista e lida logo adiante, talvez daqui a 30, 40, 50, 60 anos. Aguardemos! É só termos paciência e a sensibilidade daqueles que tecem o amanhã.
Vamos juntar nossas mãos de legisladores brasileiros, uruguaios, argentinos, paraguaios, venezuelanos, chilenos, bolivianos, as mãos sábias dos mestres-de-obras, dos engenheiros, dos arquitetos, com as mãos de Neruda, de Jorge Amado, de Patativa do Assaré, de Víctor Jara, de Pablo Milanés, de Chico Buarque, que conclama a unidade do povo brasileiro, de Eduardo Galeano, de Mercedes Sosa, juntar o povo, meu caro Senador Eduardo Azeredo, que é Vice-Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ah, eles saberão fazer das veias abertas verdadeiras vias da integração cultural, unir esses povos de cultura rica e de tanta sabedoria para que possam usar as riquezas fabulosas de que dispõem em suas mãos!
Na nossa região, Sr. Presidente, deste continente que se une no Mercado Comum do Sul e que constitui o Parlamento do Sul, temos o gás, a riqueza do petróleo, a riqueza do etanol e do biodiesel. Temos a energia hidroelétrica limpa, um potencial fabuloso de produção de energia eólica, licenciada a 4 mil megawatts só na região do Nordeste brasileiro, sem discutir o restante do nosso continente. É produção de energia!
Podemos, Sr. Presidente, dizer que estamos constituindo um Parlamento que pode ecoar o sentimento da unidade, de como os povos vão transitar livremente nos nossos territórios, de como tratar a questão laboral das várias categorias, médicos, engenheiros, arquitetos, além dos mestres-de-obras, os homens da cultura e da arte, o sentimento de como vão transitar nesse território livre da nossa região.
Eu poderia citar mais riquezas nossas: o ferro, o cobre, o ouro, a prata. Mas a água é um caso específico, já tratado pelo Parlamento do Mercosul, Sr. Presidente, como o aqüífero Guarani, sobre o qual tive oportunidade de discutir anteriormente, em Montevidéu. E, ontem, lembrei-me do meu primeiro pronunciamento no Parlamento do Mercosul.
O aqüífero Guarani une o Uruguai, a Argentina, o Paraguai e o Brasil; une com a água, a riqueza mais importante do nosso Planeta, e ela está disponível naquele gigantesco aqüífero. E quantas outras questões podemos solucionar em conjunto, integrando a nossa região?
Então, temos oportunidade, naquele Parlamento, de tratar de questões concretas, da vida do nosso povo, do povo brasileiro e do povo do Mercosul, que se vai unindo nesse Parlamento, que surge...
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - ... Sr. Presidente, vou concluir, para dar vida à voz do povo desses países, que se une no Parlamento do Mercosul e nesse grande mercado, que é o Mercado Comum do Sul, da nossa região da América do Sul.
Sr. Presidente, essa foi nossa passagem, em um primeiro momento, na formação daquele importante Parlamento.
Peço a V. Exª que faça chegar até nossas mãos, para constar dos Anais da Casa, o pronunciamento de todos os Ministros de Relações Exteriores; o do Vice-Presidente da República, que também preside o Congresso Nacional uruguaio; o pronunciamento do Presidente do Senado e do Presidente da Câmara do Brasil, que se manifestaram naquela oportunidade; enfim, todos os pronunciamentos da sessão de instalação, que se deu no dia 7 de maio.
Os pronunciamentos são muito importantes, para mostrarmos a riqueza do pensamento que constituiu a instalação desse Parlamento, que será a voz da nossa Região.
Muito obrigado.