Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à luta do Senador Paulo Paim, no que tange à questão salarial dos aposentados. Referência à moção de aplauso da Líder Ideli Salvatti aos municípios agraciados com o título de erradicação do analfabetismo. Reflexão sobre o Dia Internacional contra o Uso e o Tráfico de Drogas.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SALARIAL. HOMENAGEM. DROGA. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Apoio à luta do Senador Paulo Paim, no que tange à questão salarial dos aposentados. Referência à moção de aplauso da Líder Ideli Salvatti aos municípios agraciados com o título de erradicação do analfabetismo. Reflexão sobre o Dia Internacional contra o Uso e o Tráfico de Drogas.
Publicação
Publicação no DSF de 27/06/2007 - Página 20794
Assunto
Outros > POLITICA SALARIAL. HOMENAGEM. DROGA. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • APOIO, PAULO PAIM, SENADOR, DEFESA, SALARIO, APOSENTADO.
  • IMPORTANCIA, TRABALHO, MUNICIPIOS, RECEBIMENTO, SELO, ERRADICAÇÃO, ANALFABETISMO.
  • REGISTRO, DIA INTERNACIONAL, COMBATE, UTILIZAÇÃO, TRAFICO, DROGA, OPORTUNIDADE, ANALISE, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ESPECIFICAÇÃO, MUNICIPIO, CUIABA (MT), FRONTEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, PRODUTOR, MATERIA-PRIMA, DIVERSIDADE, ENTORPECENTE, FAVORECIMENTO, PROPAGAÇÃO, TOXICO, AUMENTO, VIOLENCIA, CRIME.
  • COMENTARIO, RELATORIO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), TRAFICO, DROGA, CONFIRMAÇÃO, RESPONSABILIDADE, TOXICO, ARMA, VIOLENCIA, MAIORIA, CRIME, CIDADE, AGRAVAÇÃO, SITUAÇÃO, MERCADO INTERNACIONAL, ABSORÇÃO, TOTAL, PRODUÇÃO, ENTORPECENTE, AMERICA LATINA.
  • IMPORTANCIA, REALIZAÇÃO, ATIVIDADE EDUCATIVA, PRAÇA PUBLICA, MUNICIPIO, CUIABA (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), CONSCIENTIZAÇÃO, ADVERTENCIA, POPULAÇÃO, RISCOS, SAUDE, UTILIZAÇÃO, DROGA, DEFESA, NECESSIDADE, ENGAJAMENTO, SOCIEDADE, COMBATE, TOXICO, TRAFICANTE.
  • COMENTARIO, INICIATIVA, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, DESENVOLVIMENTO, PROJETO, COMBATE, PROBLEMA, DROGA, REGISTRO, APREENSÃO, SECRETARIO, SEGURANÇA PUBLICA, INDICE, VIOLENCIA, REGIÃO, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIAL, EDUCAÇÃO.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, eu gostaria de registrar que assino em baixo, de forma sintética, das palavras do Senador Paulo Paim, relativas à questão salarial dos aposentados. Estamos nessa luta juntos.

Quanto à moção de aplauso da nossa Líder, Ideli Salvatti, quero dizer que eu estava presente quando o Presidente de República brindou os Prefeitos desses 60 Municípios com o título de erradicação do analfabetismo. É preciso, sim, que os milhares de Municípios deste País sigam a trilha desses 60 Municípios, erradicando o analfabetismo.

Sr. Presidente, hoje é o Dia Internacional contra o Uso e o Tráfico de Drogas, situação extremamente dramática em que vive parcela de nossa população, em especial nossa juventude.

No mundo todo, nesta data importante, acontecem atividades sociais, cujo objetivo é a conscientização a respeito das mais diversas conseqüências das drogas e do tráfico. Quem tem na família problemas com viciado sabe muito bem o sacrifício que representa para todos sua recuperação. Muitas famílias, por puro preconceito, minimizam o problema, o que só agrava a situação. As pessoas que têm esse problema, geralmente, não gostam que se fale a respeito do tema, preferindo escondê-lo por preconceito e por uma série de outras coisas. No entanto, as coisas somente pioram quando as famílias agem dessa forma.

São difíceis as medidas a serem tomadas, porque envolvem, por parte das famílias, compreensão, carinho, firmeza e determinação. Mesmo assim, na maioria das vezes, os dependentes químicos negam a extensão e a gravidade do problema, não estabelecendo condições favoráveis para a continuidade do tratamento. O mais grave é que escondem e negam as recaídas. É um verdadeiro inferno. Além disso, quase sempre, dilapida-se todo o patrimônio dos envolvidos.

No meu querido Estado de Mato Grosso, a situação é especialmente grave, pois todos os ingredientes estão presentes para uma farta disseminação das drogas e do tráfico: fazemos fronteiras com países produtores de matéria-prima para diversos tipos de entorpecentes. Como essas fronteiras estão desprotegidas, o Estado tornou-se corredor preferencial do tráfico de drogas e de armas. A nossa Cuiabá é a que mais sofre, eu diria, inclusive com a questão da violência proveniente da droga e das armas.

A CPI do Narcotráfico foi cirúrgica no seu relatório, do qual faço questão de destacar trechos:

Droga, Arma e Violência, em conjunto ou separadamente, são responsáveis por 95% dos crimes cometidos numa cidade grande, independentemente do bom ou mau governo local, da polícia sadia ou podre que atua em cada caso.

         Os Governos, até agora, não conseguiram deter a droga em suas diferentes etapas: cultivo, beneficiamento, distribuição e consumo. A arma também é um produto que não nasce no nosso quintal ou no jardim. Tem de ser fabricada, requer técnicos, desenhistas, produção, distribuição e consumo.

São duas as causas que podem ser combatidas pela vontade política dos Governos e, até mesmo, por uma entidade institucional que policiaria, de forma concreta, efetiva e permanente, os dois grandes negócios deste século: a droga e a arma.

O mercado americano absorve, anualmente, a quase totalidade de drogas que se produzem na América Latina: 1/3 da heroína e 80% da maconha. Considera-se que há por volta de 20 milhões de consumidores de maconha, entre 8 milhões e 20 milhões de consumidores de cocaína e por volta de 500 mil de heroína.

Portanto, fica o alerta aos países ricos: eles não estão combatendo eficientemente o tráfico de drogas e, pelos levantamentos da CPI do Narcotráfico, longe disso, estão-se beneficiando enormemente:

         O narcotráfico é um crime e um delito controlado por poderosas estruturas de poder político e econômico, cujo centro principal está no país mais rico do planeta. Os países ricos são o centro de um negócio que é um dos mecanismos de acumulação financeira mais importante. O negócio da droga move no mundo, a cada ano, uns US$300 bilhões. O valor monetário do tráfico de drogas tem superado o comércio internacional de petróleo e somente é inferior ao comércio de armas.

Em Cuiabá, em que a maioria das vítimas são também os jovens e os adolescentes, diversas atividades educativas estão sendo realizadas. Na Praça Ipiranga, durante toda a sexta-feira, dia 22/06/2007, trabalhos conscientizando e alertando a população a respeito dos riscos à saúde provocados pelo uso de entorpecentes foram desenvolvidos. Panfletos foram entregues, alertas foram feitos quanto à necessidade do engajamento de todos no combate implacável às drogas e aos traficantes.

O Secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Sr. Carlos Brito, está preocupado com o índice de violência no Estado e afirmou, em audiência pública realizada na Assembléia Legislativa, que é “fundamental investimentos na área social”. Carlos Brito citou a educação, fazendo um paralelo entre os custos de um aluno e os de um preso para o Poder público: “O custo direto de um preso gira em torno de R$800,00 ao mês, e o indireto é de R$1,2 mil, enquanto o de um aluno do ensino médio é de R$600,00 ao mês”.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT) - Já estou encerrando, Sr. Presidente.

Durante a audiência pública, representantes de grupos e irmandades, como os Alcoólicos Anônimos, Amorexigente, Clínica Limiar e Hospital Adalto Botelho, relataram suas experiências no combate e na prevenção ao uso de drogas. A audiência pública solicitada pelo Conen-MT e por seus parceiros e requerida pelo Deputado Mauro Savi foi presidida pelo Deputado Wagner Ramos e contou também com a presença do Presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, Deputado Humberto Bosaipo.

Fiz questão, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de falar da dramática contribuição das drogas e das armas para o aumento da violência em nosso País e também da vontade determinada na nossa Assembléia Legislativa, que realiza audiências públicas e desenvolve projetos de lei e as mais variadas ações para combater esse problema. O Estado de Mato Grosso é um dos mais atingidos por esse problema, especialmente por ser um corredor muito fácil e por possuir 700km de fronteira seca com países que realmente - sabemos - são conhecidos na questão da exportação da droga e que fazem como corredor o meu Estado de Mato Grosso. A Assembléia Legislativa de Mato Grosso está tendo uma posição determinada - espero que assim continue - no combate às drogas e ao tráfico de armas.

Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/06/2007 - Página 20794