O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado a V. Exª.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, poucos Estados viveram, nas últimas décadas, um processo de industrialização tão rápido e acentuado quanto o Espírito Santo. Apesar disso, o agronegócio continua sendo a principal fonte de renda, emprego e geração de tributos em 62 dos 78 Municípios capixabas. No Orçamento Estadual, a participação da agricultura passou, nos últimos quatro anos, de 1,7% para quase 6%.

            Mais ainda que no restante do País, o agronegócio soube diversificar sua produção e acompanhar o ritmo de atualização tecnológica. Nada atesta melhor esse fato que a realização, entre este ano e 2009, de sete eventos de grande porte ligados a temas agrícolas que terão como sede o Espírito Santo, com a participação de especialistas do Brasil e do exterior.

            Ainda em 2007, entre os meses de setembro e outubro, o Espírito Santo abrigará o Congresso Brasileiro de Heveicultura, em que serão apresentados 100 trabalhos científicos inéditos sobre a cadeia produtiva da borracha natural; o 5º Congresso Brasileiro de Agroecologia, em que dois mil participantes debaterão temas ligados à agricultura e à ecologia; e o 25º Congresso Brasileiro de Agronomia, que, entre outros assuntos, discutirá as perspectivas do agronegócio.

            Grande parte do mérito pelo dinamismo da atividade agrícola do Estado deve ser atribuída às políticas adotadas pelo Governador Paulo Hartung, por meio do Plano Estratégico da Agricultura Capixaba, construído em 2003 com a participação de entidades da sociedade civil e da iniciativa privada. Ele acabou com as improvisações e permitiu o crescimento e a consolidação das cadeias produtivas, além de estimular a diversificação.

            Criou-se um novo modelo de desenvolvimento do agronegócio capixaba, com a participação dos bancos estaduais - Banestes e Bandes - na concessão de financiamentos para o homem do campo. Hoje, 93% das operações do Banco de Desenvolvimento Estadual - Bandes, e 56% dos seus recursos são aplicados no crédito rural.

            Na área da pesquisa agrícola, os técnicos do Incaper - Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, têm demonstrado competência excepcional, com o desenvolvimento, nos últimos anos, de seis variedades novas do café conilon, quatro variedades de milho e quatro de banana, além da criação de sistemas agroecológicos e de orientação aos agricultores.

            A excelência conquistada pelo Espírito Santo em setores como o café, produção florestal e fruticultura é resultado de planejamento estratégico e transferência de tecnologias, conjugados ao empenho dos agricultores. Na cafeicultura, por exemplo, a produtividade saltou de 09 sacas de café beneficiado por hectare, nos anos 80, para 20 sacas beneficiadas por hectare, no ano passado. Se fosse um país, o Espírito Santo seria o quarto maior produtor mundial de café.

            Comemoramos esta semana, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma das mais significativas datas da história do Espírito Santo. Há 472 anos, exatamente no dia de hoje, no dia 23 de maio, em 1535, que é hoje festejado como o Dia da Colonização do Solo Espírito-Santense, desembarcava, na enseada junto à atual cidade de Vila Velha, o Donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho. A agricultura, por meio do cultivo da cana e da construção dos engenhos de açúcar pelos padres jesuítas, marcou o começo do processo colonizador. Transcorridos quase cinco séculos, ela continua sendo de fundamental importância para o desenvolvimento do Estado e do País. O fato de a contribuição do Espírito Santo para o agronegócio nacional crescer a cada dia é um motivo adicional para que a data da Colonização do Solo Espírito-Santense seja comemorada com orgulho por todos nós.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado a V. Exª, Sr. Presidente.