Discurso durante a 93ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem a Rádio Bandeirantes, pelo transcurso dos setenta anos do início de suas atividades.

Autor
Efraim Morais (PFL - Partido da Frente Liberal/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a Rádio Bandeirantes, pelo transcurso dos setenta anos do início de suas atividades.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2007 - Página 20192
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, RADIO, GRUPO ECONOMICO, COMUNICAÇÕES, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, HISTORIA, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Renan Calheiros; Dr. João Carlos Saad, nobre Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação; Dr. Paulo Saad Jafet, Vice-Presidente do Grupo Bandeirantes; Drª Márcia Saad, Diretora do Grupo Bandeirantes; Dr. Mário Baccei, Vice-Presidente de Rádio do Grupo Bandeirantes de Comunicação; meu caro Flávio Lara Resende, Diretor-Geral de Rádio e Televisão Bandeirantes; quero cumprimentar os Sr. Senadores, as Srªs Senadoras, Deputados Federais; registro a presença do Sr. Henrique Nelson Calandra, aqui representando a Associação de Magistrados Brasileiros e Associação Paulista de Magistrados; minhas senhoras, meus senhores; caros funcionários do grupo Bandeirantes, boa-tarde.

Sr. Presidente, muito tem ganhado a sociedade brasileira com os 70 anos de atividade da Rádio Bandeirantes e do grupo de comunicações a que deu origem.

Requeri a realização desta Sessão Especial para prestar uma mais que justa homenagem à Rádio Bandeirantes e ao Grupo Bandeirantes de Comunicação, neste momento em que tantas conquistas e desafios vencidos enfileiram-se, com um saldo impressionante de serviços prestados à difusão de informação, cultura e entretenimento no País.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em um já longínquo 6 de maio de 1937, a Sociedade Bandeirante de Radiodifusão iniciou, na cidade de São Paulo, suas transmissões radiofônicas, utilizando o prefixo PRH-9.

Estávamos no que se pode chamar de Era do Rádio.

A primeira emissora brasileira havia surgido no Recife, a Rádio Clube de Pernambuco, no ano de 1919. Três anos depois, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro iniciou suas atividades, sob o comando do mais ilustre pioneiro da radiodifusão brasileira, o antropólogo e educador Edgar Roquette-Pinto.

Se o projeto de Roquette-Pinto para a radiodifusão era eminentemente educativo, a dinâmica efetiva do crescimento do rádio brasileiro seguiria por caminhos não de todo previstos, logo caindo em cheio no gosto popular. A denominada Idade de Ouro da Música Popular Brasileira, situada na década de 1930, muito deveu à existência e à popularidade do rádio. Em pouco, também se perceberia o potencial do rádio como instrumento de integração nacional e de comunicação política.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Srs. Diretores do Grupo Bandeirantes, podemos dizer que a Rádio Bandeirantes ganha sua verdadeira e duradoura identidade dez anos depois de sua inauguração, em 1947, quando João Jorge Saad compra a emissora de seu sogro, Adhemar de Barros, que a havia adquirido do Grupo Emissoras Unidas.

João Jorge Saad, descendente de imigrantes sírios, levou seu entusiasmo e sua determinação inabalável à direção da rádio, que não cessou de crescer como empresa, assim como no apreço da população paulistana. Podemos dizer que houve uma feliz combinação de pessoa, lugar e momento propícios para que surgisse o importante empreendimento.

Perguntado como havia conseguido criar uma rede de emissoras tão bem-sucedidas, mesmo sem ter experiência prévia do ramo, João Saad saiu-se com a seguinte resposta, que expressa, aliás, uma verdadeira profissão de fé.

Ela [a rede de emissoras] estava lá, escondida. Não fiz nada demais. Apenas fui eliminando as arestas, o supérfluo, e ela foi aflorando, aparecendo. Somos uma empresa totalmente brasileira, consciente da responsabilidade social e política que temos, preocupada em cumprir o compromisso de defender a livre iniciativa e as instituições, de promover o desenvolvimento econômico, de defender intransigentemente a democracia, de incentivar a educação, com suficiente coragem para atacar os que ousam defender os interesses da coletividade.

Sr. Presidente, após algum tempo, o jornalismo passa ser a marca mais característica da Bandeirantes, que conquista uma inestimável credibilidade, baseada na independência da cobertura e no empenho em defender os interesses da população, como já enfatizava João Saad. Daí origina-se o seu slogan, adotado até hoje: é “a rádio que briga por você”.

Muitas inovações foram introduzidas pela Bandeirantes no que se refere à difusão de notícias, como, na década de 1950, o radiojornalismo ao vivo durante 24 horas.

A transmissão de programas esportivos se tornaria outra marca da Rádio Bandeirantes, como se pode verificar até os dias de hoje. Já expandida como uma rede de emissoras, a Bandeirantes obteria, quando da transmissão da Copa do Mundo de 1958, uma inconteste liderança de audiência nas cidades cobertas por sua rede, a “Cadeia Verde-Amarela Norte-Sul”.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um dos maiores desafios enfrentados pelo Grupo Bandeirantes foi o de entrar no setor televisivo. Desde a década de 1950, quando a televisão começa a funcionar no País, João Jorge Saad alimentava o projeto de criar uma emissora de TV.

O sonho vai concretizar-se em uma data que também merece ser lembrada. Foi no dia 13 de maio de 1967 - portanto, há exatos 40 anos - que entrou no ar a TV Bandeirantes. Mas a “hora do pesadelo” não tardaria a chegar. Com apenas dois anos de existência, as instalações da TV Bandeirantes seriam completamente destruídas por um incêndio.

João Saad não se deixou abater pelo nefasto incidente e, ainda em meio à fumaça, já anunciava seu propósito de reconstruir a emissora. Com empréstimos obtidos pela credibilidade de seu grupo empresarial foram comprados equipamentos de última geração, graças aos quais a TV Bandeirantes assumiu, pouco depois, a liderança na transmissão em cores no Brasil.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na segunda metade dos anos 1970, a TV Bandeirantes torna-se uma rede nacional, expandindo-se inicialmente para Belo Horizonte e para o Rio de Janeiro. Em 1980, já eram 24 emissoras em funcionamento no País. Dois anos depois, a Bandeirantes confirma seu pioneirismo, fazendo-se a primeira empresa comercial nas Américas a operar uma rede de televisão por satélite.

Hoje, Sr. Presidente, o Grupo Bandeirantes de Comunicação marca a sua presença nos mais diversos espaços da vida nacional, mantendo uma profunda identidade com a população brasileira. Compõem o grupo, entre outros veículos de comunicação, duas redes de televisão aberta, três canais de televisão por assinatura, seis redes de rádio - que formam o maior grupo de rádios no Brasil -, um selo musical de sucesso e a maior plataforma de interatividade do País.

Irmanados pelos mesmos ideais que inspiraram o saudoso João Jorge Saad e, atualmente, sob a competente liderança de seu filho, Johnny Saad, os funcionários das empresas do Grupo Bandeirantes empenham-se na permanente auto-superação, tanto no que se refere à técnica como no que toca à qualidade dos programas comunicativos.

Os 70 anos da Rádio Bandeirantes estão sendo comemorados em todo o País, tendo servido, inclusive, de enredo carnavalesco a uma escola de samba paulista, a Nenê de Vila Matilde.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senado Federal quer juntar suas homenagens a todas aquelas tão merecidamente prestadas à Rádio Bandeirantes e a todo o Grupo Bandeirantes de Comunicação, que dela se originou e que nunca cessou de crescer, entrelaçando-se com a história brasileira nas últimas décadas.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2007 - Página 20192