O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiramente quero apresentar a V. Exª um requerimento que, tenho certeza, receberá o apoio do Senador Mão Santa.

Requeremos, nos termos do art. 218 do Regimento Interno e de acordo com as tradições da Casa, a inserção em Ata de voto de profundo pesar pelo falecimento do ex-prefeito da cidade piauiense de Curralinhos, Hermes Pereira de Araújo Santos, e apresentação de condolências à família, na pessoa de sua esposa, Maria do Carmo Damasceno Santos.

Hermes Pereira, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que faleceu no último dia 12, era técnico agrícola, tendo trabalhado por muito tempo na Ceasa do Piauí. Formado em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí, nasceu em 9 de janeiro de 1954, na cidade de Teresina.

Iniciou sua carreira política pelo PFL, elegendo-se vereador pelo Município de Monsenhor Gil, tendo cumprido dois mandatos e meio neste cargo (em um total de dez anos).

Como vereador, apresentou a emenda e lutou pela aprovação da emancipação do Município de Curralinhos, que era à época um distrito de Teresina. Com a criação do Município, Hermes Pereira candidatou-se às eleições de prefeito em 1995 e saiu-se das urnas vitorioso, tornando-se o primeiro Prefeito de Curralinhos, cidade localizada a 72 quilômetros de Teresina. Foi reeleito em 2000 para um novo mandato de quatro anos.

Hermes Pereira era um entusiasta do movimento municipalista, e a sua atuação a frente da Prefeitura tinha como meta o fortalecimento das cidades piauienses, além de ter sido um batalhador das causas das comunidades mais carentes. O ex-Prefeito deixa viúva Maria do Carmo e três filhos: Daniela, Raphael e Aécio Ravel.

Sr. Presidente, o Hermes foi uma das figuras mais interessantes com quem convivi ao longo da minha vida pública: inteligente - o Senador Mão Santa o conheceu bem -, espirituoso e, acima de tudo, um extraordinário administrador.

Levo aqui, portanto, pelos microfones do Senado da República, meus votos de pesar a todos os moradores de Curralinhos pela perda dessa figura extraordinária. A política piauiense perde, portanto, uma das suas grandes figuras.

Está feito o registro, Sr. Presidente.

Mas, Sr. Presidente, o PAC faz cem dias sem que nada, absolutamente nada, de positivo aconteça no País. Os jornais do Piauí, Mão Santa, trazem hoje exatamente matéria nesse sentido, mostrando que, após cem dias, o Estado do Piauí ainda não viu nenhuma obra ser iniciada que possa se dizer: esta obra é uma inspiração, esta obra está incluída no contexto do PAC. É lamentável que o País perca o tempo que vem perdendo comemorando, por meio de factóides, essas ações.

Nós, que fazemos oposição, gostaríamos de estar aqui louvando iniciativas do Governo em benefício do Brasil amparadas nas melhorias que o Programa de Aceleração do Crescimento, no seu contexto escrito, na sua proposta, traria ao Brasil. Traria, Sr. Presidente.

É lamentável que, na realidade, tudo até agora não passe, Senador Mão Santa, de obras virtuais, aquelas mesmas obras que durante a campanha nós vimos no bem-feito programa do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva: hidroelétricas, estradas, ferrovias, que de lá para cá continuam na mesma, ou seja, não existem. Quero lamentar - não vou me alongar hoje, em homenagem ao Senador Pedro Simon, que, tenho certeza, fará um pronunciamento como de costume, trazendo assuntos da maior importância para o País - mas não poderia deixar de registrar esses 100 dias do PAC.

Senador Mão Santa, aquela preocupação que tínhamos parece que começa a acontecer e o meu medo é de que o PAC se transforme em um traque, ou seja, não traga nada de positivo e objetivo para o País.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Pois não

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Primeiramente, eu quero me associar ao momento de tristeza que vive Curralinhos pelo falecimento do nosso amigo e líder cuja perda para o Piauí V. Exª externou. D. Mariana, com certeza, foi passar com a mãe o Dia das Mães e a minha família, quase toda, está ainda no Piauí. Eu fui. Mas, Senador Heráclito, olha, a dengue tomou o Estado. Agora não é só o PT, é o PT e a dengue. Olha, aquele prefeito, Walmir Café Neto, um dos melhores médicos da região de Pedro II. V. Exª conhece, não é?

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - É meu amigo.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Outro dia tive um filho na UTI com dengue. A dengue assolou aquela região. E, na confusão maior, é uma briga. Acho que o nosso Presidente Lula tinha razão quando falou em “aloprados”. Agora, acho que a maior densidade está no Piauí. Por que o drama da saúde pública é horrível, Senador Heráclito Fortes? É simples, está lá. Acho que é porque V. Exª iniciou o pronto-socorro municipal. V. Exª, quando era prefeito, sonhou, iniciou, trabalhou. Firmino concluiu e eu o visitei. O Prefeito Sílvio Mendes era Secretário de Saúde. Só faltam os convênios. Agora, porque o PSDB é forte, o PT não permite a realização. Então, um “aloprado” resolveu, Senador Heráclito Fortes, pegar o hospital de doenças infecto-contagiosas, fundado por Alberto Silva, e levar para o Hospital Universitário. E não é isso. Todas as capitais brasileiras, Senador Heráclito Fortes, têm um hospital federal. A nossa é a única que não tem. Então, eles estão tirando um hospital de doença infecto-contagiosa, um hospital de história, de tradição, que fez com que eu também inaugurasse até no Hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba, um anexo de doenças que eles já acabaram. E eles vão levar agora para o hospital universitário, que não é para essa finalidade. O hospital universitário tem que ser um hospital de docência ampla. Todas as capitais federais têm um hospital federal, Senador Heráclito Fortes, e a nossa não tem. E acho também que é por mágoa do Alberto Silva. O pronto-socorro eles não emplacam, não fazem o convênio porque está nas mãos do PSDB, e nós sabemos disso. E acho também que eles querem castigar V. Exª, porque foi V. Exª que plantou aquela semente. E eu, como médico, como cidadão e como Senador, penso que, sem dúvida nenhuma, irá minimizar o sofrimento, não só de Teresina, do Piauí, do Maranhão, de Tocantins, o pronto-socorro que V. Exª iniciou e Firmino terminou. E eles não fazem o convênio no PT.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Faço o registro com muita alegria, Senador Mão Santa, e lamento que o pronto-socorro não esteja ainda em funcionamento. Aliás, essa obra não é minha. Ela foi começada por mim, mas pertence à população de Teresina e foi concebida para resgatar uma deficiência grave que existe na capital do Estado.

Aliás, Senador Mão Santa, V. Exª sabe da dificuldade que temos de ajudar. Lembra-se de que estou há três orçamentos lutando no Governo Federal para que o Estado do Piauí coloque na capital, Teresina, equipamentos contra incêndios, chamados, comumente, de escada magirus, que são essas patrulhas contra incêndios. Eu já coloquei, mas o dinheiro retornou; e até agora - apesar de já ter recebido informações do Ministro da Justiça, do Ministro do Planejamento, da Ministra da Casa Civil - são cobertos do mais absoluto silêncio os fatos sobre recursos que envolvem essa aquisição.

Espero que ela seja feita da maneira mais transparente possível. É a única exigência que faço. Aliás, tem sido a marca, graças a Deus, da minha trajetória política. Espero que essas coisas sejam feitas com muita clareza. É um equipamento importado. É preciso - o Senador Tuma sabe bem como é isso - que essa aquisição seja feita com muita clareza e que se leve para o Piauí o melhor de todos os equipamentos. Estou aqui atento para esse fato. Chegam-me informações de movimentações sobre esse fato, mas nada oficial. Quero, portanto, fazer esse registro e dizer que o lamentável disso tudo é que a nossa população é que sai perdendo.

Muito obrigado.