Discurso durante a 89ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da união de esforços em favor da cafeicultura.

Autor
Gerson Camata (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Defesa da união de esforços em favor da cafeicultura.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2007 - Página 19318
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), INVESTIMENTO, AUMENTO, QUALIDADE, QUANTIDADE, PRODUÇÃO, CAFE, MOTIVO, RECEBIMENTO, PREMIO.
  • ANUNCIO, SEMINARIO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), DEBATE, CULTIVO, CAFE, COMENTARIO, AUMENTO, PESQUISA, TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA, AUSENCIA, PREJUIZO, MEIO AMBIENTE.
  • REGISTRO, DADOS, IMPORTANCIA, BRASIL, CONSUMO, PRODUÇÃO, CAFE, APERFEIÇOAMENTO, QUALIDADE, PRODUTO AGRICOLA, AUMENTO, PREÇO, EXPORTAÇÃO.

            O SR. GERSON CAMATA (PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Espírito Santo tem se destacado constantemente na pesquisa, na qualidade e na quantidade de sua produção cafeeira. O Estado, que é um dos menores do Brasil, com apenas 45 mil km², é o segundo maior produtor de café do Brasil. E do café do gênero robusta, conhecido também como café conilon, é o maior produtor do mundo; se fosse um país, seria o maior produtor do mundo - o segundo colocado seria a Indonésia.

            Mas o Espírito Santo tem se destacado, nos últimos anos também, pela qualidade da sua produção, principalmente do café do gênero arábica. Para se ter uma idéia, num recente concurso internacional, dos dez primeiros colocados, quatro foram do Estado do Espírito Santo, o que demonstra a qualificação dos produtores rurais do meu Estado.

            O cenário das montanhas de Iúna, na divisa com Minas Gerais, município do sul do Estado, na Região do Caparaó, e onde as lavouras de café cobrem de verde a paisagem montanhosa , é o melhor testemunho da importância da produção cafeeira para a economia do Espírito Santo.

            No próximo dia 15, sexta-feira, Iúna vai sediar um seminário sobre a atual situação da cafeicultura brasileira, promovido pela Agência do Incaper, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. Coordenado pelo engenheiro agrônomo Onofre de Almeida Rodrigues, que há trinta anos desenvolve naquela região um trabalho notável em favor dos agricultores e da melhoria da qualidade do café, o seminário debaterá temas importantes para a cafeicultura de todo o Brasil.

            Entre os presentes ao evento, de nível nacional, estarão o Deputado Federal Carlos Melles, Presidente da Frente Parlamentar do Café, e Fernando Romeiro de Cerqueira, Presidente da Coocafé, Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha, no Estado de Minas Gerais. Os participantes também ouvirão uma palestra dos técnicos Maria Amélia Gava Ferrão, especialista em café conilon, e Aimbiré Francisco da Fonseca, especialista em café arábica, ambos vinculados ao Centro de Pesquisa do Café, localizado em Venda Nova do Imigrante.

            Além de ser o maior produtor de café arábica do Espírito Santo, o Município de Iúna tem a maior plantação contínua de café do Brasil. As variedades de alta produtividade que hoje são cultivadas no mundo todo tiveram origem na região, com pesquisas sobre a variedade Caturra, posteriormente ampliadas pelo Instituto Agronômico de Campinas, que analisou o material genético oriundo de Iúna.

            Nenhum outro lugar, portanto, seria mais apropriado para um seminário destinado a discutir as perspectivas do cultivo de café. O Espírito Santo, apesar da extensão territorial reduzida, ocupa em torno de 17% da sua área cultivável com lavouras de café. Elas estão presentes em cerca de 78% das propriedades rurais e proporcionam ocupação a mais de 450 mil pessoas. Cerca de um terço de toda a renda gerada pela agricultura capixaba vem do café.

            Nos últimos anos, técnicos do Incaper e da Embrapa não têm economizado esforços na pesquisa de sementes adequadas às condições do Espírito Santo. Segundo maior produtor de cafés do Brasil e o primeiro de conilon, o Estado vem aperfeiçoando a qualidade de seu produto, que mereceu destaque em concursos nacionais e internacionais.

            Atualmente, o trabalho concentra-se na obtenção de tecnologia para a renovação das lavouras de café arábica com sustentabilidade, isto é, sem agredir o ambiente, além de aumentar a produtividade e melhorar a renda do produtor. Continuamos precisando, contudo, de uma política nacional específica de incentivo à cafeicultura, com objetivos de médio e longo prazo, para assegurar a sobrevivência de uma cadeia produtiva essencial à economia do País.

            Apresentei recentemente nesta Casa projeto de lei prevendo a inclusão do café nos cardápios das escolas beneficiadas por recursos federais do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Seus benefícios médicos, quando consumido com moderação, já foram amplamente comprovados.

            O Brasil é o maior produtor mundial de café, responsável por 30% do mercado e o segundo consumidor mundial. Dos 32 milhões de sacas que estão sendo colhidas agora, 17 milhões serão destinados ao consumo interno. Ele é a bebida preferida dos brasileiros, consumida por 94% da população.

            É hora de somarmos esforços em defesa da cafeicultura, em defesa da pesquisa que permite o aprimoramento das variedades cultivadas; em defesa do estímulo à exportação e ao aumento do consumo interno e, principalmente, por melhores condições para produtores, quase todos pequenos agricultores.

            Nesta quadra da história da produção do café no mundo, Sr. Presidente, são essenciais encontros como esse para o debate sobre a tecnologia da produção, o aumento da produtividade e, principalmente, para o aumento da qualidade do café produzido.

                   Observamos que, enquanto o preço médio do café arábica alcança R$200,00, R$220,00 por saca de sessenta quilos, um café classificado em concurso é vendido por US$1 mil, US$2 mil e até US$10 mil, quando alcança uma qualidade excelente. De modo que, quanto mais aperfeiçoarmos a qualidade, teremos maior geração de renda na lavoura e o conseqüente incremento na geração de divisas para o Brasil.

            Era o que queríamos dizer, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.

 

            


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2007 - Página 19318