Discurso durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre o significado do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Reflexão sobre o significado do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/2007 - Página 18809
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, DIA INTERNACIONAL, MEIO AMBIENTE, AMPLIAÇÃO, LUTA, PRESERVAÇÃO, VIDA, PLANETA TERRA, AMEAÇA, AUMENTO, TEMPERATURA, COMENTARIO, HISTORIA, EVOLUÇÃO, DEBATE, ECOLOGIA.
  • COMENTARIO, ENCONTRO, PAIS INDUSTRIALIZADO, OCORRENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, ANALISE, ORADOR, DIFICULDADE, COMPROMISSO, REDUÇÃO, GAS CARBONICO, ALEGAÇÕES, PRIORIDADE, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, IMPORTANCIA, COMPATIBILIDADE, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.
  • ELOGIO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PRESERVAÇÃO, FLORESTA AMAZONICA, ESPECIFICAÇÃO, POPULAÇÃO, MARGEM, RIO, COMPROMISSO, MEIO AMBIENTE, SAUDAÇÃO, GOVERNADOR, HOMENAGEM, PERSONAGEM ILUSTRE, VITIMA, MORTE, VIOLENCIA, DEFESA, REGIÃO, CONCLAMAÇÃO, BUSCA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
  • SOLICITAÇÃO, APOIO, MÃO SANTA, SENADOR, PROJETO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), ENERGIA RENOVAVEL.

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Serei rápido.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como vários Senadores e Senadoras já se manifestaram no dia de hoje, nesta sessão, acerca do significado da data mundial do meio ambiente, quero me associar a S. Exªs, mas também quero me associar à sociedade civil e às organizações que lutam em defesa da vida, porque discutir a questão ambiental é defender a vida, a qualidade da vida. E, hoje, é defender o Planeta, ameaçado pelo aquecimento global.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é preciso contextualizar a luta do movimento ambiental, que é uma luta nova, contemporânea. Tenho um grande respeito pelos clássicos, por nomes que marcaram o século XIX, mas eles deixaram de tratar a questão ambiental, que é um desafio para as sociedades modernas, as sociedades contemporâneas.

            A questão ambiental é um tema novo, mas passou a ser de uma responsabilidade tamanha nos dias de hoje. Os exemplos estão aí. A mídia nacional e internacional vem tratando os efeitos do aquecimento global, que exige um esforço de todos: do Parlamento, dos prefeitos, dos governadores, dos presidentes.

            Portanto, quero chamar a atenção para o significado do evento que está acontecendo na Alemanha: o encontro dos países industrializados, do G8+5, que neste exato momento discutem uma pauta de interesse internacional. E está embutida nessa pauta a questão ambiental.

            Mas como é duro fazer os donos do mundo compreenderem e construírem políticas inovadoras para que haja mais respeito e responsabilidade com a questão ambiental! Nos Estados Unidos, o todo-poderoso Bush, que faz a guerra, que ameaça, foi incapaz de assinar o Tratado de Kyoto, que é um tratado moderno, atual e que já se finda daqui a poucos anos. Mas, em nome do desenvolvimento da sua economia, os Estados Unidos são o maior responsável pela emissão de CO2, que provoca o aquecimento global. Então, é preciso exigir dos países ricos uma mudança nas suas políticas industriais.

            Estamos assistindo ao papel e ao desempenho da China, celebrada por ter tido, nesses últimos 27 anos, o maior crescimento econômico do mundo; porém, é sabido, pelas projeções econômicas, que, em 2009, a China passará os Estados Unidos no que diz respeito à emissão de CO2. E ninguém diz nada, tudo em nome do crescimento de terra arrasada. Essas são as projeções, que estão no jornal Folha de S.Paulo de hoje.

         Portanto, precisamos, neste início de século, compatibilizar de vez desenvolvimento com crescimento - e de uma vez mesmo.

            Sou Senador pelo Estado do Amazonas, que tem uma das maiores reservas florestais tropicais do mundo, e, felizmente, temos o menor índice de destruição da floresta. As estatísticas registram 2%. Pode ser até mais, mas está lá a nossa floresta.

            Gostaria de render homenagens, neste dia, aos ribeirinhos que compõem a geografia humana da Amazônia. Eles estão lá abandonados, mas resistindo e compondo a beleza da Amazônia, desenvolvendo a economia sem comprometer o meio ambiente. Há 113 mil índios, a maior população indígena, resistindo à pressão da grilagem da terra, do roubo da madeira. E os povos indígenas não comprometem o meio ambiente.

            Temos uma experiência importante. O Parque Industrial da Zona Franca está lá, com um faturamento/ano de US$23 bilhões. E isso contribuiu para que o nosso Estado não tenha um índice elevado de destruição.

            Quero destacar, nesta data, iniciativas importantes do Governador Eduardo Braga, do PMDB, que tem em seu governo a presença do PT em várias Secretarias, no sentido de preservar a floresta do nosso Estado.

            No Dia Mundial do Meio Ambiente, ninguém pode esquecer de nomes que derramaram seu sangue em defesa do desenvolvimento sustentável. No Pará, a Irmã Dorothy é um exemplo de mulher e de religiosa que percorria o sul do Estado em defesa do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável. Não podemos esquecer os embates de Chico Mendes em defesa das seringueiras e dos castanhais, contra a colonização, levada a efeito nos anos oitenta, que pretendia levar a pecuária para a Amazônia a qualquer custo, sem levar em consideração as suas particularidades.

            A Amazônia tem de ser pensada de forma diferenciada. As políticas públicas para a região têm de levar em consideração os seus povos, a sua floresta, os seus rios, os seus lagos. O Brasil precisa, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, pensar e repensar a sua Amazônia.

            Encerrando, registro um exemplo. Estou há pouco tempo no Senado da República e tenho uma relação com o Senador Mão Santa, que, por coincidência, preside esta sessão. E gostaria de fazer um apelo ao Senador Mão Santa, que faz - no jogo da democracia, é normal - oposição ao governo do Partido dos Trabalhadores.

            É preciso refletir acerca do projeto Energia Verde no Piauí. Apelo a V. Exª - que é doutor não só da Medicina, mas da política - no sentido de olhar esse projeto como um exemplo de se trabalhar o manejo sustentável na caatinga...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu havia dado dez minutos em alusão à nota que dou a V. Exª. Agora, darei mais três minutos. Dez mais três é o número do seu Partido, 13, não é?

            O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM) - Já encerro.

            Eu gostaria de registrar, nesta data, o exemplo do Governo do PT ao levar avante uma proposta inovadora, nova, que leva em consideração compatibilizar renda com desenvolvimento sustentável. O projeto é novo, sofre críticas - o que é normal -, mas é inovador, envolve famílias, Municípios, como Redenção do Gurguéia, no sul do Piauí.

            São exemplos que podemos oferecer num dia em que o Congresso Nacional amanheceu com uma manifestação da WWF, entidade mundial que luta em defesa do meio ambiente.

            Há os exemplos do Greenpeace, entidade à qual sou associado, e que, às vezes, é incompreendida, mas que não faz outra coisa senão chamar a atenção do Planeta, dos dirigentes, da sociedade mundial, para que possamos ter vida no futuro, para que a Terra não fique seriamente comprometida pelo aquecimento global.

            É preciso rever as políticas industriais. Quando se fala em uso de bicicletas, em novos alimentos, leva-se na chacota, na brincadeira, mas os exemplos estão aí. É preciso que paremos! O G-8 está reunido na Alemanha. É preciso que os governos e que a sociedade civil repensem suas políticas públicas, seus comportamentos e pactos, para que a humanidade possa ter um presente e um futuro agradáveis.

            Neste dia, quero associar-me às várias manifestações em defesa da luta, principalmente daqueles que chamaram atenção, nas décadas de 70 e de 80, em defesa de políticas saudáveis, de desenvolvimento sustentável, procurando combater com rigor aqueles que não levavam em consideração a vida e, fundamentalmente, o meio ambiente.

            Muito obrigado.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/2007 - Página 18809