Discurso durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A relação entre os investimentos crescentes das empresas e o aumento do emprego formal no País. (como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • A relação entre os investimentos crescentes das empresas e o aumento do emprego formal no País. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2007 - Página 17404
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, EMPRESA NACIONAL, CONFIANÇA, EMPRESARIO, AMPLIAÇÃO, MERCADO INTERNO, ANALISE, CRESCIMENTO, EMPREGO, SUBSTITUIÇÃO, ECONOMIA INFORMAL, AUMENTO, CONTRATAÇÃO, INDUSTRIA, MELHORIA, REAJUSTE, SALARIO, REDUÇÃO, JUROS, APLICAÇÃO, CAPITAL ESPECULATIVO, VALORIZAÇÃO, AÇÕES, IMOVEL, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, ALTERAÇÃO, MERCADO FINANCEIRO, PREVISÃO, AJUSTE, CONTAS, GOVERNO, POSSIBILIDADE, APLICAÇÃO DE RECURSOS, CRESCIMENTO ECONOMICO, DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.

A SRª IDELI SALVATI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde segunda-feira venho selecionando algumas matérias e tinha intenção de me pronunciar acerca dos assuntos que aqui vou tratar desde terça-feira.

Segunda-feira foi um dia muito especial neste Senado da República. Estávamos todos bastante apreensivos. Tenho brincado com isso, dizendo que aqui no Senado já ultrapassamos a fase do “cada dia, a sua agonia”. Entramos na fase do “cada minuto, o seu tumulto”. Às vezes, temos a impressão de que estamos em outro mundo e que a realidade foge um pouco da temática dos pronunciamentos e do que somos obrigados a tratar - e, obviamente, não nos podemos furtar a isso.

Senador Gerson Camata, na segunda-feira, uma das principais manchetes era “Investimento das empresas brasileiras é o maior desde 1999”. Segundo a Serasa, o dinheiro aplicado em ativos imobiliários, como máquinas, equipamentos e instalações, em 2006, representou 8,1% do faturamento líquido no período. Portanto, o investimento das nossas empresas está crescendo de forma muito efetiva e contundente. É o maior dos últimos oito anos, ou seja, desde 1999.

Os empresários estão confiantes no ritmo de expansão do mercado interno.

Há a questão do câmbio, e os empresários estão investindo efetivamente em bens para ampliar a produção, confiantes no crescimento do mercado interno.

Vamos a outras manchetes e outras matérias.

A Gazeta Mercantil, de ontem, estampou a seguinte matéria: “Tendência é aumento da formalidade”. É uma reportagem com base num estudo feito na pesquisa mensal de emprego, colocando, de forma muito clara, que o mercado de trabalho, no Brasil, tem apresentado, desde fevereiro de 2005, um movimento a favor da formalidade. Ou seja: empregos informais sendo substituídos por empregos com carteira assinada.

Na avaliação do economista, Fábio Romão, da LCA Consultores, não se trata de um mero aumento do emprego formal, mas de um processo de substituição de empregos informais sem carteira por aqueles com carteira.

E faz um alerta importante para nós que estamos no debate da Emenda nº 3: “Concomitantemente ocorre uma migração de empregos dos com carteira assinada por contratações de pessoas jurídicas”, para o que chamávamos a atenção em relação à Emenda nº 3.

Agora, ocorre a maior formalização do período, que se deve principalmente ao aumento das contratações da indústria, a que se referem as manchetes dos jornais econômicos, como o Valor Econômico, colocando exatamente o aumento maior na grande indústria, que cresceu 23% neste último período.

Portanto, os investimentos crescentes das empresas, tendo em vista a perspectiva positiva do mercado interno, dão-se exatamente pelo aumento do emprego formal. E, conforme as pesquisas do IBGE e do Caged, que o Dieese está trabalhando, a maior parte das negociações está ocorrendo com aumentos acima da inflação. Os reajustes salariais são os maiores da história em todo o período analisado e aferido por essas instituições.

Outra matéria interessante, para que possamos cair no mundo real e sair um pouco das questões tão internas do Senado, é a “Barreira rompida”, artigo de Mauro Halfeld na coluna De Olho nas Finanças. Diz o seguinte: “Os juros das aplicações financeiras vêm caindo e mudando bastante a forma de raciocínio dos investidores. Desde o início do Plano Real, nunca se viu uma situação como essa”.

Isto é para aqueles que não gostam quando o Presidente Lula usa a mesma expressão “nunca se viu na história”. Aqui, é um economista dizendo exatamente isto: “nunca se viu uma situação como essa”.

Nos últimos 13 anos, os imóveis estavam esquecidos, e a melhor alternativa era financiar a dívida pública. No entanto, a virada aconteceu, tanto para ações quanto para imóveis.

(Interrupção do som.)

O SR. PRESIDENTE (Gerson Camata. PMDB - ES) - V. Exª dispõe de mais um minuto para encerrar o seu pronunciamento, que muito boas notícias dá ao Brasil.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Vou concluir, Sr. Presidente.

“Foi rompida a importante barreira de 1% ao mês, que era o mínimo a que estavam acostumados os rentistas (aqueles que complementam sua renda com rendimentos de aplicação)”.

Por último, Sr. Presidente, a coluna do George Vidor começa assim:

Ventos a Favor. Com a forte, e não tão esperada, valorização recente do real frente ao dólar, está todo mundo no mercado financeiro refazendo suas projeções, especialmente as relacionadas com a inflação e o crescimento da economia este ano. Daí terem se multiplicado as apostas em um corte de 2 a 2,25 pontos percentuais nas taxas de juros básicas, pelo Banco Central, até dezembro.

Se os juros recuarem para de 10,25% a 10,5% em 2007, as contas do setor público fecharão equilibradas já no ano que vem, 24 meses antes do que os analistas financeiros andavam projetando por aqui.

Portanto, fiz questão de trazer, de forma resumida, todas essas boas notícias que têm passado ao largo e à parte dos debates aqui do Senado. Assim, até para que a reunião do Copom, que se encerra hoje, se anime a fazer como o George Vidor está aqui afirmando: que todos os analistas estão apostando num corte maior de juros, que pelo menos seja 0,5%.

Destaque-se o fato de termos, 24 meses antes do que os analistas estavam conjeturando, o equilíbrio das contas! Se não precisarmos fazer tanto superávit primário, é tudo de que o Brasil precisa para ter um volume maior de recursos para investir e fazer o País crescer e distribuir renda, como o Presidente Lula patrocinou no primeiro e vem patrocinando agora no segundo mandato.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2007 - Página 17404