Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a matérias sobre a elevação da nota atribuída ao Brasil pela agência de classificação de risco Fitch e o crescimento da produção industrial. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Comentários a matérias sobre a elevação da nota atribuída ao Brasil pela agência de classificação de risco Fitch e o crescimento da produção industrial. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/05/2007 - Página 14191
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, MELHORIA, CLASSIFICAÇÃO, BRASIL, REDUÇÃO, RISCOS, INVESTIMENTO, MOTIVO, EFICACIA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, AUMENTO, POUPANÇA, QUESTIONAMENTO, DISCURSO, JOSE AGRIPINO, SENADOR, DADOS, ENTIDADE, AMBITO INTERNACIONAL.
  • COMEMORAÇÃO, CRESCIMENTO, VENDA, TRIMESTRE, INDUSTRIA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, DADOS, INDUSTRIA NACIONAL.
  • COMPARAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, INDIA, VANTAGENS, ECONOMIA NACIONAL, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, SAUDAÇÃO, DADOS, RESULTADO, DIRETRIZ, JUSTIÇA SOCIAL.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, quero agradeço ao Senador Garibaldi.

De forma tranqüila, quero dizer que não aparteei o orador que me antecedeu, porque, desta tribuna, quero falar de forma muito clara, neste pouco tempo que terei, a respeito da seguinte notícia - inclusive, fui interpelada a esse respeito pela imprensa, quando estive no Ministério da Fazenda no início da tarde:

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota atribuída ao Brasil de “BB” para “BB+”, um degrau abaixo da faixa de grau de investimento. (...)

O upgrade reflete a significativa melhora na situação externa do País, políticas macroeconômicas prudentes e um aumento da poupança doméstica, segundo a agência.

“A acumulação de reservas internacionais (...) ressalta o contínuo fortalecimento do balanço externo do Brasil e a resistência a choques externos”, avaliou a diretora sênior do grupo de rating soberano da agência, Shelly Shetty.

Portanto, em um dia como o de hoje, em que sai essa notícia, Senador Neuto de Conto, que nos coloca na iminência de termos o investimento grade, que permitirá que este País tenha um volume maior de investimentos a custo muito menor, deparo-me com a repercussão negativa de um tal índice de competitividade dado pela agência IMD.

Acontece que, quando os fundos de pensão, por exemplo, nos Estados Unidos, Senador Neuto de Conto, tiverem de fazer investimentos fora dos Estados Unidos, a lei americana os obrigarão a fazê-lo em países em que há investimento grade. Ou seja, os fundos de pensão americanos não vão poder fazer investimento pela análise da IMD, do tal índice de competitividade, que faz parecer que o Brasil diminuiu. Mas vão fazê-lo, com certeza, a partir do momento em que entrarmos no investimento grade. Estamos muito próximos disso.

Todos deveríamos comemorar essa notícia tão positiva, tão promissora, tão alvissareira, que nos custou tanto! Custou-nos muito, porque fizemos muito neste País, controlando a inflação, diminuindo o risco-país - atingimos 152 pontos. Os que criticam tiveram a capacidade de fazer isso em algum momento da história? Não. Nunca o risco-país chegou a 152 pontos. Nunca estivemos tão próximos de ter esse reconhecimento internacional de solidez, de estabilidade e de condições econômicas para atrair investimentos.

Estou comemorando também notícias do meu Estado: as vendas acumuladas no primeiro trimestre, em Santa Catarina, atingiram uma alta de 7% - o índice nacional é de 4,5% -, em setores como o de alimentos e o de bebidas (quase 15%) e como o de máquinas e de equipamentos (16%).

Eu queria fazer minha inscrição, mas não terei tempo. Então, leio as manchetes dos principais jornais: “Produção industrial sobe em 8 das 14 regiões em março”; “Produção industrial brasileira cresce pelo sexto mês consecutivo”, segundo a Folha Online; “Emprego na indústria paulista sobe 2,4% em abril”.

Este é o sexto mês de crescimento consecutivo, mas parece que isso não existe. Às vezes, tento enxergar onde as pessoas vêem tanta má vontade, tanta negatividade, com tantas notícias positivas e alvissareiras para nosso País.

Senador Augusto Botelho, ontem, V. Exª participou de uma exposição cujo teor trarei à tribuna. A exposição do Dr. Ricardo Paes de Barros no seminário a respeito da diminuição da desigualdade é absolutamente impactante. Dizem que não crescemos como a China, que não crescemos como a Índia, mas quem mais precisa crescer neste País cresceu mais do que se cresceu na China. As classes de menor poder aquisitivo tiveram, ao longo do primeiro mandato do Presidente Lula, crescimento muitas vezes superior ao crescimento médio do País. Portanto, estamos crescendo com distribuição de renda, outra coisa que não se fez. Muitas vezes, houve crescimento, chegamos a crescer até 13% ao ano, mas quem se apoderou desse crescimento? Os de sempre, os mesmos, os poucos. Agora, invertemos as curvas. Senador Eduardo Suplicy, os gráficos apresentados ontem foram extremamente alvissareiros para os que querem este País justo, atrativo, em desenvolvimento, em crescimento sustentável, com distribuição de renda.

Por isso, estranho os discursos e as falas que parecem só querer enxergar que não vai dar certo, que não vai dar certo. Mas os fatos, os dados, os números apontam exatamente no sentido contrário, felizmente, para o povo brasileiro, que não teve dúvida, no ano passado, quando apostou, de forma ostensiva e massiva, na reeleição do projeto que está fazendo este País crescer, com distribuição de renda.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/05/2007 - Página 14191