Discurso durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de reunião realizada hoje com o Ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, discutindo o potencial energético da região Nordeste.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Registro de reunião realizada hoje com o Ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, discutindo o potencial energético da região Nordeste.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2007 - Página 15187
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • RELATORIO, REUNIÃO, CONGRESSISTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), DEBATE, COMISSÃO, MEIO AMBIENTE, ENERGIA RENOVAVEL, CAPACIDADE, REGIÃO NORDESTE, PRODUÇÃO, ENERGIA EOLICA, CONCLUSÃO, RETIRADA, LEILÃO, MOTIVO, DIFERENÇA, CARACTERISTICA.
  • ANALISE, SUPERIORIDADE, CUSTO, INSTALAÇÃO, ENERGIA EOLICA, AUSENCIA, EXPERIENCIA, NECESSIDADE, PRODUÇÃO, COMPONENTE, SUBSTITUIÇÃO, IMPORTAÇÃO, COMPROMISSO, PARCERIA, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), VANTAGENS, BENEFICIO, COMBATE, ALTERAÇÃO, CLIMA, PLANETA TERRA, SUGESTÃO, SENADOR, VISITA, ESTADO DO CEARA (CE), ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), CONHECIMENTO, IMPLEMENTAÇÃO.

O SR. INÁCIO ARRUDA (PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de forma breve, quero tratar de uma importante reunião que realizamos, há pouco, com o Ministro das Minas e Energia, Dr. Silas Rondeau, com representantes desta Casa, os Senadores Delcídio Amaral e Leomar Quintanilha, mais o Deputado Luiz Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte. A partir de um debate na Comissão de Meio Ambiente sobre energia limpa, discutimos o potencial energético da Região Nordeste, especialmente de uma parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte e da Paraíba, onde temos as maiores jazidas de energia eólica do nosso País, o Brasil.

Nesse debate frutífero, ficou demonstrada a necessidade de nós separarmos os leilões de energia renovável, retirando a energia eólica daquele conjunto de fontes de energia, pelas suas particularidades. Mas o essencial foi o reconhecimento por parte do Governo brasileiro da energia dos ventos, a energia eólica, que está ali no Nordeste. Em dois Estados nós temos uma Chesf; toda a energia produzida pela Chesf pode ser produzida por dois Estados nordestinos. Nós já temos, Sr. Presidente, quatro mil megawatts licenciados e prontos para serem instalados. Esses quatro mil megawatts já receberam licença ambiental pelo Ibama e já foram tratados em todos os demais órgãos do Governo Federal, e dos governos estaduais e municipais,

É evidente que há um embaraço. Qual é o embaraço? É que essa energia, uma energia nova, especialíssima, cem por cento limpa, requer um investimento inicial que eleva seu custo, se compararmos, é evidente, com uma central hidrelétrica, mesmo pequena. Por quê? Porque nós tratamos com pequenas centrais elétricas, meu caro Senador Paulo Paim, desde Delmiro Gouveia - um cearense que saiu de Crato e foi fazer uma usina hidrelétrica em Paulo Afonso -, temos mais de um século de experiência em centrais hidrelétricas.

Falemos do gás. Nós também já trabalhamos, há quase um século e meio, com gás no Brasil: gás do carvão, gás extraído das rochas. Ou seja, nós temos já uma experiência acumulada. Mas a energia eólica é uma energia nova no seu aproveitamento. Há toda uma infra-estrutura a ser montada. Nós temos a tecnologia, mas é preciso internalizá-la. Temos que buscar lá fora. E é preciso abrir o nosso mercado de produção de componentes, de geradores de energia eólica, para baratear substancialmente os custos dessa energia. Ouvimos do Sr. Ministro Silas Rondeau e de toda sua equipe o compromisso de um trabalho conjugado entre o Ministério das Minas e Energia e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para trabalharmos em conjunto, associados, nesse esforço. Por quê? Porque o problema central do aquecimento global a que assistimos é, evidentemente, a energia. Precisamos de energia renovável, mas energia limpa, e dispomos desse potencial exatamente naquela área. Falta-nos, digamos assim, potencial hidrelétrico naquela parte do Nordeste setentrional, mas temos essa riqueza que são as jazidas de energia eólica daquela região, e que precisamos aproveitar.

Se adotarmos a energia eólica e mostrarmos a sua viabilidade ao conjunto do País, será possível que ela despenque, diminua a sua força. Mas, se for adotada regionalmente, poderemos verificar a importância e o destaque que essa energia representará para o futuro do nosso País.

Portanto, Sr. Presidente, ao concluir a minha fala, solicito a V. Exª o empenho da nossa Casa, principalmente por meio da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, porque o Sr. Presidente está engajado, e da Comissão de Aquecimento Global. Primeiramente, sugiro que as Comissões vão ao Ceará e ao Rio Grande do Norte para examinar as primeiras experiências de produção de energia eólica, a fim de que possamos falar sobre o assunto com entendimento, porque, às vezes, as pessoas falam do tema sem conhecê-lo, sem saber do que se trata, sem nunca terem visto algo nesse sentido. Às vezes, alguns dizem que isso não tem grande importância já que o nosso potencial é hidrelétrico. É claro que o nosso grande potencial é hidrelétrico e, neste Parlamento, vamos trabalhar ardorosamente para garantir a produção de energia hidrelétrica, mas dispomos de outro potencial ao lado, que devemos associar ao potencial hidrelétrico, que é o da energia eólica do Nordeste brasileiro.

É esse empenho, Sr. Presidente, que solicito desta Casa. Já conquistamos um pouquinho e queremos um pouco mais.

Um abraço e muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2007 - Página 15187