Discurso durante a 97ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Satisfação com o governo federal, pelo projeto de recuperação ambiental das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos, Gravataí e Guaíba, no Rio Grande do Sul. Regozijo pela participação da cidade de Caxias do Sul no concurso Capital Brasileira da Cultura 2008, organizada pela ONG CBC em parceria com os Ministérios da Cultura e do Turismo e apoio da Unesco.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA CULTURAL.:
  • Satisfação com o governo federal, pelo projeto de recuperação ambiental das bacias hidrográficas dos rios dos Sinos, Gravataí e Guaíba, no Rio Grande do Sul. Regozijo pela participação da cidade de Caxias do Sul no concurso Capital Brasileira da Cultura 2008, organizada pela ONG CBC em parceria com os Ministérios da Cultura e do Turismo e apoio da Unesco.
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2007 - Página 20682
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • REGISTRO, ANTERIORIDADE, ENGAJAMENTO, ORADOR, LUTA, RECUPERAÇÃO, BACIA HIDROGRAFICA, RIO DOS SINOS, DETALHAMENTO, ATUAÇÃO.
  • IMPORTANCIA, GARANTIA, GOVERNO, RECURSOS, IMPLEMENTAÇÃO, PROJETO, RECUPERAÇÃO, BACIA HIDROGRAFICA, RIO DOS SINOS, RIO GUAIBA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), AGRADECIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EMPENHO, SOLUÇÃO, PROBLEMA.
  • SAUDAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, MUNICIPIO, CAXIAS DO SUL (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), CONCURSO, ELEIÇÃO, CIDADE, IMPORTANCIA, DIVERSIDADE, PATRIMONIO CULTURAL, PROMOÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), PARCERIA, MINISTERIO DA CULTURA (MINC), MINISTERIO DO TURISMO, APOIO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO).

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Papaléo Paes, Srªs e Srs. Senadores, quero falar hoje, da tribuna do Senado, sobre o meio ambiente e a luta, Senador Gilvam Borges, que travei e continuo travando no Rio Grande do Sul em defesa do rio dos Sinos, claro que com o apoio de todas as forças vivas daquele Estado, independentemente de Partido. Neste momento, quero elogiar o Governo Federal e demonstrar a minha satisfação pelos recursos que serão empregados na bacia do rio dos Sinos e do rio Gravataí, estendendo ao Guaíba, no nosso Rio Grande.

Confesso a V. Exªs que este assunto estava me afligindo há meses, mais exatamente desde o momento em que me engajei na luta para recuperar a bacia do rio dos Sinos.

Em 11 de outubro de 2006, subi nesta tribuna para me pronunciar sobre o grave acidente ambiental que atingiu o rio, provocando a morte de toneladas e toneladas de peixes. O acidente foi considerado o maior dos últimos 40 anos. A mortandade atingiu aproximadamente 15 quilômetros de extensão, formando um imenso lençol de peixes mortos, atingindo a região que se inicia nas proximidades da divisa de São Leopoldo com Sapucaia do Sul e seguindo em direção ao delta do Jacuí, passando por Canoas.

Na época, demonstrei a minha preocupação com a situação da população ribeirinha que vive da pesca e com o abastecimento de água dos Municípios que dependem do rio.

Com a intenção de reparar os danos e salvar a área degradada, apresentei, na Comissão de Infra-Estrutura, uma proposta de emenda ao Orçamento da União, PLOA nº 15/2006, no valor de R$200 milhões, com a finalidade de alocar recursos para o programa de conservação da bacia do rio dos Sinos.

Apresentei também uma emenda na Comissão do Meio Ambiente, e, por entendimento entre os relatores das duas Comissões, Senador Papaléo, a emenda foi aprovada na Comissão de Meio de Ambiente do Senado no valor de R$260 milhões - com a justificativa de que, do montante aprovado, R$200 milhões seriam destinados à recuperação do rio dos Sinos.

Acontece que os recursos inicialmente propostos estavam alocados no Ministério do Meio Ambiente, porém foram parar na Agência Nacional de Águas, no Programa de Remoção de Cargas Poluidoras das Bacias Hidrográficas. Um programa, sem sombra de dúvida, importantíssimo, mas que, na nossa avaliação, não corresponde às necessidades dos Municípios da bacia do rio dos Sinos.

Ademais, o Relator Setorial da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) realizou um corte no valor da proposta original. Na época, conversei muito com o Deputado Relator da Comissão Setorial e enfatizei a importância dos recursos para a bacia do rio dos Sinos.

Sabedor do volume de recursos necessários para as obras de recuperação, conversei com o Relator-Geral do Orçamento, Senador Valdir Raupp, sobre a necessidade de se aumentarem os valores até o momento levantados. Vale lembrar ainda que, na ocasião, o Senador Valdir Raupp, a meu convite, foi ao Rio Grande do Sul, e participamos de uma reunião na Assembléia Legislativa de Porto Alegre. Fomos também à Fiergs e depois nos reunimos com Parlamentares gaúchos, prefeitos e representações da região, ocasião em que o Senador Valdir Raupp tomou consciência da grave situação da bacia e se comprometeu também a trabalhar por recursos junto ao Orçamento para o rio dos Sinos.

Enfim, Sr. Presidente, os recursos do programa foram aprovados com o acréscimo de R$30 milhões, além dos R$10,1 milhões já aprovados pelo Executivo, garantindo, pelo menos, algo em torno de R$40 milhões.

Para minha surpresa, a Lei Orçamentária Anual para 2007 foi publicada com o recurso em um subtítulo nacional, mas, durante esse período, conversamos muito com a Ministra Marina Silva, no Ministério do Meio Ambiente; com o Presidente da Agência Nacional de Águas, José Machado; com o Ministro das Cidades, Márcio Fortes; e com o seu Secretário Nacional de Saneamento Ambiental, Sérgio Gonçalves, tentando alocar o máximo de recursos para os mais de trinta Municípios que integram a bacia do rio dos Sinos.

No mês de maio ocorreu - e quero dar o mérito aqui também - um importante encontro no Palácio do Planalto, que contou com a presença da Governadora do Estado e de doze Prefeitos da região, com a intenção de articular recursos do PAC para o Rio Grande do Sul na área do saneamento e da habitação. Na oportunidade, foi entregue à Ministra Dilma uma proposta de investimentos na bacia do Rio dos Sinos.

Sr. Presidente, neste momento, posso anunciar que estou tranqüilo, porque acredito que agora teremos os recursos necessários para o investimento que a região precisa.

Quero lembrar que contei também, além do apoio do Senador Valdir Raupp, com o apoio dos outros Senadores gaúchos, Pedro Simon e Sérgio Zambiasi.

Enfim, Sr. Presidente, estima-se que o total de recursos destinados para o Estado, com a participação do Executivo e do Legislativo, em água e saneamento, vai ultrapassar R$700 milhões. Mais de R$200 milhões virão do orçamento de investimentos da União. O restante serão linhas de financiamento a baixos custos, somadas a contrapartida do Estado e dos Municípios. A previsão é de que somente o rio dos Sinos terá um aporte em torno de R$276 milhões. Eu diria que até um pouco mais dos R$200 milhões originais. Desse montante, aproximadamente R$116 milhões serão a fundo perdido, por integrarem o programa Saneamento Para Todos, no OGU - 2007.

O rio Gravataí também será contemplado com recursos significativos. A previsão é de que serão aplicados R$112 milhões em financiamento e aproximadamente R$35 milhões de recursos do OGU.

Ainda, Sr. Presidente, além dos recursos para projetos de água e esgoto, a região da grande Porto Alegre receberá uma unidade de proteção integral em torno do nosso querido rio Guaíba. A unidade de proteção, que contou desde o inicio com o nosso total apoio, por meio da campanha Viva Guaíba, organizada pela sociedade gaúcha, vai garantir, de forma efetiva, a conservação da biodiversidade e a preservação da bacia hidrográfica. A campanha contou com a adesão de mais de 30 mil assinaturas pela proteção do nosso querido rio Guaíba.

Em respeito à vida, acredito que temos obrigação de lutar para que o lago volte a ter peixes e possa ser um espaço onde todos convivam em total integração com o meio ambiente, como no passado.

Sr. Presidente, trabalhei muito - e não somente eu -, com outros Senadores e Deputados e mais as forças vivas do Rio Grande, para a recuperação do rio dos Sinos, o que espero aconteça com rapidez. Apoiei o movimento Viva Guaíba e continuarei lutando para que a água seja preservada, pois o equilíbrio e o futuro do nosso Planeta dependem da sua preservação e da garantia de seus ciclos naturais.

Sr. Presidente, concluo dizendo que não estamos preocupados com os louros, as medalhas, as placas ou as solenidades dos feitos, porque isso tudo passa. A minha alegria, neste momento, é dizer que o que não pode passar sem registro para a história é a vida que voltará a existir na bacia do rio dos Sinos, na bacia do rio Gravataí e no nosso querido Guaíba.

Quero voltar a ver os peixes, quero voltar a nadar, quero ver as crianças subindo nas árvores, pulando no rio, quero ver o verde, com as flores e o capim nas margens, quero voltar a ver o brilho no rosto das pessoas, que somente o reflexo da natureza pode dar. Isso é impagável. Não tem preço.

Agradeço à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; agradeço ao Ministro das Cidades, Márcio Fortes; agradeço à Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff e ao Presidente Lula o carinho e a atenção dados na recuperação do rio Guaíba, do rio Gravataí e da bacia hidrográfica do rio dos Sinos.

O povo gaúcho agradece, em nome das gerações passadas, da geração presente e das gerações futuras. A nossa preocupação é exclusivamente com a população gaúcha e a importância das águas.

Finalmente, nosso desejo de atender a essa demanda e de que se faça justiça em relação ao que temos pleiteado desde o início foi contemplado. E temos certeza de que essa alegria não é só nossa. Por isso, queremos dividi-la com todo o povo gaúcho, com todos aqueles que trabalharam: vereadores, prefeitos, ONGs, entidades, sindicatos, associações, o Governo do Estado, a Assembléia Legislativa, as Câmaras de Vereadores. E eu lembraria aqui o povo gaúcho, certamente, mais uma vez, com muita convicção, se pudesse. Faço-o por intermédio de minha voz, dizendo que sempre, sempre vale a pena lutar quando a causa não é pequena e, como já se disse, quando a alma não é pequena. Daí a nossa satisfação.

Sr. Presidente, se V. Exª me permitir, ainda dentro do meu tempo, tenho um outro pronunciamento a fazer que entendo de suma importância. Mais uma vez, falo do nosso Rio Grande. Falar sobre a nossa terra, Sr. Presidente, é sempre muito empolgante. E todos já devem ter percebido que o faço aqui, com muita alegria, porque o Rio Grande do Sul e, naturalmente, o Brasil moram no meu coração. E é dentro dessa grande morada, Sr. Presidente, que palpita forte o lugar onde nasci e que me traz belas e doces lembranças: a cidade de Caxias do Sul.

Sr. Presidente, Caxias do Sul foi a cidade da minha adolescência. Lá namorei, lá estudei, lá trabalhei e vi meus filhos darem os primeiros passos. Comecei a minha vida política no Senai, por isso o meu carinho pelo ensino técnico; depois, no ginásio noturno para trabalhadores, do qual fui presidente do grêmio estudantil, além de ter sido, também, presidente do grêmio estudantil do Ginásio Estadual Santa Catarina. Depois, trabalhei muito tempo na Fundição Eberle, em Caxias.

Pois bem, qual não foi a minha satisfação ao ver que minha cidade natal vai participar do concurso Capital Brasileira da Cultura 2008. O concurso Capital Brasileira da Cultura é uma iniciativa de abrangência nacional, implementada pela ONG CBC, com parceria institucional dos Ministérios da Cultura, do Turismo e o apoio da Unesco.

O Prefeito caxiense, Sr. Presidente, que é do PMDB, José Ivo Sartori, e o Secretário da Cultura, Antonio Feldmann, levaram a São Paulo, neste mês, a documentação necessária para efetivar a inscrição do Município de Caxias nesse importante concurso. Eles levaram 30 mil assinaturas de adesão ao projeto e também 15 volumes que representam as respostas ao questionário exigido pela organização do concurso, além de várias dezenas de anexos que representam a produção artística cultural de Caxias do Sul, como livros publicados por autores caxienses, folders de ações culturais realizadas na cidade, reportagens de jornais e revistas. Todos os segmentos enviaram projetos para o evento.

A Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul, em conjunto com outras organizações, e a comunidade foram se envolvendo nessa ação, e, mais do que tudo, o movimento tornou-se um retrato vivo de Caxias do Sul.

Sr. Presidente, a cultura é algo amplo; é resultado de um conjunto complexo de códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais, e assim por diante. Ela influencia o desempenho dos setores, determinando a pujança de uma localidade.

Caxias do Sul, que na sua história sempre valorizou a colonização italiana, hoje possui a consciência de que várias etnias formaram um processo cultural importante, merecendo o reconhecimento dessa diversidade. Nossa cidade, certamente, conta com uma rica diversidade cultural.

            Se alguma das Senhoras ou dos Senhores já teve, por exemplo, a alegria de participar da Festa da Uva, para a qual Caxias se prepara, ano a ano, no intuito de oferecer o melhor aos seus visitantes, sabe que se trata de uma festa muito gostosa. Eu sei que V. Exª conhece, Senador Papaléo, essa história.

A Festa da Uva é uma das maiores marcas da cidade e responde pela divulgação desta no País e no exterior.

Celebrar a vindima: esse era o objetivo da primeira festa agrária realizada em Caxias do Sul, na década de 30. O dia 7 de março de 1931 foi marcado por uma exposição discreta, mas elegante, das uvas dos nossos parreirais. Hoje, a festa conta com carros alegóricos desfilando pelas ruas de Caxias, confraternizações festivas e baile de gala.

Em 2006, por exemplo, o tema da festa foi “A Alegria de Estarmos Juntos”, e o tema dizia:

Vieram de terras distantes

Como sementes nas asas do vento

Somos fruto de um sonho imigrante

Na safra do nosso tempo.

La gente che lavora

Conosce la prosperità

Abbiamo il cuore in mano

Pieno di felicità

Refrão: Tu és o nosso convidado

Vem conosco cantar

E comemorar

A alegria de estarmos juntos

Refrão: Tu sei il nostro invitato

Vem conosco cantar

E comemorar

A alegria de estarmos juntos

Refrão: Usted es nuestro invitado

Vem conosco cantar

E comemorar

A alegria de estarmos juntos

Refrão: Du bist herzlich ein geladen

Vem conosco cantar

E comemorar

A alegria de estarmos juntos

Enfim, Sr. Presidente, o refrão foi cantado em italiano, em alemão e em espanhol, dando a todos os visitantes as boas-vindas e convidando-os a brincar e a se alegrar.

A cidade, sem dúvida, é dona de grandes encantos, mas vale salientar, também, que Caxias do Sul é o maior produtor hortifrutigranjeiro do Estado e o segundo pólo metal-mecânico do Brasil. Pode-se dizer que ela é hoje, num raio de 50 km, provavelmente o parque mais diversificado do mundo; fabrica do talher ao ônibus ou mesmo da autopeça ao caminhão.

A cidade possui dez instituições de ensino superior, sendo que a mais antiga está com quarenta anos.

Os espaços culturais do Município somam-se a tudo isso, fazendo de Caxias uma digna participante nessa concorrência.

Caxias preserva em sua Memória e Patrimônio:

- Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami;

- Memorial Atelier Zambeli. O estabelecimento, que iniciou suas atividades em 1915, tornou-se referência na região de colonização italiana, quanto à produção de imagens sacras em gesso, bem como de ornamentos para igrejas, capelas e residências;

- Museu Ambiência Casa de Pedra. Nesse espaço é possível reconhecer as principais características da formação cultural de Caxias do Sul, centrada no trabalho familiar, na moradia e terreno, mostrando, naturalmente, todas as fontes de sobrevivência;

- Museu da Uva e do Vinho Primo Slomp. O acervo reúne peças e objetos utilizados na produção da uva e na fabricação de vinho. São instrumentos, utensílios e ferramentas de trabalho, da agricultura ao armazenamento, passando pela confecção dos recipientes que desenvolveram profissões correlatas - tanoeiros e artesãos da cestaria.

-     Museu dos Ex-Combatentes da II Guerra Mundial;

-     Museu Municipal de Caxias do Sul;

-     Monumento Nacional ao Imigrante.

            Podemos, ainda, Sr. Presidente, listar a Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Cultural, bem como a Casa da Cultura, inaugurada em 23 de outubro de 1982, que abriga o Teatro Municipal, a Galeria Municipal de Arte e a Biblioteca Pública Municipal e que, posteriormente, recebeu a denominação oficial de Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, em homenagem a esse ilustre cidadão caxiense.

Sr. Presidente, talentos como Paulo Autran, Fernanda Montenegro, José Wilker, Patrícia Pillar, Edson Celulari, Nenhum de Nós, Adriana Calcanhoto, Quarteto em Cy, Arthur Moreira Lima, Ana Botafogo, entre outros artistas de renome, bem como grandes espetáculos locais, fizeram a história desse teatro. Nem todos esses artistas nasceram lá, mas estiveram presentes e fortaleceram o teatro.

O Departamento de Arte e Cultura Popular objetiva realizar e apoiar projetos de arte popular.

Sr. Presidente, gostaria que V. Exª considerasse lido na íntegra este meu pronunciamento, que faço com muito carinho, defendendo que Caxias do Sul seja a Capital Brasileira de Cultura em 2008.

Eu poderia ainda, Sr. Presidente, se V. Exª me permitir, deixar aqui registrada uma música do inesquecível e polêmico, mas sempre respeitado cantor e compositor gaúcho Teixeirinha, que enaltece a região da serra quando fala “terra da uva e do vinho”. Quando ele canta essa música, é claro que me lembro muito da minha cidade natal. Há uma parte dessa canção em que ele diz:

Quem quiser saber quem sou

Olha para o céu azul

E grita junto comigo

Viva o Rio Grande do Sul

[...]

E diz, depois:

Oh! meu Rio Grande

De encantos mil

Disposto a tudo

Pelo Brasil

Querência amada dos parreirais

Da uva vem o vinho

Do povo vem o carinho

Bondade nunca é demais

Berço de Flores da Cunha

E de Borges de Medeiros

Terra de Getúlio Vargas

Presidente brasileiro

Eu sou da mesma vertente

Que Deus saúde me mande

Que eu possa ver muitos anos

O céu azul do Rio Grande.

Te quero tanto

Torrão gaúcho

Morrer por ti me dou o luxo

Querência amada

Planície e serra

Dos braços que me puxa

Da linda mulher gaúcha

(...)

Aqui eu termino, mas reitero minha solicitação de que V. Exª considere meu discurso lido na íntegra.

Obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância, mais uma vez.

 

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SEGUEM, NA ÍNTEGRA, DISCURSOS DO SR. SENADOR PAULO PAIM.

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O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero elogiar o Governo Federal e demonstrar toda a minha alegria e satisfação pelos recursos que serão empregados na Bacia do Rio dos Sinos e do Rio Gravataí no Estado do Rio Grande do Sul.

Este é um assunto que estava me afligindo há meses, mais exatamente desde o momento em que me engajei na luta para recuperar a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.

Em 11 de outubro de 2006, subi nesta mesma tribuna para proferir um pronunciamento sobre o grave acidente ambiental que atingiu o Rio, provocando a morte de milhares de peixes.

O acidente foi considerado o maior dos últimos 40 anos.

            A mortandade atingiu aproximadamente 15 km de extensão formando um imenso lençol de peixes mortos, atingindo a região que inicia nas proximidades da divisa de São Leopoldo com Sapucaia do Sul e seguindo na direção do delta do Jacuí na região de Canoas.

Na época demonstrei minha preocupação com a situação da população ribeirinha que vive da pesca e com o abastecimento de água dos municípios que dependem das águas do rio.

Com a intenção de reparar os danos e de revitalizar a área degradada apresentei na Comissão de Infra-Estrutura uma proposta de emenda ao orçamento da união, PLOA 15/2006, no valor de R$200 milhões de reais com a finalidade de alocar recursos para o programa de conservação da bacia hidrográfica no rio dos sinos.

Apresentei também uma emenda na Comissão de Meio Ambiente - CMA, por intermédio do senador Sibá Machado, membro daquela Comissão.

Por um entendimento entre os relatores das duas comissões a emenda foi aprovada na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal no valor de R$ 260 milhões de reais - com uma justificativa de que do montante aprovado R$ 200 milhões seriam destinados a recuperação do Rio dos Sinos.

Acontece que os recursos inicialmente propostos estavam alocados no Ministério do Meio Ambiente, porém, foram parar na Agência Nacional de Águas, no Programa de Remoção de Cargas Poluidoras de Bacias Hidrográficas (compra de esgoto tratado).

Um programa importantíssimo mas que não se coaduna com as necessidades dos municípios que formam a bacia hidrográfica.

Ademais, o relator setorial, na Comissão Mista de Planos Orçamentos Públicos e Fiscalização - CMO, realizou um corte nos valores propostos, aprovando apenas 10 milhões de reais.

Na época, conversei por telefone com o deputado relator da Comissão Setorial e enfatizei a importância daqueles recursos para os municípios e a população da região.

Sabedor do volume de recursos necessários para as obras de recuperação, conversei com o relator-geral do orçamento Senador Waldir Raupp sobre a necessidade de aumentar os valores já aprovados.

Vale lembrar, ainda, que, na ocasião, o senador Valdir Raupp esteve comigo no Rio Grande do Sul em reunião na Assembléia Legislativa, em Porto Alegre, reunido com a diretoria da Federação das Indústrias do rio Grande do Sul - FIERGS, parlamentares gaúchos, prefeitos e representações da região.

Ocasião em que tomou ciência da grave situação da bacia e se comprometeu em alocar na Lei Orçamentária Anual mais recursos para a obra.

Os recursos do programa foram aprovados com um acréscimo de R$ 30 milhões, além dos R$10,1 milhões já propostos pelo Executivo, totalizando uma alocação na rubrica de R$40,1 milhões.

Para minha surpresa, a Lei Orçamentária Anual para 2007 foi publicada com o recurso em um subtítulo nacional.

Durante todo este período estive reunido com a Ministra Marina Silva, no Ministério do Meio Ambiente, com o Presidente da Agência Nacional de Águas, José Machado, com o Ministro das Cidades, Márcio Fortes, e seu Secretário Nacional de Saneamento Ambiental, Sérgio Gonçalves, tentando alocar o máximo de recursos para os mais de trinta municípios que integram a Bacia do Rio dos Sinos.

No mês de maio ocorreu um importante encontro no Palácio do Planalto que contou com a presença da governadora do estado Yeda Crusius e 12 prefeitos da região, com a intenção de articular recursos do PAC para Rio Grande do Sul na área de saneamento e habitação.

Na oportunidade, foi entregue à ministra Dilma Rousseff uma proposta de investimentos na Bacia do Rio dos Sinos.

Estou muito feliz mesmo, porque acredito que agora teremos os recursos necessários para os investimentos que a região precisa.

Quero lembrar que contei também com o apoio do Senador Valdir Raupp e dos outros dois senadores Gaúchos, Pedro Simon e Sérgio Zambiasi.

Estima-se que o total de recursos destinados para o estado, em água e saneamento, ultrapassa os R$ 700 milhões, sendo que mais de R$ 200 milhões virá do orçamento de investimentos da União, o restante serão linhas de financiamento a baixos custos somado a contrapartida do Estado e dos municípios.

A previsão é de que somente o Rio dos Sinos terá um aporte de 276 milhões, deste montante aproximadamente R$ 116 milhões serão “a fundo perdido”, por integrarem o programa “saneamento para todos” no OGU 2007.

O Rio Gravataí também será contemplado com recursos significativos. A previsão é de que sejam aplicados R$ 112 milhões em financiamentos e aproximadamente R$ 35 milhões de recursos do OGU.

E ainda, além dos recursos para projetos de água e esgoto a região da grande Porto Alegre receberá uma Unidade de Proteção Integral em torno do Guaíba.

A unidade de proteção, que contou desde o início com o nosso total apoio através da campanha VIVAGUAÍBA, vai garantir de forma efetiva a conservação da biodiversidade e a preservação da bacia hidrográfica.

A campanha contou com a adesão de mais de 30 mil assinaturas pela proteção do Guaíba.

Em respeito à vida, acredito que temos obrigação de lutar para que o lago volte a ter peixes e possa ser um espaço onde todos convivam em total integração com o meio ambiente, como no passado.

Trabalhei por mais recursos para o Rio dos Sinos, apoiei o movimento VIVAGUAÍBA, e continuarei lutando para que a água seja preservada, pois o equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da sua preservação e da garantia de seus ciclos naturais.

Não estamos preocupados com os louros, com as placas, com as solenidades dos feitos, tudo isso passa!

O que não pode passar sem registro para a história é a vida que voltará na Bacia do Rio dos Sinos, na bacia do Rio Gravataí, no Guaíba....

Eu quero voltar a ver os peixes, quero voltar a nadar, quero ver as crianças subindo nas árvores, pulando no rio, quero ver o verde com as flores nas margens...

Quero voltar a ver o brilho no rosto das pessoas que só o reflexo da natureza pode dar.

            Isto é impagável, não tem preço.

Agradeço a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, ao Ministro das Cidades Márcio Fortes, a Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e ao Presidente Lula pelo carinho e atenção dada à recuperação do Rio dos Sinos.

O povo gaúcho agradece em nome das gerações passadas, da geração presente e das gerações futuras.

A nossa preocupação é exclusivamente com a população dos sinos. Finalmente, nosso desejo de atender a sua demanda e de que seja feita justiça em relação ao que temos pleiteado desde o início, foi contemplado.

Temos a certeza de que esta alegria não é só nossa, por isso queremos dividir com todo o povo gaúcho e dizer mais uma vez da convicção de que a luta sempre vale a pena!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO PAIM (Bloco/S. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falar sobre a nossa terra é sempre muito empolgante e todos já devem ter percebido que eu faço isso cheio de contentamento, porque o Rio Grande do Sul é a morada do meu coração.

            E dentro desta grande morada, palpita forte o lugar onde nasci e que me traz belas e doces lembranças, a cidade de Caxias do Sul.

            Caxias do Sul foi a cidade da minha adolescência. Lá namorei, estudei, trabalhei e vi meus filhos darem os primeiros passos.

            Lá comecei a minha vida política. No SENAI e no Ginásio noturno para trabalhadores e depois no Ginásio Estadual Santa Catarina. Também trabalhei no Éberle muito tempo.

            E qual não foi a minha satisfação ao ver minha cidade natal como partícipe do concurso de Capital Brasileira da Cultura 2008.

O concurso Capital Brasileira da Cultura é uma iniciativa de abrangência nacional, implementada pela ONG CBC, com parceria institucional dos Ministérios da Cultura e do Turismo e o apoio da Unesco.

O Prefeito caxiense José Ivo Sartori e o Secretário da Cultura, Antônio Feldmann, levaram a São Paulo neste mês a documentação necessária para efetivar a inscrição do Município de Caxias do Sul nesse concurso.

Eles levaram 30 mil assinaturas de adesão ao projeto e também 15 volumes que representam as respostas ao questionário exigido pela organização do concurso e várias dezenas de anexos que representam a produção artística e cultural de Caxias do Sul, como livros publicados por autores caxienses, folderes de ações culturais realizadas na cidade, reportagens de jornais e revistas, etc.

Todos os segmentos enviaram projetos para o evento.

A Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul, em conjunto com outras organizações e a comunidade foram se envolvendo nessa ação e mais do que tudo, o movimento tornou-se um retrato de Caxias do Sul.

Sr. Presidente, a cultura é algo amplo, é resultado de um conjunto complexo de códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais e assim por diante.

            Ela influencia o desempenho dos setores, determinando a pujança de uma localidade.

Caxias do Sul que na sua história sempre valorizou a colonização italiana, hoje possui a consciência de que várias etnias formaram um processo cultural importante merecendo o reconhecimento dessa diversidade.

            Nossa cidade certamente conta com uma rica diversidade cultural.

            Se alguma das Senhoras ou dos Senhores já teve por exemplo, a alegria de participar da Festa da Uva para a qual Caxias se prepara ano a ano no intuito de oferecer o melhor aos seus visitantes, sabe que se trata de uma festa de dar gosto!

A Festa da Uva é uma das maiores marcas da cidade e responde pela divulgação desta, no país e no exterior.

Celebrar a vindima: esse era o objetivo da primeira festa agrária realizado em Caxias do Sul, na década de 30. O dia 07 de março de 1931 foi marcado por uma exposição discreta e elegante de uvas.

Hoje a festa conta com carros alegóricos desfilando pelas ruas de Caxias, confraternizações festivas e bailes de gala.

            Em 2006, por exemplo, o tema da festa foi “A alegria de estarmos juntos”

Vieram de terras distantes

Como sementes nas asas do vento

Somos fruto de um sonho imigrante

Na safra do nosso tempo

La gente che lavora

Conosce la prosperità

Abbiamo il lcuore in mano

Pieno di felicitá

REFRÃO: Tu És o Nosso Convidado

Vem conosco cantar

E comemorar

/: A Alegria de Estarmos Juntos

REFRÃO: Tu Sei Il Nostro Invitato

Vem conosco cantar

E comemorar

/: A Alegria de Estarmos Juntos

REFRÃO: Usted Es Nuestro Invitado

Vem conosco cantar

E comemorar

/: A Alegria de Estarmos Juntos

REFRÃO: Du Bist Herzlich Ein Geladen

Vem conosco cantar

E comemorar

/: A Alegria de Estarmos Juntos

Este refrão foi cantando em italiano, alemão e espanhol, dando a todos os visitantes as boas vindas e convidando-os a brincar e se alegrar.

A cidade sem dúvida é dona de grandes encantos, mas, vale salientar também que Caxias do Sul é o maior produtor fruti-hortigranjeiro do Estado e o 2.º pólo metal-mecânico do Brasil.

Pode-se dizer que ela é hoje, num raio de 50 Km, provavelmente, o parque mais diversificado do mundo, fabrica do talher ao ônibus; da autopeça ao caminhão.

A cidade possui dez instituições de ensino superior, sendo que a mais antiga está com 40 anos.

Os espaços culturais do Município somam-se a tudo isso fazendo de Caxias uma digna participante nesta concorrência.

            Caxias preserva em sua Memória e Patrimônio:

            Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami

Memorial Atelier Zambelli

O estabelecimento, que iniciou atividades em 1915, tornou-se referência na região de colonização italiana no RS, quanto à produção de imagens sacras em gesso, bem como de ornamentos para igrejas, capelas e residências

Museu Ambiência Casa de Pedra

Neste espaço é possível reconhecer as principais características da formação cultural de Caxias do Sul, centrada no trabalho familiar, na moradia e terreno como fonte de sobrevivência.

Museu da Uva e do Vinho Primo Slomp

O acervo reúne peças e objetos utilizados na produção da uva e na fabricação do vinho. São instrumentos,utensílios e ferramentas de trabalho, da agricultura ao armazenamento, passando pela confecção dos recipientes que desenvolveram profissões correlatas - tanoeiros e artesãos da cestaria.

            Museu dos Ex-Combatentes da II Guerra Mundial

Museu Municipal de Caxias do Sul

Monumento Nacional ao Imigrante

Iniciado em 1951, foi inaugurado pelo então Presidente da República Getúlio Vargas, em 28 de fevereiro de 1954.

A simbologia da saga imigração está representada por um casal: o homem com a enxada sobre os ombros contempla o horizonte, a partir do trabalho; a mulher com o filho ao colo, evoca a geração da vida, a família.

            Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Cultural - MOÙSAI

A Casa da Cultura, inaugurada em 23 de outubro de 1982, que abriga o Teatro Municipal, a Galeria Municipal de Arte e a Biblioteca Pública Municipal e que posteriormente, recebeu a denominação oficial de Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, em homenagem ao ilustre cidadão caxiense, mostrou, nestes 22 anos, ser o principal suporte cultural de Caxias do Sul e da região, abrigando, desde o início, os melhores momentos das artes em suas mais diversas manifestações.

Talentos como Paulo Autran, Fernanda Montenegro, José Wilker, Patrícia Pillar, Edson Celulari, Nenhum de Nós, Adriana Calcanhoto, Quarteto em Cy, Arthur Moreira Lima, Ana Botafogo, entre outros artistas de renome, bem como grandes espetáculos locais, fizeram a história desse Teatro.

O Departamento de Arte e Cultura Popular objetiva realizar e apoiar projetos de arte popular, desenvolvidos a partir da pluralidade cultural de Caxias do Sul, visando uma descentralização e revalorização cultural no nosso município.

Assim, através do resgate cultural e do reconhecimento de suas próprias características, da sua identificação, temos a recepção de que existem outras comunidades, com outras características culturais e linguagens artísticas, outros pensamentos e isso representa o ponto de partida para ampliação dos seus conhecimentos.

            Bem, Srªs e Srs. Senadores, Caxias do Sul traçou seu perfil cultural, realizou uma radiografia. Compilou seu manancial de virtudes e valores e eu desejo sinceramente que este inventário cultural lhe traga o título de Capital Brasileira de Cultura.

Mas, mesmo se não o trouxer, ela continuará sendo mais uma das 496 magníficas estrelas que enfeitam o céu gaúcho e que está sempre de braços abertos para receber a todos quantos quiserem provar de sua excelência cultural.

E para encerrar eu quero deixar registrada a música do inesquecível e polêmico cantor e compositor gaúcho Teixeirinha, que enaltece a região da serra, terra da uva e do vinho, que me faz lembrar sempre de Caxias do Sul:

Quem quiser saber quem sou

Olha para o céu azul

E grita junto comigo

Viva o Rio Grande do Sul

O lenço me identifica

Qual a minha procedência

Na província de São Pedro

Padroeiro da querência

Oh! meu Rio Grande

De encantos mil

Disposto a tudo

            Pelo Brasil

Querência amada dos parrerais

Da uva vem o vinho

Do povo vem o carinho

Bondade nunca é demais

Berço de Flores da Cunha

E de Borges de Medeiros

Terra de Getúlio Vargas

Presidente brasileiro

Eu sou da mesma vertente

Que Deus saúde me mande

Que eu possa ver muitos anos

O céu azul do Rio Grande

Te quero tanto

Torrão gaúcho

            Morrer por ti me dou o luxo

Querência amada

Planície e serra

Dos braços que me puxa

Da linda mulher gaúcha

Beleza da minha terra

Meu coração é pequeno

Porque Deus me fez assim

O Rio Grande é bem maior

Mas cabe dentro de mim

Sou da geração mais nova

Poeta bem macho e guapo

Nas minhas veias escorre

O sangue herói de farrapo

Deus é gaúcho

Da espora e mango

Foi maragato ou foi chimango

Querência amada

            Meu céu de anil

            Este Rio Grande é gigante

            Mais uma estrela brilhante

            Na bandeira do Brasil

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2007 - Página 20682