O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

     A presente sessão especial destina-se a homenagear a Rádio Bandeirantes pelo transcurso dos 70 anos do início de suas atividades, de acordo com os Requerimentos nºs 234, 526, de 2007, do Ex^mo Sr. Senador Efraim Morais e outros Srs. Senadores.

     De acordo com a decisão desta Presidência, usarão da palavra os Srs. Líderes partidários ou quem S. Ex^as indicarem.

     Eu tenho a honra de convidar para compor a Mesa o Dr. João Carlos Saad, que é o Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação. (Palmas.)

     Convido também para compor a Mesa o Senador Efraim Morais, que é o autor do Requerimento e 1º Secretário do Senado Federal.

     Convido para compor a Mesa também o Dr. Marcelo Meira, que é Vice-Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação.

     Convido para compor a Mesa o Sr. Flávio Lara Resende, que é Diretor, em Brasília, da Bandeirantes.

     Convido também o Vice-Presidente do Grupo Bandeirantes, Paulo Saad Jafet. (Palmas.)

     Convido também para compor a mesa, nesta sessão histórica, o Sr. Mário Baccei, Vice-Presidente da Rádio do Grupo Bandeirantes de Comunicação. (Palmas.)

     E convido para compor a mesa a Srª Márcia Saad, que é Diretora do Grupo Bandeirantes. (Palmas.)

     Sr. Frederico Nogueira, Diretor do Grupo Bandeirantes; Sr. José Carlos Carboni; Sr. Ricardo Saad; Srs. Embaixadores e Srªs Embaixatrizes presentes, Exmªs Srªs e Srs.

      Senadores, Exmºs Srs. Deputados Federais, eu gostaria de destacar, com muita honra, a presença dos Deputados Jorginho Maluly, Paulo Teixeira, Talmir Rodrigues, Rodrigo Alves, Arnaldo Faria de Sá e outros Exmºs Srs. Deputados.

     Comemoramos hoje os 70 anos de um dos maiores grupos de comunicação do País. Um grupo pioneiro, marcado por uma linha editorial independente, com uma sólida tradição de prestação de serviços à coletividade e que sempre apostou no futuro e no desenvolvimento do Brasil.

     De 1937 até hoje, Senador Efraim Moraes, o Grupo Bandeirantes construiu uma trajetória absolutamente invejável. Da pequena emissora PRH-9 Sociedade Bandeirantes de Radiodifusão ao atual grupo de duas redes de TV aberta, três canais por assinatura, cinco redes de rádio, TV a cabo e dois jornais, a empresa consolidou sua presença no dia-a-dia da família brasileira.

     Esporte, entretenimento e jornalismo formam o tripé de um grupo que sempre se guiou pela responsabilidade social e política, pela promoção da democracia e do desenvolvimento econômico.

     Se o Grupo Bandeirantes é hoje uma potência na comunicação brasileira, isso se deve, sem dúvida, ao pioneirismo, ao talento e à dedicação de um descendente de imigrantes sírios, que se apaixonou por São Paulo. Aos 21 anos de idade, o caixeiro-viajante Jorge João Saad nem sonhava em entrar para o mundo das comunicações. Mas não hesitou, alguns anos mais tarde, em assumir a Rádio Bandeirantes, que pertencia então a seu sogro, o Governador Adhemar de Barros.

     O tino empresarial de João Saad - que se revelaria também nos setores imobiliário e agropecuário - logo rendeu frutos. Em pouco tempo, a Rádio Bandeirantes consolidou sua liderança, com iniciativas pioneiras, como a transmissão de programação 24 horas.

     O sonho de criar uma emissora de TV tornou-se realidade em 1967, com o início da operação da TV Bandeirantes de São Paulo, a nossa tão querida Band.

     A resistência histórica depois do incêndio que destruiu equipamentos de última geração e a terça parte de seu arquivo de filmes deixou clara a vitalidade e a força da nova emissora. A Band improvisou equipamentos e estúdios e seguiu em frente. Em pouco tempo já era pioneira na transmissão da programação em cores e marcava época com o telejornal Titulares da Notícia.

     O pioneirismo continuaria sendo um diferencial da Band, a primeira empresa comercial nas Américas a operar uma rede de TV por satélite e a construir a maior torre de telecomunicações na América Latina, melhorando em muito a qualidade de suas transmissões.

     Nomes como Flávio Cavalcanti, Chacrinha, Ronald Golias e Jota Silvestre, algumas das grandes atrações da Band no início dos anos 80, entraram para a história da televisão brasileira.

     A estréia do Show do Esporte, em 1983, consagrou a emissora como o Canal do Esporte. Da sinuca ao automobilismo, a Band abriu espaço para todos os gêneros esportivos. E foi decisiva para divulgar o talento de nossos atletas no País inteiro.

     Mas uma das marcas mais importantes do Grupo, que completa agora 70 anos, é a diversidade de informações e a aposta no jornalismo. Um jornalismo sempre pautado pela independência e pelo espírito crítico, que tornou a Band esse modelo de imparcialidade. Ela não tem partido, raça ou religião. É uma emissora do Brasil, da diversidade dos brasileiros.

     Vale lembrar aqui o debate histórico, em pleno período de restrição das liberdades democráticas, entre o exilado Leonel Brizola, o então líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, o Senador Franco Montoro e o ex-Governador Mário Covas, que acabara de recuperar seus direitos políticos.

     Não há como esquecer também o primeiro debate político da história da televisão brasileira entre candidatos ao governo de São Paulo, realizado pela Band em conjunto com a Folha de S.Paulo. Não se pode esquecer também o Cara a Cara, de Marília Gabriela, e o Canal Livre, que ajudou o Brasil a respirar novos ares na época da abertura política e que é até hoje programa indispensável para quem quer pensar e discutir o País.

     Senhoras e senhores, como eu dizia, comemoramos hoje os 70 anos do Grupo Band. Não podemos deixar de ressaltar que nossos jornais, nossa mídia eletrônica, nossos meios de comunicação nunca tiveram no Brasil tanta liberdade; nunca puderam, de forma tão clara e tão ampla, apontar erros e fiscalizar.

     A liberdade de imprensa foi uma conquista a duras penas. Assim como todas as outras liberdades democráticas, foi fruto de muita luta e do sonho de uma geração inteira - na qual eu tenho a honra de me incluir.

     Não existe democracia sem liberdade de imprensa. Nem qualquer chance de participação ativa no cenário nacional sem acesso à informação. Mas temos de estar atentos. Liberdade de imprensa exige equilíbrio, serenidade, ética e responsabilidade. Sem a responsabilidade, abre-se espaço para o excesso, para a pirotecnia, tudo isso em desfavor das instituições e a bem do sensacionalismo, mazela que, cada vez mais, é banida dos valores das sociedades evoluídas.

     Os índices de audiência televisiva já não disparam e não se sustentam pelo bizarro e pelo chocante. Que bom que isso seja resultado da evolução de nossa sociedade, que deseja grades de programação mais saudáveis e mais críticas.

     A Rede Bandeirantes talvez seja uma das maiores responsáveis por essa transformação de nossa sociedade.

     Continuo a ser um fiel defensor da liberdade de imprensa. Sabem muito bem disso os Srs. Senadores e as Srªs Senadoras.

     Exercer a liberdade requer consciência coletiva, sob pena de se marchar para a ditadura da opinião preconcebida, que, por ser parcial, segue ao sabor dos ventos, inclusive dos ventos do preconceito, dos ventos dos interesses velados.

     E é com essa determinação que aplaudo, mais uma vez, o Grupo Bandeirantes pelos 70 anos de trabalho a favor da liberdade de opinião, da informação e da democracia brasileira.

     Quero parabenizar o Senado pela homenagem, parabenizar o Senador Efraim Morais, agradecer a presença dos diretores da Band e agradecer principalmente a presença do grande amigo João Saad, que tem prestado um grande serviço à democracia, à liberdade de imprensa e ao Brasil. (Palmas.)