Discurso durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Sauda o lançamento da primeira edição da revista Norte Científico, produzida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima (CEFET-RR).

Autor
Augusto Botelho (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Augusto Affonso Botelho Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Sauda o lançamento da primeira edição da revista Norte Científico, produzida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima (CEFET-RR).
Publicação
Publicação no DSF de 01/06/2007 - Página 17464
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • ANALISE, CRITICA, CONCENTRAÇÃO, PESQUISA CIENTIFICA, UNIVERSIDADE, NECESSIDADE, INCENTIVO, PRODUÇÃO INTELECTUAL, ENSINO MEDIO, ENSINO PROFISSIONALIZANTE, MELHORIA, FORMAÇÃO, PROFESSOR.
  • SAUDAÇÃO, PUBLICAÇÃO, PERIODO, CIENCIAS, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), ESTADO DE RORAIMA (RR), DIVULGAÇÃO, TRABALHO, PROFESSOR, ALUNO, RESPEITO, NORMAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS (ABNT), ELOGIO, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO.

O SR. AUGUSTO BOTELHO (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, é lamentável que, de modo geral, a produção científica brasileira seja marcada por estigmas que a tornam fenômeno raro, exceto dentro das universidades federais.

De fato, parece-me absurdo que profissionais criativos, verdadeiros escultores do saber, como são os docentes de cursos profissionalizantes, de cursos técnicos, de escolas de nível médio ou mesmo de nível básico, não sejam capazes de desenvolver pesquisas, de produzir conhecimento e de difundi-lo e multiplicá-lo a bem de todo o desenvolvimento nacional.

É que se cristalizou o tabu de que apenas doutores estariam habilitados para fazer pesquisa. Verdadeiro absurdo! Para prová-lo, lembro que foi um Albert Einstein, recém-graduado, recém-saído da universidade e funcionário público encarregado de serviço burocrático num simples escritório de patentes, que publicou artigos que revolucionaram toda a ciência moderna.

Considero, portanto, uma grave perda para o País o fato de nossos docentes dos diversos níveis de ensino que não o universitário federal não sejam produtores de saber, o que seria deveras importante como insumo para o desenvolvimento social, tecnológico ou industrial do Brasil.

Infelizmente, a formação de nossos professores não contribui para reverter esse quadro. Os profissionais são preparados quase que exclusivamente para lidar com a sala de aula, Presidente Mão Santa. Quase não recebem informação e formação sobre metodologia científica nem acerca dos métodos de interação com a comunidade científica. De modo geral, nossos professores ficam confinados à sua rotina de transmissão do saber, quando, na verdade, deveriam ser também produtores dele, o que, num processo cíclico, poderia revolucionar sua prática docente, desde que, para isso, soubessem envolver seus alunos no processo.

Não apenas a formação dos docentes, Senador Garibaldi, mas o próprio sistema educativo de nossa sociedade contribui para a estagnação e improdutividade intelectual de nossos professores. Normalmente, o sistema educativo - o que engloba desde a direção escolar até os pais dos alunos - impõe uma determinada expectativa de atuação tradicional sobre os professores que inibe a sua criatividade e a sua inovação.

Por tudo isso, é com alegria que saúdo o lançamento da primeira edição da revista Norte Científico, produzida pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Roraima (Cefet-RR), uma publicação que vai exatamente ao encontro dessa nova e produtiva postura educacional.

A revista tem um perfil técnico que procura se basear nas exigências da ABNT e contém trabalhos inéditos de professores, alunos e outros profissionais do Cefet de Roraima, bem como de autores diversos, desde que os trabalhos por eles apresentados sigam a linha editorial da proposta.

É uma grande alegria ver professores, alunos e cidadãos criativos que não se sentem intelectualmente diminuídos, limitados e impotentes pelo fato de não portarem um título de doutor. São pessoas que, com esforço, dedicação e boa vontade, responderam positivamente ao desafio de transpor barreiras.

O documento foi produzido sob a forma de brochura de mais de 180 páginas, que nos brindam com 17 artigos e relatos de experiências de dezenas de produtores de conhecimento vivo e real do nosso querido Estado de Roraima.

Sr. Presidente, Senador Mão Santa, é muito significativo e importante que a experiência dessas pessoas tenha sido publicada e tenha se tornado disponível para outros. Penso que se poderia fazer uma verdadeira revolução se nossos professores, de todos os níveis de educação, fossem treinados, incentivados, e se pusessem a produzir e publicar trabalhos de pesquisa. Seriam imensos o impacto e a repercussão para o tecido social. São milhares e milhares de professores capazes de inferir e lançar idéias sobre o meio que os circunda.

Sr. Presidente Mão Santa, Senador Heráclito Fortes e Senador Garibaldi Alves Filho, quero parabenizar todos os profissionais e todas as pessoas que contribuíram para a publicação editada pelo Centro Federal de Ensino Tecnológico de Roraima e, em especial, o professor Edvaldo Pereira da Silva, Diretor-Geral do Cefet de Roraima, pela sua ousada iniciativa e pela sua visão revolucionária.

Estou mostrando com orgulho o que é a primeira publicação científica do meu Estado. Temos uma universidade federal, uma estadual, o Cefet e mais várias faculdades particulares, mas este é o primeiro livro que publica trabalho produzido pelo nosso Estado.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/06/2007 - Página 17464