O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Prezado Presidente Senador Tião Viana, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria de falar uma palavra com respeito a algumas matérias que estão hoje na imprensa.

“Grupo de Renan faz ameaças veladas para intimidar senadores”, de Kennedy Alencar e Fernando Rodrigues, da Folha. No Blog do Josias, em sentido semelhante, afirma-se que o Presidente estaria se sentindo isolado e que poderia reagir de uma maneira...

Essa matéria da Folha que fala de palavras de seus interlocutores menciona que ele poderia agir trazendo a público fatos que poderiam deixar Senadores em situação difícil, incômoda.

Quero transmitir ao Presidente Renan Calheiros o quão importante é que ele, se porventura tiver conhecimento de qualquer procedimento que avalie como inadequado da parte de qualquer Senador, venha dizer as coisas que considera importantes e sérias, assim como nós, pois isso constitui seu dever e responsabilidade, como Presidente.

Aliás, o Senador Gilvam Borges, aqui, disse desejar que haja justiça, e é o que nós queremos, Presidente Tião Viana. V. Exª é Vice-Presidente desta Casa e sei da sua estima, que também é a minha estima, pelo Senador Renan Calheiros. V. Exª estava presente ao lado dele, aliás, conversou com ele ontem, quando eu transmiti aquilo que depois diversos Senadores, no Conselho de Ética, também recomendaram, no sentido de que ele compareça ao Conselho de Ética e fale da maneira mais franca, aberta. Tenho a convicção de que esta será a maneira de elucidarmos inteiramente toda e qualquer dúvida que, porventura, possa ter havido, inclusive no que diz respeito aos fatos apontados pela perícia da Polícia Federal.

Essa matéria traz frases ditas por interlocutores, então, não vou ficar repetindo-as porque, afinal de contas, não foi uma entrevista dada pelo Senador Renan Calheiros. Mas aqui quero posicionar-me muito bem, com muita clareza, da mesma maneira como outros Senadores.

Estamos nos sentindo na responsabilidade, no dever de fazermos tal sugestão, tal solicitação ao Presidente Renan Calheiros, e o fazemos da maneira mais construtiva, como quem se sente um amigo dele, que pode conversar abertamente sobre qualquer assunto. E disponho-me a fazê-lo tantas vezes quantas o Presidente Renan Calheiros desejar.

Penso ser importante que ele transmita, se desejar, a todo e qualquer Senador e à opinião pública, que diga abertamente se há alguma coisa que ele considere inadequada no comportamento deste ou de qualquer Senador. Está expresso aqui que alguns de seus interlocutores teriam dito que ele poderá provocar uma crise institucional, até com o Governo do Presidente Lula, se houver uma iniciativa dele nesse sentido, de divulgar o que ele considera impróprio, caso não haja logo o término do que estamos fazendo - e estamos apenas cumprindo com o nosso dever - no Conselho de Ética.

Presidente Sibá Machado, digo isso da mesma maneira que recomendei a ele que esteja presente ao Conselho de Ética. Felizmente, depois de ouvir a recomendação de inúmeros Senadores, dos mais diversos Partidos, inclusive dos seus colegas do PMDB - aliás, alguns transmitiram pessoalmente a ele essa recomendação, semelhante à minha -, de que ele fale abertamente, com franqueza, com o mesmo sentimento amizade e respeito com que todos nós o temos tratado.

Reitero que precisamos realizar este trabalho com muita seriedade, equilíbrio e com a maior isenção. A qualquer momento, qualquer Senador, sobretudo o Presidente desta Casa, poderá dizer a mim e a qualquer Senador como devemos proceder, se houver qualquer impropriedade de procedimento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.