O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de saudar o Município de Mimoso do Sul, no Estado do Espírito Santo, por meio da TV Câmara e com autorização do Senado: o sinal da TV Senado entra nesse pequeno Município do sul do Estado do Espírito Santo.

A população de Mimoso do Sul é ordeira; o povo, muito trabalhador, decente. Estive lá, no sábado passado, na companhia de alguns vereadores, para verificar a captação do sinal da TV Senado, muito importante para aquela população.

Vi, Senador Mozarildo, como a população é atenta à programação, e que audiência maciça tem a TV Senado! Como o povo está atento! O povo está ávido, o povo está acompanhando a vida da Nação. Por isso, abraço esse povo; e também o povo de São José do Calçado, onde estive com meu amigo Darcy, cidade ao lado de Mimoso do Sul; e estive em Cachoeiro de Itapemirim. Aliás, neste final de semana, lá no Município do meu amigo Marcos Coelho, faz-se a grande festa de comemoração do aniversário do distrito de Conduru, entre Castelo e Cachoeiro de Itapemirim. Eu gostaria de abraçar o Marcos e os moradores daquele distrito, cujo povo tanto produz, o que gera riqueza para o Município de Cachoeiro de Itapemirim. Naquela área, o mármore e o granito são os maiores geradores de emprego e os maiores geradores de renda. Aliás, Cachoeiro de Itapemirim é a capital do mármore. O Espírito Santo, na verdade, tem essas riquezas: o mármore e o granito, Senador Jonas, que nos põe numa posição privilegiada, pela exportação dos produtos, e por termos também um complexo portuário que facilita nossa vida e que nos possibilita buscar um novo viés no Estado. Graças a Deus! Deixamos de enviar apenas nossas rochas para o exterior - para a China, para os Estados Unidos, para o Japão, para a Itália - e começamos, agora, a beneficiar, o que aumenta a procura de mão-de-obra e promove geração de emprego, e esses fatores nos colocam entre os melhores do mundo no setor.

Sr. Presidente, eu gostaria de registrar que, ontem, houve uma grande manifestação em Brasília, Senador Geraldo Mesquita, nosso querido amigo, grande Senador, cidadão da melhor qualidade - lá do Acre e amigo pessoal. A Bíblia diz que existem amigos que são mais chegados do que irmão. E, quando me refiro a V. Exª, refiro-me dessa forma.

Recebo muitos e-mails maravilhosos, muitos mesmo. Tenho orgulho de dizer que sou “homem de muitos e-mails”, oriundos de pessoas do Brasil inteiro, de todos os credos e classes sociais, que me cumprimentam pelos pronunciamentos que faço e que comungam com meu debate em relação à segurança pública. Mas alguns me criticam, dizendo: “Não, não há necessidade; toda vez que fala, faz referência à Bíblia”. E eu respondo a essas pessoas, dizendo: “Se existe alguma coisa de que tenho orgulho na minha vida é de ter a Bíblia como minha regra de fé e de prática”. E é esta Bíblia que diz que existem pessoas que são mais chegadas do que irmão. É assim que entendo V. Exª, é assim que me relaciono, é assim que gosto de V. Exª.

Ontem, houve um grande movimento, aqui, pela legalização dos bingos. E, hoje, Sr. Presidente, falo como autor da CPI dos Bingos. Fui autor da CPI dos Bingos, porque eu entendia - e já sabia, desde a CPI do Narcotráfico - que os donos dos bingos, hoje, são os velhos bicheiros do Brasil. Por isso, era necessário haver uma investigação desse porte, para se provar exatamente que nós não temos vocação para a jogatina e que o jogo do bicho, no Brasil, é instrumento de lavagem de dinheiro do narcotráfico e é dinheiro de corrupção. É verdade que alguns empresários migraram das suas atividades, a partir da Lei Pelé, Sr. Presidente; uma faixa de 20% de empresários decentes. Quero ressaltar isto aqui, para que o filho do cidadão que tem casa de bingo não ouça isso em casa e pense que o pai dele está incluído nisso. Existe uma faixa de 20% de empresários decentes, que migraram da sua atividade, pelo incentivo da Lei Pelé, foram para o bingo, entendo ser essa uma atividade boa.

Senador Geraldo Mesquita, nossas fronteiras são abertas e por elas passa todo tipo de contrabando. Somente na Amazônia, há mais de duas mil pistas clandestinas para sobrevôo e pouso de aeronaves de pequeno porte, que trazem carregamentos de drogas e armas para desgraçar os nossos filhos e matar a sociedade brasileira. Essa droga é destinada ao consumo interno e ao internacional.

Pois bem, não temos vocação para isso.

Pela fronteira com o Paraguai, entra maconha para ser consumida de Pernambuco para baixo, no polígono da maconha. Também entra droga para o tráfico internacional, os consórcios e as partilhas, além de ocorrer contrabando de armas de pequeno porte, usadas nas guerrilhas que acontecem dentro das grandes cidades.

Portanto, qual é a vocação que temos para a jogatina? Quando legalizarmos o bingo no Brasil, os nossos vizinhos virão para cá e o País tornar-se-á um paraíso de criminosos.

As casas de bingo, com suas fachadas de néon brilhantes, são preparados para subverter e mexer com a mente do aposentado e do desempregado, que jogam sua última moeda, destinada a comprar o leite dos filhos, nos caça-níqueis. Isso tem alterado o orçamento - que já nem existe - das famílias pobres e desgraçado a vida de aposentados no Brasil.

Para minha tristeza, os caça níqueis entraram pelos postos do Espírito Santo, pela mão dos irmãos Ortiz, que nem chamados foram para depor aqui.

Os bingos estão nas mãos dos velhos e conhecidos bicheiros. São muito bonitos, têm fachada de néon, muito luxo internamente e uma tática.

Sr. Presidente, conceda-me mais um minuto para encerrar.

            Quando dizem que se acabará com emprego, o Ministro do Trabalho e Emprego deve usar a lógica e determinar o cadastramento de todos que tenham carteira assinada. S. Exª verá que esses não são 10% do que se está falando. Por quê? Porque existem cooperativas de servidores e trabalhadores de bingo, que são criadas, estrategicamente, para não se pagar imposto. Quando uma garçonete que trabalha em casa de bingo engravida, não tem direito a coisa alguma, porque pertence a uma cooperativa que foi feita para não pagar imposto, mesmo.

(Interrupção do som.)

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - Já encerro, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Edison Lobão. PFL - MA) - Concedo-lhe mais um minuto, Senador Magno Malta.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) - O Ministro pode pedir o cadastramento de todos os seguranças de bingo que possuam curso específico e não tenham passagem pela polícia: 99% dos seguranças de bingo são policiais expulsos da corporação.

O Ministro do Trabalho e Emprego constatará que os empregos perdidos não justificam uma pressão como essa.

Votei em separado na CPI dos Bingos, em concordância com o Senador Garibaldi Alves Filho, porque S. Exª prometeu-me, ao Senador Antonio Carlos e a outros que no seu relatório não constaria pedido de legalização dos bingos. Se isso ocorreu, foi sem nossa autorização, porque o meu voto em separado, que lerei aqui, pede o fechamento, o trancamento imediato das casas de jogatina e contravenção no Brasil. Não temos vocação para isso.

O jogo e os bingos são mais um câncer, um cancro, uma desgraça para a desmoralização da sociedade brasileira.

Obrigado, Sr. Presidente.