O SR. ADELMIR SANTANA (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo compartilhar hoje com todos os meus companheiros de trabalho do Senado Federal uma excelente notícia.

Sou portador, Sr. Presidente, deste breve comunicado sobre a realização do I Prêmio Paulo Gontijo, categoria Medicina, referente ao período 2006/2007.

Antes de falar do prêmio, preciso trazer ao Plenário algumas referências sobre o seu idealizador.

O engenheiro mineiro Paulo Gontijo dedicou-se, ao longo de sua vida, às causas do desenvolvimento socioeconômico de nosso País, ao progresso da ciência e à construção de uma família unida e exemplar, constituída por Dona Maria José, Paulo Gontijo Júnior, Valéria, Júnia, Marcela e seus vários netos.

Candidatou-se o Dr. Paulo Gontijo à Presidência da República, em 1989. Além dos ideais humanitários, tinha ele grande interesse pela política.

Imaginamos todos, Sr. Presidente, também ele possuidor de ambição, comum aos homens de bem e aos patriotas, de transformar a sociedade brasileira, levando-a aos caminhos da justiça social e do progresso.

Ao receber a notícia de que era portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença degenerativa sem cura conhecida, Dr. Paulo Gontijo prossegue firme seus passos em suas atividades empresariais e como chefe de família. Mas resolve, também, dedicar-se à pesquisa sobre as razões da doença e sua divulgação.

Até 2002, Paulo Gontijo travou a luta contra a morte com serenidade e bravura. Deixou como legado para a sociedade e como exemplo para a sua família e para os seus amigos o Templo da Ciência e o Prêmio Paulo Gontijo, que incentiva a produção científica, premiando os trabalhos de pesquisa na área de Física, Bioquímica, Matemática e Medicina.

Sua atitude é exemplo para todos nós, seres mortais, sujeitos à sorte de diferentes destinos.

O esforço do Dr. Paulo Gontijo merece toda nossa admiração e louvor. Porque, ao contrário do que ocorre em outros países desenvolvidos, muitas vezes ações dessa natureza ocorrem por razões de legislação tributária, por exemplo, em razão do imposto sobre herança. E ele faz esse esforço sem nenhuma legislação específica, mas por interesse em incentivar a pesquisa.

São raros gestos como este em nosso País, não em função dos homens em si, mas visto que os pesquisadores brasileiros têm escasso apoio financeiro do Governo e do setor privado.

Em sua primeira edição, o Prêmio Paulo Gontijo é um incentivo às pesquisas que promovam o avanço da descoberta da causa e cura da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), e foi entregue em solenidade realizada no último dia 20 de junho, às 19 horas e 30 minutos, no Memorial JK. E eu gostaria de ter feito um pronunciamento tanto aqui quanto lá, mas foi um dia em que esta Casa esteve mais atenta à reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

A ELA é uma doença que provoca diversas limitações físicas, uma vez que afeta toda a musculatura estriada, incluindo a musculatura dos membros de deglutição e de respiração.

Ao entregar esse prêmio, o Instituto Paulo Gontijo está lutando pela qualidade de vida daqueles que portam a doença e que hoje não têm qualquer esperança em sanar as suas dores.

Por isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, peço que essa iniciativa fique registrada nos Anais desta Casa. Afinal, o Prêmio Paulo Gontijo é destaque para a nossa sociedade porque é constituído pela fé, pela força de vontade, pela confiança e pelo amor desse nobre homem pelo povo brasileiro. E ele o fez, como eu disse, sem nenhuma legislação que o obrigasse a fazê-lo.

Reconheçamos também o trabalho árduo de uma pesquisadora, a ganhadora do Prêmio, Drª Agnes Lune Nishimure, inspirada nos ideais de Paulo Gontijo, com grande júbilo e com esperança num futuro progressista e pacífico para toda a humanidade!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Era o que tinha a dizer e peço que fique o registro na Casa.