O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há pouco, usou da palavra o Senador Jarbas Vasconcelos, e hoje pela manhã eu já havia conversado com o Senador Marconi Perillo sobre uma matéria publicada na imprensa, no último final da semana. O registro dela é o de que eu teria dito que o Governo reagiria à tentativa de manipulação da CPI e, mais do que isso, que soava como uma ameaça a questão de o Governo ter feito acordos operacionais para a construção dos aeroportos nos Estados de Pernambuco e Goiás.

            Desejo restabelecer a verdade e registrar algumas questões. Primeiro, quero dizer que, em nenhum momento, quis mandar qualquer recado para a Oposição ou para qualquer Senador nesta Casa, porque não é dessa forma que eu trabalho. Os Senadores que me conhecem há mais tempo sabem que esse não é o meu estilo, que essa não é a minha forma de trabalhar. Quando tenho qualquer questão a conversar com a Oposição, trato dela diretamente, não preciso mandar recado - segundo a matéria, eu estaria mandando recado pelos jornais.

            Da mesma forma, não disse, como foi publicado, que poderia haver alguma irregularidade na construção dos aeroportos de Goiás e de Pernambuco. Pelo contrário, quando conversei com os jornalistas sobre a CPI, sempre sustentei que considerava que duas CPIs sobre o mesmo assunto seriam desnecessárias, mas que a Oposição teria legitimidade para solicitar CPI, algo que é regimental. Portanto, se não houvesse o entendimento político, a CPI ocorreria.

            E, instalada a CPI, sempre defendi, como aconteceu hoje, na reunião de Líderes, que o comando deveria ser partilhado entre Governo e Oposição, exatamente para que não pairasse o entendimento de que não se quer apurar qualquer coisa ou de que não se quer realizar o trabalho da forma como ele deve ocorrer.

            A Oposição e o Governo no Senado têm tido um entendimento exemplar. Respeitamos os posicionamentos de ambas as partes, mas entendemos que, uma vez instalada a CPI, seu comando deve ser partilhado e que as investigações devem ser feitas em todos os aspectos. O que houver de errado deve ser investigado.

            O que eu disse aos jornalistas, em conversa no Cafezinho do Senado, é que estava tranqüilo quanto às obras dos aeroportos, porque foram feitas de forma transparente. Muitos aeroportos foram feitos em convênio, inclusive, com Estados cujo Governador era adversário político do Governo, mas nem por isso houve alguma denúncia de irregularidade. Reafirmei que entendia que não havia irregularidades nos aeroportos e não fiz nenhuma ameaça, registro ou ilação sobre questões desse tipo.

            Deixo claro que meu posicionamento foi o de defender a posição do Governo, de dizer que, no caso da Infraero, ele já está investigando as denúncias feitas sobre algumas outras questões. Não há denúncia sobre o aeroporto de Recife. Não há denúncia, que eu saiba, sobre o aeroporto de Goiânia.

            Portanto, não há nenhuma ilação sobre qualquer tipo de irregularidade ou comprometimento de quem quer que seja nessas questões. Deixo isso claro, para que não paire dúvida sobre qualquer ação minha ou do Governo, como se ele quisesse criar algum tipo de pressão para não haver investigação.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.