O SR. JOÃO PEDRO (Bloco/PT - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadores, Srs. Senadores, Presidente da União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petta, Ministro dos Esportes, Orlando Silva, membros da Mesa, ex-Presidentes da União Nacional dos Estudantes, Deputados Federais presentes, estudantes do Brasil que estão na galeria do Senado da República, o Senador Inácio Arruda foi muito feliz em propiciar esta homenagem justa a essa grande entidade da sociedade civil do Brasil que é a União Nacional dos Estudantes.

Eu diria até, Sr. Presidente Pedro Simon, que preside esta sessão especial, que neste exato momento fala aqui não um Senador do Amazonas, mas um ex-dirigente da União Nacional dos Estudantes que fora um dos vice-Presidentes da gestão de 1980 e 1981, do então Presidente Aldo Rebelo, nosso Deputado Federal. Fui um dos vice-Presidentes da região Norte naquela gestão. Então, fala aqui um ex-dirigente dessa entidade que faz parte da história do Brasil.

Na realidade, não podemos contar a história do Brasil sem passar pela história da União Nacional dos Estudantes, que começa, precisamente, no dia 13 de agosto de 1937.

Viva a União Nacional dos Estudantes!

Eu gostaria de quebrar toda a formalidade desta sessão para registrar a presença de uma mãe que é uma figura emblemática da história da União Nacional dos Estudantes. Peço que todos aplaudam a Srª Maria Rosa Monteiro, mãe de Honestino Guimarães. (Palmas.)

Fazia um comentário, quando do pronunciamento do Senador Inácio Arruda acerca do papel da União Nacional dos Estudantes, e avanço na sua história. O Senador já registrou a importância da UNE no combate ao nazi-fascismo, da importância da UNE na campanha “O Petróleo é Nosso”, que redundou na criação da Petrobras, uma grande empresa. Não havia Petrobras, mas apenas uma campanha, e o mérito é da União Nacional dos Estudantes, do povo brasileiro, que construiu essa grande empresa que é a Petrobras.

Hoje, quando se fala do período da ditadura militar, fala-se de uma forma tão mansa que se deixa escapar esse período nefasto da história do povo brasileiro, esse período sangrento da história brasileira, da história contemporânea, história recente, porque a ditadura cassou as liberdades. Um dos seus primeiros atos foi justamente atacar a União Nacional dos Estudantes, e é justamente aí que começa, eu diria, a gênese da resistência contra a ditadura militar. Foram várias as instituições, os movimentos - o movimento operário, o movimento camponês -, mas foi na União Nacional dos Estudantes, na juventude estudantil do nosso País que se levantou, com firmeza, a resistência, a denúncia e a luta em defesa das liberdades democráticas.

A UNE jogou um papel, e não podemos minimizá-lo do ponto de vista da coragem, da ousadia, da persistência, da luta indormida, cotidiana, sem titubear, sem fraquejar em nenhum momento da história recente. A UNE ergueu sua bandeira azul, que representa o Brasil, as universidades, as salas de aula, os centros acadêmicos, os DCEs, para fazer a defesa da liberdade.

Este é um papel importante da União Nacional dos Estudantes: ela é uma instituição histórica em defesa do ensino público, da universidade pública, da melhoria do ensino, da democratização da universidade. Mas ela foi capaz de combinar, ao lado da sua história e com a sua história, fazendo a sua história, e pautar temas nacionais, temas importantes como a defesa da Amazônia. Então, penso que este é um marco importante da história da UNE: combinar a defesa do ensino, da educação e combinar a defesa dos interesses nacionais.

Então, quero fazer aqui esta saudação, lembrando que lá no Amazonas, meu Estado, a nossa Universidade Federal contribuiu com delegados, 22 delegados - foge-me à memória, mas eu gostaria de mencionar alguns nomes - que lá estiveram, em maio de 79, na reconstrução da UNE, congresso que fora proibido e onde estavam vários democratas, vários deputados, personalidades, artistas... Mas eu gostaria aqui de lembrar alguns delegados da Universidade Federal que participaram: João Tomé, José Carlos Sardinha - todos profissionais hoje -, Cyrino Bessa, que é Secretário de Educação do Município de Manaus, Omar Adolfo, Rui Brito, Francisco Braga, Guto Rodrigues, Conceição Derzi, professora da Universidade. Eu estava nessa comitiva de delegados. Então, quero parabenizar o Senador Inácio Arruda pela iniciativa, e também a União Nacional dos Estudantes por sua luta e por sua história.

Parabenizo todos os seus Presidentes. O Senador Inácio Arruda já fez esse registro, mas ainda quero fazer menção a alguns Presidentes: Aldo Rebelo, que presidiu durante a minha gestão; Javier Alfaya, que foi ameaçado de expulsão do Brasil por ser filho de espanhóis e ter posições políticas firmes; Clara Araújo; Rui César, o Presidente da reconstrução da UNE, com quem convivi.

Parabenizo a UNE por sua história e a juventude brasileira por sua firmeza, sempre defendendo os interesses nacionais e a universidade pública.

Congratulo-me com todos pelos 70 anos de história da UNE; 70 anos de história em defesa da democracia; 70 anos representando a juventude do nosso País; 70 anos que orgulham os estudantes brasileiros do passado, do presente e, com certeza, do futuro.

Viva a União Nacional dos Estudantes! (Palmas.)