O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, senhoras e senhores presentes, eu gostaria de cumprimentar a minha família que aqui está, minha esposa e minhas duas filhas, e também meu amigo Josafá, sócio de Popó, na Boxe Brasil, que faz eventos por todo o Brasil, e meu amigo Fernando, seu irmão, que é ator. Quero ainda abraçar minha esposa e minhas duas filhas e expressar a minha felicidade de tê-las nesta Casa.

Senador Gerson Camata, já votei em V. Exª cinco vezes e minha esposa, pelo menos, umas seis vezes. Quando ela nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, V. Exª já era Camata, o que não significa que V. Exª está avançado em idade, mas que V. Exª começou muito novo em Marilândia.

Esse minuto que passei elogiando-o, peço a V. Exª que acrescente depois.

Sr. Presidente, eu gostaria ainda de dizer que, amanhã, será inaugurado o asfalto de Santa Fé de Baixo e de Santa Fé de Cima, ligando Cachoeiro de Itapemirim a esses distritos. V. Exª já foi Secretário de Transportes, após substituir sua esposa, Rita Camata, hoje Deputada Federal. Esse asfalto foi construído com dinheiro da Cide, que vai para os cofres do Estado - uma luta da Bancada Federal -, e que tem sido muito bem aplicado no Espírito Santo. Os distritos estão sendo ligados aos Municípios-mãe, melhorando a qualidade de vida das pessoas e o escoamento da produção. Amanhã, ocorrerá uma grande festa na região. E quero, então, cumprimentar Renato Fiorio, nosso amigo desse Distrito, e o Vereador Amaral, que, enquanto trabalhou em Cachoeiro de Itapemirim, na Secretaria de Transportes, lutou tanto por isso e agora vê esse sonho realizado.

Quero abraçar essa comunidade tão querida, pela qual tenho muito carinho. O Amaral é um amigo, fui Vereador com ele em Cachoeiro de Itapemirim. É uma pessoa pela qual tenho carinho - ali, a esposa dele. Renato Fiorio é de uma família importante daquele Município e de Cachoeiro de Itapemirim de modo geral. Cachoeiro de Itapemerim é muito importante, pois minha esposa é de Cachoeiro de Itampemirim e eu saí do Nordeste para casar naquele Município e ser abraçado por Cachoeiro de Itapemirim e pelo Estado do Espírito Santo.

V. Exª tem conhecimento de que, no sábado, haverá uma reunião no Belas Artes, em Cachoeiro de Itapemirim, sobre a questão de equipar o Hospital Infantil do Município. Essa é uma iniciativa importante do Estado - e não da União. Cachoeiro é o pólo. Tudo vai para lá. O Hospital Evangélico do Município presta grandes serviços para o Sul do Estado do Espírito Santo. O Diretor-Presidente é o nosso querido Dr. José Afonso, que milita ali abnegadamente; o Wagner é seu Diretor. Há também a Santa Casa, com o nosso Monsenhor, que a assumiu e empreende aquela luta, porque todos os Municípios, de Atílio Vivacqua a Presidente Kennedy, de Mimoso do Sul a Alegre, descem para Cachoeiro. Até Ibatiba desce para Cachoeiro. É realmente muito relevante essa ação do Governo Estadual no Hospital Infantil para fortalecer Cachoeiro, uma vez que não é possível deixar de receber os doentes que vêm de outros Municípios. Essa ação, amanhã, será de extrema importância.

Estarei, no dia 30, na festa de Cachoeiro de Itapemirim com o pessoal do “Trazendo a Arca” e o Pastor Marcos Feliciano. Nós estaremos lá na linha vermelha, participando dos festejos daquele Município.

Sr. Presidente, amanhã, acontece em Divinópolis, em Minas Gerais, onde.... Como V. Exª sabe, minha esposa e eu tínhamos uma pequena casa de recuperação de drogados no BNH em Cachoeiro. A casa tinha dois quartinhos e tínhamos trinta e dois drogados ali, em uma casinha de BNH. Naquela mesma época, abrimos outra casa de recuperação em Divinópolis, Minas Gerais: o Projeto Quero Viver. Uma luta muito grande. Eu pegava dois ônibus para Minas Gerais, e dois de lá para cá, passava dez dias em um canto, dez dias no outro. Vinha de camiseta aqui tirando gente da rua.

Amanhã acontece uma coisa importante em Divinópolis: um grupo de mulheres empreendedoras, lideradas pela Sandra e pela Denise, duas senhoras da sociedade, pessoas que professam credos completamente diferentes. São pessoas católicas, pessoas evangélicas, pessoas de credos completamente diversos que se juntaram na questão importante para o País que é a adoção.

Veja V. Exª que há milhões de pessoas querendo adotar uma criança no Brasil, mas não tem como adotar porque a dificuldade imposta é muito grande e milhões de crianças - V. Exª é sensível a isso - estão jogadas nas creches esperando uma oportunidade. Bandido sai mais fácil da cadeia do que criança sai da creche. E crianças que sonham em ter pai e em ter mãe. Elas sabem tudo sobre isso, mas quando alguém vai adotar e vai procurar a justiça eles criam milhões de embaraços.

Excelência, eu sou pai adotivo. Sou conhecido no Estado. Não sou conhecido como V. Exª, mas sou conhecido. V. Exª não imagina o embaraço de quase um ano para me darem a adoção de uma criança. Agora imaginem o cidadão comum. O que se tem que perguntar é o seguinte: tem cama para ela aí? Tem. Tem afeto? Tem amor? Tem. Tem carinho? Tem. Tem condição de colocá-la na escola? Sim. Vão tratá-la com respeito? Sim. Vão queimá-la com ponta de cigarro? Não. Vão espancá-la? Não. Vão subjugá-la? Não. Vão amarrá-la no pé da mesa? Não. Ela vai virar escrava da casa? Não. O que é que vocês têm para dar? Amor. Então, entrega a criança, gente, pelo amor de Deus.

E amanhã, sexta-feira, haverá uma grande passeata naquele Município. Foi convidada a Senadora Patrícia Saboya, que é também mãe adotiva, a exemplo de tantos outros aqui. E as crianças que já têm mãe e pai vão às ruas pedir clemência pelas outras.

Há criança em creche, Senador Gerson Camata, que está esperando há oito anos. E as pessoas já não querem uma criança quando ela chega à idade de 10, 12 anos, pois já está mais formada, haverá mais dificuldade. E crianças com 3, 4 ou 5 anos é de dar dó. E há famílias querendo abraçar essa criança, dar-lhe um quarto, uma cama, uma mesa, o Toddynho que lhe falta todos os dias, querendo estender-lhe o coração, colocá-la entre o marido e a mulher, oferecendo-lhe calor à noite. E a burocracia impede que essas crianças sejam felizes.

E quando a adoção é para fora, nada disso ocorre. Quero denunciar isto aqui: a adoção para o exterior é fácil demais, o processo é muito rápido. E esse mistério, Sr. Presidente, tem que ser decifrado. Esse mistério tem que ser decifrado. Não falaria em CPI. Dirijo-me à Senadora Patrícia Saboya, que é da Comissão de Assuntos Sociais. Estamos promovendo um grande debate a respeito das casas de recuperação de drogados no Brasil. É algo maravilhoso que acontecerá. O Senador Pedro Simon fez indicação e eu também. Acho que vamos dar visibilidade a essa grande obra. E a obra de adoção? Quero propor à Senadora que faça um painel, que façamos um dia de debate e que se convide a Denise, a Sandra. E as pessoas que estão me ouvindo - penso que o meu e-mail aparece aqui - digam qual a sua luta em favor de crianças que precisam de adoção, para que nós possamos contatá-los, trazê-los no mesmo dia para cá.

E nós vamos ouvir histórias escabrosas de crianças que são mandadas para o exterior, Senador Gerson Camata, que desapareceram; outras desapareceram por quê? Porque foram levadas não por amor, mas...

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - V. Exª dispõe de um minuto para encerrar o seu pronunciamento, de acordo com o Regimento Interno.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES) -...para tirar os órgãos de uma criança, vendê-los no exterior e, aqui, ninguém nunca mais ouve falar. Para que nós possamos começar a tomar providências e fazer denúncias contra isso, Senador Mão Santa, denunciar isso. E por que essa burocracia? Para se dar amor, carinho, para buscar viabilidades, mecanismos e projetos de lei para podermos acabar com essa burocracia. Quem tem condição de dar amor e carinho, quem tem condição de dar equilíbrio psicológico, quem tem condição de dar cama e mesa, cozinha, comida, escola e amor, acima de tudo, quem tem condição de fazer adoção. E acabar com essa burocracia desgraçada para darmos a felicidade a quem devia estar nas ruas, que eram as crianças - os marginais estão soltos - e eles estão presos nas creches.

Então, o meu abraço ao movimento de Divinópolis.