O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar meu pronunciamento sobre o setor elétrico e as usinas do rio Madeira, parabenizo a Associação dos Consultores Legislativos e dos Consultores de Orçamento do Senado Federal (Alesfe), que, hoje, comemora 20 anos de fundação, pelos relevantes serviços prestados ao Senado Federal, tanto na área legislativa quanto na área de orçamento. Parabéns pela comemoração dos 20 anos!

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem, ouvi relato do Presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, no “Jornal da Globo”, dizendo que não vão planejar nenhum grande investimento para longo prazo - o que seria a partir de 2010 -, porque não acreditam na geração de energia elétrica. Todos os cenários levam a crer que teremos problemas de geração de energia elétrica daqui a alguns anos - daqui a quatro, cinco, seis anos -, e já tenho falado disso nesta tribuna há quatro anos, desde que cheguei aqui.

O Governo do Presidente Lula teve muita sorte. A natureza - mais precisamente, Deus - tem sido generosa com o Presidente Lula, porque não tem havido estiagem na região das barragens: os lagos estão sempre lotados, cheios. Não tem havido problemas como os observados no Governo Fernando Henrique. Caso contrário, hoje, já teríamos problemas de racionamento de energia elétrica. Essa é a grande verdade.

Tenho falado também dos aproveitamentos hídricos. Não queremos energia a carvão. As usinas nucleares já estão, há algum tempo, com suas obras paralisadas. A energia eólica ainda é uma experiência no Brasil. Não temos gás em abundância para geração de energia elétrica, e, onde há gás, não há gasoduto, como é o caso do gasoduto Coari - Manaus, que começou agora, e do gasoduto Urucu - Porto Velho, além de alguns outros gasodutos no Nordeste brasileiro.

Então, nossa grande potencialidade de geração de energia elétrica é hídrica. E onde estão essas potencialidades? Na Amazônia, no meu Estado de Rondônia e no Pará. E os projetos das usinas hidroelétricas do rio Madeira, que venho defendendo aqui há muito tempo, são modernos. Jirau e Santo Antônio, dois aproveitamentos de quase 3,5 mil megawatts cada um, gerando mais de 6,5 mil megawatts, mais de meia Itaipu, estão tendo dificuldade de sair do papel. Mas vão sair do papel. Sempre acreditei nesses projetos.

Hoje, tivemos audiências importantes: inicialmente, pela manhã, com o Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Arlindo Chinaglia; depois, com o Ministro Interino das Minas e Energia, Nelson Hubner; e, às 11 horas e 30 minutos, já próximo ao meio-dia, com o Presidente do Ibama. E, daqui a meia hora, estaremos com o Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros, tratando do mesmo assunto.

Nessa rodada de conversas, estão participando toda a Bancada Federal, a Câmara de Vereadores de Porto Velho - 100% dos Vereadores estão em Brasília para tratar do assunto, porque as usinas estão dentro do Município de Porto Velho -, o Comitê Pró-Usinas, instalado pelos empresários da nossa Capital e de todo o Estado de Rondônia, o Presidente da Federação das Indústrias. Todas as entidades representativas do Estado de Rondônia defendem a construção das usinas do Madeira. São projetos essenciais não só para Rondônia, mas também para o Brasil.

Entendo que, se não construirmos as usinas do rio Madeira e as usinas de Belo Monte, no Pará, que são projetos modernos, com pequeno impacto ambiental - muito menor do que o de uma usina a carvão, muito menor do que o de uma usina a diesel, como há hoje em toda a Amazônia -, talvez, tenhamos de instalar usinas térmicas a diesel no centro do Brasil, no Sudeste, no Sul, para geração de energia.

Sr. Presidente, tenho defendido, quase semanalmente, a construção das usinas do rio Madeira e do gasoduto Urucu - Porto Velho, por entender que são projetos essenciais para sustentar o crescimento econômico do Brasil. Queremos que o Brasil cresça 4,5%, 5%, 6% e - quem sabe? - até 7% ao ano. E onde está a energia para sustentar esse crescimento?

É o apelo que faço às autoridades federais em meu nome, em nome dos rondonienses e - por que não dizer? - em nome dos brasileiros, que poderão sofrer com sérios problemas de geração de energia elétrica daqui a alguns anos. Tenho a certeza absoluta de que a licença ambiental vai ser concedida, porque é um projeto de interesse nacional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.