O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente; Srªs e Srs. Senadores; Srªs e Srs. Deputados Federais; dirigentes da Suframa; convidados que estão aqui participando desta solenidade, desta justa homenagem; Deputados Federais do Estado do Amazonas; meu companheiro Francisco Praciano, Deputado Federal que já passou pela Zona Franca de Manaus como dirigente de uma grande fábrica; Deputado Átila Lins; Deputada Estadual do nosso Estado, Vera Lúcia Castelo Branco; Srª Flávia Grosso, dirigente máxima da Suframa; atual Vice-Prefeito de Manaus, que está representando a nossa cidade, a nossa capital, Mário Frota, ex-deputado federal pelo Amazonas; Embaixador Joaquim Augusto; Deputada Rebecca Garcia; Deputada Vanessa Grazziotin, são 40 anos de trabalho, 40 anos de presença numa região estratégica do nosso País. Os números de ontem e de hoje, números de sucesso, fazem com que eu venha aqui me congratular com a luta, com a inteligência, com a persistência de tocar este grande projeto, que é o projeto da Zona Franca de Manaus, nessa região particular do nosso País.

Quando criada, nos finais dos anos 60, atendia a uma estratégia de ocupação, de presença na região amazônica. O tempo foi passando, a economia nacional mudando, assim como a economia internacional, e a Zona Franca sempre acompanhou e se adequou aos novos tempos.

Nesse processo, eu gostaria de fazer menção a essa experiência de mais de quatrocentas fábricas, de cem mil empregos diretos, de um faturamento que ajuda não apenas a região, mas também o Brasil.

Essa experiência da Zona Franca tem de ser vista, neste momento em que saudamos seus quarenta anos, como um projeto exitoso do Brasil: ela vai além da região do Acre, de Rondônia, de Roraima, do Amapá. Precisamos olhá-la, sobre ela refletir, acompanhá-la e defendê-la como algo que interessa aos brasileiros.

Entre os ocupantes desses cem mil empregos diretos, está parte da população do Estado do Pará, parte da população do Estado do Maranhão, lá estão também - e não tenho esse dado exato, mas, pelo acompanhamento que faço ao longo desses anos, posso concluir assim - os filhos das famílias dos beiradões dos grandes rios daquela região. Acredito que todas essas famílias têm alguém empregado, trabalhando direta ou indiretamente, na Zona Franca de Manaus.

São números importantes, mas eu gostaria de dar destaque aqui à primeira categoria que surgiu com a implantação das linhas de montagem das fábricas, das pequenas, médias e grandes fábricas: uma classe trabalhadora juvenil. No Amazonas das florestas, no Amazonas dos ribeirinhos, não havia esta categoria, e a classe trabalhadora organizada em seus sindicatos surge como resultado desse processo.

Gostaria também de destacar aqui uma presença que marca as filas no amanhecer dos dias da Zona Franca: a mulher. A maioria da mão-de-obra, Presidente Renan Calheiros, Srªs e Srs. Deputados e Senadores, é formada pelas mulheres. Impressiona o modo como as mulheres da Amazônia, as mulheres do Amazonas, se identificaram e se identificam com esse avançado processo tecnológico que demanda paciência, precisão e dedicação. Elas têm orgulho de fazer a Zona Franca, de fazer os seus produtos, de construir os seus produtos sofisticados, que ganham mercado nos Estados Unidos, na América Latina e aqui, nos outros Estados da Federação. Destaco, portanto, a presença das mulheres, a presença dos trabalhadores, a presença da classe trabalhadora que surgiu nesse processo ao longo desses quarenta anos.

Quero destacar também uma decisão decorrente do esforço de muitos, do Governador do Estado, das lideranças da Amazônia, dos Senadores e Deputados, uma decisão firme do Presidente Lula de prorrogar a Zona Franca de Manaus. Essa foi uma decisão que passou por este Congresso, onde contou com o apoio dos Senadores e das Senadoras, com o apoio dos Deputados e das Deputadas. Foi uma decisão importante para o momento que vive a Zona Franca do ponto de vista do aquecimento de sua economia.

Por último, quero destacar aqui a solidariedade, a sensibilidade quanto à importância da Zona Franca para o Brasil e para a região de nossa Presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, a Senadora Lúcia Vânia, que mandou um abraço à Superintendente Flávia Grosso, aos dirigentes da Suframa e aos servidores que estão aqui. A nossa Presidente se congratula por esses quarenta anos.

Por fim, quero parabenizar todos os técnicos, porque são quarenta anos também de muita dedicação, de muitas preocupações. Houve momentos tensos nessa história do ponto de vista da defesa da Zona Franca, da defesa dos empregos, de sua renda, da melhoria da qualidade de vida.

Esse debate, parece-me, não termina. Agora mesmo, estamos discutindo - e já passou pela Comissão de Assuntos Econômicos - a lei que cria as ZPEs. E claro que os Senadores e os Deputados do Amazonas têm uma preocupação quanto ao tema, porque se as ZPEs não forem bem discutidas, não forem bem balizadas, podem trazer prejuízos aos empregos, aos brasileiros que estão construindo esse faturamento da Zona Franca de Manaus.

Então, é preciso que o Brasil olhe essa experiência de quarenta anos com muito zelo, com muito carinho. A Zona Franca não é só dos amazonenses, da Amazônia, ela é dos brasileiros, e qualquer atitude que venha ferir, desconstituir ou desqualificar esse projeto tão querido por nós lá do Amazonas será motivo de preocupação.

Venho ao Senado da República externar, nesta sessão conjunta, porque também diz respeito aos interesses dos Deputados e Deputadas deste Parlamento, as minhas congratulações aos dirigentes, aos servidores e aos assessores - e está aqui uma pessoa muito dedicada à Zona Franca, o José Alberto da Costa.

Para finalizar, mais uma vez destaco a presença das mulheres que formam essa extensão significativa da mão-de-obra que produz riqueza lá na Zona Franca de Manaus.

Muito obrigado. (Palmas.)