O SR. MARCONI PERILLO (PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Pedro Simon, Sr. Presidente da União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petta, ilustre autor da propositura em homenagem aos 70 anos da UNE, querido colega Inácio Arruda, Srªs e Srs. Senadores, convidados ilustres aqui presentes, assistência, senhoras e senhores, inicialmente, saúdo a iniciativa feliz desse combativo Senador da República, Inácio Arruda, ao propor, de forma justíssima, a homenagem do Senado Federal a uma das instituições mais importantes da história recente do Brasil.

E gostaria de registrar também o meu contentamento em ver aqui presente Aldo Arantes, símbolo da resistência e da luta contra a ditadura, primeiro goiano a presidir a União Nacional dos Estudantes.

Ao mesmo tempo, registro meu compromisso, não só de agora, mas de antes, desde os tempos em que eu figurava ao lado de Inácio Arruda e de tantos outros no movimento chamado Viração. Participei de Congresso da UNE, como integrante e apoiador do Viração, e desde essa época assumi um forte compromisso com o movimento.

Goiás, além de ceder Aldo Arantes para ser um combativo Presidente da União Nacional dos Estudantes, cedeu também Honestino Guimarães, que acabou se tornando o segundo goiano a presidir a entidade. Honestino Guimarães sofreu todas as agruras do regime autoritário, foi torturado, preso e assassinado nos porões da ditadura. É dele uma frase célebre que, aliás, usávamos muito na época do Viração. Ele dizia: “Podem nos prender, podem nos torturar, podem até nos matar; mesmo assim, voltaremos e seremos milhões”.

É importante a palavra de um Senador de Goiás neste momento em que se homenageia a UNE, porque de lá saíram dois de seus mais importantes presidentes: Aldo Arantes e Honestino Guimarães. De lá saíram outros líderes, como Henrique Santillo, que acabou se tornando Presidente do Diretório Central dos Estudantes de Minas Gerais, Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina e, depois, Presidente da União Estadual dos Estudantes e vice-Presidente da UNE, no tempo em que Aldo Arantes foi Presidente. 

A UNE, ao longo desses 70 anos, sempre teve um compromisso muito forte com a democracia, com as liberdades, com a ética. A UNE sempre se perfilou ao lado dos mais importantes movimentos em defesa da soberania brasileira, em defesa da anistia, em defesa da redemocratização do País, contra o arbítrio, contra a prepotência, contra todos os atos que transformaram 20 anos do Brasil em tempos de muito obscurantismo, de muitas trevas. Não fora a UNE a empunhar as bandeiras da liberdade, da democracia, da fraternidade, da justiça, por certo, não teríamos conseguido chegar ao fim de uma ditadura que tanto mal causou ao Brasil, possibilitando uma transição para o regime democrático e para os tempos de efetiva democracia. Não fosse a luta que a UNE empreendeu ao longo do tempo, não haveria governos democráticos como os que vimos no Brasil na última década, sobretudo.

Ao saudar a iniciativa do Senador Inácio Arruda, eu o faço em meu nome. Como Governador do Estado de Goiás, por 3 vezes apoiei firmemente a realização dos congressos da UNE, sempre que solicitado pelo Gustavo Petta e pelos demais integrantes da União Nacional dos Estudantes, da UEE e dos DCEs. E faço este registro não apenas em meu nome. Seria fácil para mim falar apenas em meu nome, já que tenho e sempre tive um compromisso histórico com a UNE, mas falo também, com prazer, em nome do meu Partido.

Fica aqui a minha mensagem, a mensagem do PSDB, em apoio à iniciativa de V. Exª e em apoio a essa entidade que se confunde com a história recente do Brasil, pelo seu compromisso com um Brasil grande, forte, desenvolvido e democrático, com a redução das desigualdades e com os avanços para um Brasil progressista.

Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)