Pronunciamento de Renan Calheiros em 16/05/2007
Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem ao escritor e presidente da Academia Brasileira de Filosofia, Gerardo Mello Mourão, falecido em 9 de março do corrente ano.
- Autor
- Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
- Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Homenagem ao escritor e presidente da Academia Brasileira de Filosofia, Gerardo Mello Mourão, falecido em 9 de março do corrente ano.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/05/2007 - Página 14786
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, POETA, JORNALISTA, ESTADO DO CEARA (CE), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ANUNCIO, BIBLIOTECA, SENADO, LANÇAMENTO, BIOGRAFIA.
O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, prestamos hoje um justo tributo à memória de um dos mais inspirados escritores brasileiros contemporâneos, Gerardo Mello Mourão, falecido há pouco mais de dois meses.
Parabenizo o Senador Inácio Arruda, por propor essa homenagem ao seu célebre conterrâneo. O Senado resgata, assim, a lembrança e a admiração pelas obras desse grande escritor, jornalista e político.
Aproveito para lembrar a todos do lançamento, hoje ainda, na Biblioteca do Senado, do livro A saga de Gerardo: um Mello Mourão, de José Luiz Lira. Trata-se do primeiro estudo biográfico sobre o poeta.
Estou convicto de que o livro em muito contribui para a nossa melhor compreensão da obra de Mello Mourão.
Como poeta e romancista, Mello Mourão tornou-se um nome respeitado no mundo literário brasileiro e, no exterior, um dos nomes mais conhecidos da literatura brasileira contemporânea.
Amigo de escritores como Pablo Neruda, o seu nome foi indicado por intelectuais italianos e franceses para o Prêmio Nobel de Literatura, em 1979.
Como intelectual, Mello Mourão foi membro e presidente da Academia Brasileira de Filosofia e membro do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura. Além disso, foi professor de história e cultura da América na Universidade Católica do Chile, quando lá esteve exilado entre 1964 e 1967.
O jornalista Mello Mourão deixou sua marca de cronista, quando trabalhou no jornal Folha de São Paulo.
Ele foi, entre 1980 e 1982, o primeiro jornalista brasileiro a estabelecer-se como correspondente em Pequim, na China.
Nos últimos 70 anos, o político Mello Mourão esteve, por diversas vezes, no centro de acontecimentos marcantes de nossa história. Coerente e corajoso - e nisso é exemplo permanente para todos-, nunca teve receio de defender suas idéias e seus ideais, que sempre guiaram sua ação.
Preso pelo Estado Novo, nos anos 40, chegou a ser condenado à morte. Novamente preso, nos anos 60, teve cassado os seus direitos políticos.
Com tudo isso, ainda foi, por duas vezes, Deputado Federal pelo meu Estado, Alagoas, e Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Quero finalizar, saudando a família de Gerardo Mello Mourão - Dona Lea de Barros Carvalho de Mello Mourão, sua viúva, e seus filhos, aqui presentes, Gonçalo Barros de Carvalho de Mello Mourão, Tunga Mourão e Bárbara Junqueira Ayres.
À família, os meus sinceros votos de pesar. Agradeço, em nome do Senado Federal, a presença de todos vocês, aqui nesta tarde.
Essa presença engrandece a homenagem prestada pela Casa ao ativo cidadão brasileiro e brilhante intelectual, Gerardo Mello Mourão, que, nas suas próprias palavras, amava as alegrias do corpo e da alma.
O amor e o profundo respeito à vida constituem verdadeiramente o maior legado de Mello Mourão.
Muito obrigado.