Discurso durante a 91ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Registro do trabalho realizado pela Fundação Pestalozzi, na cidade de Parintins, no Amazonas, atendendo a pessoas portadoras de deficiência.

Autor
João Pedro (PT - Partido dos Trabalhadores/AM)
Nome completo: João Pedro Gonçalves da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA SOCIAL. REFORMA AGRARIA.:
  • Registro do trabalho realizado pela Fundação Pestalozzi, na cidade de Parintins, no Amazonas, atendendo a pessoas portadoras de deficiência.
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2007 - Página 19919
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA SOCIAL. REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, FUNDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ATENDIMENTO, CRIANÇA, ADOLESCENTE, ADULTO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PROMOÇÃO, INCLUSÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.
  • COMENTARIO, RECEBIMENTO, ORADOR, HOMENAGEM, CAMARA MUNICIPAL, MUNICIPIO, PARINTINS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), REITERAÇÃO, COMPROMISSO, DEFESA, INTERESSE, COMUNIDADE, ENSINO PUBLICO, POLITICA SOCIAL, REGIÃO AMAZONICA.
  • IMPORTANCIA, GRUPO, TRABALHADOR RURAL, SEM-TERRA, DEFESA, REFORMA AGRARIA, JUSTIÇA SOCIAL.

O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, serei rápido.

Nesta tarde, Sr. Presidente Paulo Paim, faço o registro da minha estada na querida cidade de Parintins.

O Senador Mão Santa viajou para a Argentina - passou o Dia dos Namorados na bela Buenos Aires -, pátria do grande poeta Luis Borges, de Maradona e de Ernesto Che Guevara, esse símbolo da juventude e da liberdade da América Latina. Eu passei o Dia dos Namorados na minha cidade de Parintins, no Amazonas, na fronteira com o Estado do Pará.

Parintins é uma das ilhas do grande complexo Tupinambarana. A cidade é belíssima e o povo, magnífico.

Tive a oportunidade, Sr. Presidente Paulo Paim, de conhecer um espaço que vai além da educação. Trata-se de um espaço da cidadania, do humanismo.

Falo da Fundação Pestalozzi de Parintins, que administra a Escola Especial Glauber Viana Gonçalves, que tive a oportunidade de conhecer de perto.

Realizei uma autocrítica que faço questão de repetir. Sou filho de Parintins, mas não conhecia o trabalho de 18 servidores públicos, cujos nomes vou ler. São professores da rede pública que atendem 170 crianças, jovens e adultos com deficiência. Seu trabalho é tão profundo e grandioso, que eu não poderia deixar de registrar a experiência de visitar a Pestalozzi e de passar uma manhã na escola Glauber Viana Gonçalves.

Registro o trabalho de inclusão, magnífico e transformador - esses servidores, desde 1985, trabalham com pessoas com deficiências -, da diretora Dalva Maria Ribeiro Nascimento; dos professores Ana Maria Lopes de Oliveira; Delma dos Santos Silva; Dulcilene da Silva Pereira; Ieda Maria da Costa Oliveira; João Bosco da Silva; Josiane Gadelha Nascimento; Maria das Graças Prestes Oliveira; Maria do Socorro Jacaúna; Maria de Lourdes S. de Oliveira; Augusta Jane Rodrigues Pereira; Yaraci Silva de Jesus; Salete Paulain Gonçalves; Eluiza Helena Penha da Costa; Francisca Pontes Cativo; Paulo Pinto; Jacira Barreto da Silva Stone e Rosineide da Fonseca. Esses professores, dia-a-dia, labutam no sentido de transformar, de incluir; labutam com o gesto da bondade, da cidadania; labutam, com certeza, para fazer um Brasil mais solidário.

Essa experiência tocou-me e coloquei o meu mandato a serviço daquele grupo de professores que trabalha fundamentalmente com crianças, nessa experiência que merece destaque.

Sei que não existe apenas esse grupo de Parintins e que, nesse Brasil imenso, são inúmeros os que trabalham com as pessoas portadoras de deficiência, por isso faço este registro.

Por fim, visitei a Câmara Municipal de Parintins, composta por 11 Vereadores, onde fui homenageado como filho da cidade, numa sessão especial que começou por volta das 17 horas e adentrou a noite. No final da sessão especial, houve a participação dos dois grupos folclóricos, o Garantido e o Caprichoso.

Quero registrar os pronunciamentos do Presidente da Câmara Municipal, Vereador José Walmir, do Vereador Gil Gonçalves, do Padre Francisco Di Nerli, do Vereador Jaime Lobato, do Vereador Juscelino Mendonça, do Vereador Henrique Medeiros, do Vereador Raí Cardoso e do Prefeito Bi Garcia.

Na sessão que homenageou este amazonense, que hoje detém o mandato de Senador, firmei um compromisso. Pode ou não haver homenagem, mas o homem público deve assumir o trabalho duro. Quero trabalhar muito pelo Brasil, pelo meu Estado, pela minha cidade e pelas cidades pequenas, pelas comunidades da Amazônia, trabalhar em defesa do ensino público; trabalhar em defesa de políticas públicas, como saúde pública; trabalhar em defesa da inclusão de moradores brasileiros amazônidas que vivem nos beiradões.

O Senador Paulo Paim, há pouco, referiu-se aos trabalhadores, aos negros, aos brancos, aos índios, aos ribeirinhos, que têm grande importância, ou seja, dessa categoria de brasileiros, remanescentes dos povos indígenas, dos brancos, dos portugueses, dos árabes que andaram pela Amazônia.

O Senado que representa a nossa República, não pode deixar de pensar, de formular, de se preocupar, de ter gestos, principalmente os humanitários, com esse imenso povo brasileiro que compõe essa imensa Nação de jovens, de mulheres, de pessoas que continuam sonhando e acreditando num Brasil melhor! E acreditar em um Brasil melhor passa por essa experiência nova de um Governo popular, de um Governo que tem o Presidente Lula construindo políticas públicas de inclusão importantíssima para a Amazônia. O Fundeb, aprovado há poucos dias aqui pelo Senado, que trabalha os povos indígenas, teve a Senadora Fátima Cleide como Relatora, que muito se empenhou. Então, este é um Brasil em que acredito. Tenho o coração repleto de esperança que o futuro do povo brasileiro, o futuro dos povos da Amazônia, o futuro das crianças lá de Parintins, com certeza, será melhor

Por fim, hoje pela manhã, estive, ao lado de vários Senadores, no V Congresso do MST - inclusive ganhei o boné vermelho, que tem o mapa do Brasil grafado em verde - e, lá, ouvi a fala dessa grande liderança da reforma agrária, que é João Pedro Stédile.

Sr. Presidente, quero, aqui, dizer da importância do MST, que só existe porque a elite brasileira criou um Brasil injusto, um Estado injusto. Por isso o MST tem de ser olhado a partir de um movimento que inclui milhares de brasileiros que pedem reforma agrária. Reforma agrária é justiça social. Reforma agrária é fazer um gesto do Brasil de hoje, olhando para trás, mas também para o futuro. O Brasil só será justo, democrático se se fizer reforma agrária; a reforma agrária que não foi feita. Esse é um passivo que temos de atribuir à elite brasileira, que sempre olhou o Brasil sem olhar a terra, sem olhar os negros, sem olhar os trabalhadores rurais, que produzem.

Portanto, digo que, ao passar pelo V Congresso, saí de lá mais feliz, principalmente, por encontrar brasileiros e brasileiras lutando pela reforma agrária. 

Fazer reforma agrária é dar esses passos importantes que o Governo do Presidente Lula tem dado, inclusive ao disponibilizar, por exemplo, mais crédito ao Pronaf A, Pronaf B, Pronaf C. Fazer reforma agrária no Brasil é dar essa condução que o Presidente Lula, por meio do Ministério da Reforma Agrária, por intermédio do Incra tem dando. Ou seja, passos importantes que transformam o Brasil.

Portanto, ao final de minha fala neste Senado da República, quero prestar minha solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, e reconhecer sua legitimidade na figura de João Pedro Stédile, que faz muito pelo Brasil, e o faz porque o Brasil é um país injusto com essa parcela de brasileiros.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2007 - Página 19919