O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o agronegócio no Brasil brilha de novo no ritmo de crescimento acelerado.

            A terceira avaliação da safra de grãos de 2007, divulgada pelo IBGE em 9 de maio último, projeta uma produção recorde de 130,7 milhões de toneladas. Como se sabe, nossa agricultura alcançou sua maior produção de grãos em 2003, quando colheu 123,6 milhões de toneladas.

            Enquanto a safra de grãos deste ano será 13% maior do que a safra do ano passado, o aumento da área cultivada deve ser de apenas 0,1%, o que indica uma maior produtividade do setor.

            Já a cultura da cana-de-açúcar produzirá 513 milhões de toneladas, um crescimento de 12,7%. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), as usinas em instalação que entrarão em operação até 2009 reúnem aportes de US$ 17 bilhões.

            Sem dúvida, as boas condições climáticas na maior parte do País contribuíram para esses resultados, ao contrário do que ocorreu em 2004 e 2005. Porém, há que se ressaltar os investimentos realizados, o aumento da produtividade, a ampliação da gestão profissional no campo e o aumento da demanda global por alimentos e por energia renovável.

            Nosso País, por meio da nossa agricultura e da nossa pecuária, aproveita a janela de oportunidades da nova realidade mundial e caminha para ser o grande fornecedor de produtos agropecuários do mundo. São notícias muito boas, que faço questão de compartilhar com Srªs e os Srs. Senadores, e para as quais quero dar o devido crédito ao nosso homem do campo. Parabenizo também o Ministério da Agricultura e especialmente a Embrapa, responsáveis por estes números excepcionais.

            Sabemos o acréscimo de riqueza que o crescimento da agropecuária representa para o País e para as diversas regiões. Em 2007, segundo o Ministério da Agricultura, a soja deverá gerar uma receita de R$26,453 bilhões, a renda dos canaviais atingirá R$21,528 bilhões. Os vinte principais produtos agrícolas renderão mais de R$113 bilhões. As exportações do agronegócio somaram US$52,69 bilhões, um recorde, no período de maio de 2006 a abril de 2007.

            Sabemos também que a produção agropecuária não se distribui uniformemente pelo nosso território. No que se refere ao cultivo dos grãos, por exemplo, o Sul responde por 44,3 % da produção, o Centro-Oeste por 32,5%, o Sudeste por 12%, o Nordeste por 8,6% e o Norte por 2,6%.

            A pouca participação do Norte no total da produção agrícola ocorre por ser esta a região mais protegida e preservada do País. Conheço o espírito empreendedor dos brasileiros que ali residem. É um povo que anseia por colher os frutos do desenvolvimento. Sabemos, por outro lado, da importância da imensa diversidade natural ali presente e o seu significado para o futuro do planeta. Precisamos saber utilizá-la de forma racional. Estou confiante em que o Senado Federal apoiará as medidas específicas para o Norte do País, dada a importância estratégica dessa região reconhecida por todos.

            A preservação da floresta amazônica não nos permite traçar uma meta de expansão indiscriminada da fronteira agrícola. No entanto, é importante desmistificar alguns conceitos. A atividade agropecuária no Norte não precisa necessariamente invadir as áreas da floresta amazônica. No meu Estado, por exemplo, temos as savanas e as áreas de arrozais cuja exploração não afeta a preservação ambiental.

            Um bom exemplo disso são as atividades prioritárias da Embrapa em Roraima: Integração de lavoura e produção animal em área de savana, com ênfase no plantio direto; recuperação de áreas alteradas ou degradadas em floresta, com tecnologias alternativas ao uso do fogo; sistema de produção para fruticultura irrigada, em área de savana; coleta, conservação e uso de recursos genéticos e manejo de recursos florestais.

            A importância estratégica da Região Norte para o País, cada vez mais compreendida pelos brasileiros, exige que ao lado do aproveitamento com responsabilidade social e ambiental dos recursos do nosso solo, haja também um plano de desenvolvimento tecnológico e econômico. Estou certo, como disse, que o Congresso Nacional saberá apoiar nosso Estado e nossa região em futuras oportunidades específicas, dentro do espírito do Plano de Aceleração do Crescimento e das atuais preocupações com o clima do Planeta.

            Enfim, Srªs e Srs. Senadores, no dia de hoje quero encerrar minha fala não com cobranças, mas com congratulações pelos números significativos aqui apresentados. A meu ver, ingressamos numa nova dinâmica do agronegócio brasileiro que assegurará vantagens comparativas ao Brasil no concerto das nações.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.